vinte e nove

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Yuri: Por que quer tanto matar ele?
Bruna: Os gritos dele enquanto eu enfio a faca são maravilhosos — Rio.
Bruna: Um balde de frescura. Todo mimadinho.
Yuri: Ele não tem culpa! Os pais que o mimaram assim. Ou, sei lá, alguém teve que o mimar para ele ser desse jeito.
Bruna: Não importa. Você e meu pai Bento me mimaram muito, e eu não sou escrota como ele.
Yuri: A realidade aqui no morro é totalmente diferente da realidade da zona Sul, onde ele cresceu.
Bruna: Por que está defendendo ele?
Yuri: Porque o plano era você só arrancar dinheiro da família dele, porra! Você sabe que eu odeio que você mate as pessoas assim, sem mais nem menos — Eu dou de ombros.
Bruna: Foda-se. Vamos mudar de assunto, não quero saber desse garoto. Como estão os carregamentos que chegariam essa semana? — Ele suspira. Ele odeia que eu seja assim, mas fazer o quê? É o meu jeito.
Yuri: Chegou um de Coca mais cedo. Acho que você deveria ir ver — eu nego.
Bruna: Não não. Manda o G7 ir ver, esse é um dos trabalhos dele. Não mexo com nenhum tipo de droga e você sabe. Quero dizer, drogas ilegais.
Yuri: Pelo menos isso.
Bruna: Pare de falar como se nunca tivesse matado alguém já vida — Reviro os olhos.
Yuri: Não sem motivo, porra, Bruna!
Bruna: Tenho um motivo suficiente para eu ter o matado. Ou melhor, ter tentado, porque pelo visto o mimadinho ainda está vivo.
Yuri: E qual é esse motivo?
Bruna: Porque eu quis! Senti vontade e o matei. Simples — Rio.
Yuri: Às vezes você consegue ser tão fria que eu não entendo.
Bruna: É o meu jeito e você sabe. •

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