Opposite Sides

setenta e três

Bruna: Não, Jus não é meu filho. Quer dizer, ele é, mas não de sangue. A gente pode não falar disso, por favor?
Felipe: A-Ah, claro. Desculpe — Eu assinto e ele fica calado por um tempo, até resolver se pronunciar.
Felipe: Obrigado. Mesmo tendo sido horrível no início, depois eu comecei a gostar daqui. Me apeguei a todos vocês. Principalmente a você. — Eu sorrio.
Bruna: Eu amo muito você, Felipe, por isso estou fazendo esse sacrifício de te deixar voltar para a sua família sem pedir nada em troca. Quer dizer, sem pedir dinheiro, porque de você...
Felipe: O que foi? — Eu coloco o cinto e abro o portão da garagem, dando partida em seguida.
Bruna: Eu não quero que você fique com mais nenhuma mulher além de mim.
Felipe: Você vai vir me ver? — Ele sorri e eu assinto.
Bruna: Discretamente, mas sim. Não diga nada de mim a sua família, por favor.
Felipe: Eu não direi. Nem de você, e nem de nada relacionado a esse sequestro. Fique tranquila, meu amor.
Bruna: Não me chame de "Meu amor". Que coisa mais brega — Felipe ri.
Bruna: Também não quero que converse com mais nenhuma mulher se não for da sua família.
Felipe: Como é?
Bruna: Isso mesmo que você ouviu. Corta todas essas suas "amiguinhas" da sua vida.
Felipe: Eu não vou abandonar minhas amizades, Bru, desculpe.
Bruna: Nem por mim?
Felipe: Nem por você. Tenho algumas amizades que tem mais de dez anos!
Bruna: E?
Felipe: Não vou abandonar minhas amizades — Ele repete e eu suspiro.
Bruna: Tudo bem. Só não fique perto delas quando eu estiver por perto, porque eu posso agir de cabeça quente, e não irei me responsabilizar pelo que pode acontecer.
Felipe: Certo, certo, eu entendi. Eu só acho isso uma loucura!
Bruna: É o meu jeito, está bem? Eu sou assim. É o meu jeito de impedir que você quebre o meu coração.
Felipe: Eu não irei quebrar o seu coração.
Bruna: Espero mesmo que não — Paro algumas casas antes da dele. •