vinte e oito

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Bruna: O que deu nele?
Bento: Deve ter ficado com raiva. Ele odeia que você mate as pessoas assim, sem motivo, mesmo que finja que não.
Bruna: Eu sei, eu sei. Mas eu quis matar ele e matei. Simples — o celular de meu pai toca.
Bento: Estão me chamando na sala de informática. Até mais.
Bruna: Até mais — Ele beija minha bochecha e sai da cozinha. Pego meu celular e respondo alguns que haviam me mandado mensagem. E uma era de um dos meus "avisantes" - gostei desse nome, risos - dizendo que a polícia decidiu dar um tempo nas investigações por aqui. Ótimo. Menos algo para eu me preocupar.
Alguns minutos depois meu pai Yuri entra na cozinha novamente, me encarando, enquanto eu mexia no celular.
Bruna: O que foi? — O olho.
Yuri: O que está fazendo?
Bruna: Resolvendo umas coisas aí. Por que está me olhando assim?
Yuri: Fui atrás do corpo dele.
Bruna: Dele quem?
Yuri: Do Felipe.
Bruna: Hum, interessante. Fez o quê? Queimou? Jogou fora?
Yuri: Mandei para o G7.
Bruna: Por quê?
Yuri: G7 fez medicina antes de vir para cá.
Bruna: E?
Yuri: O garoto estava vivo!
Bruna: Ah, é?
Yuri: Sim. Esfaqueamento, Bruna?
Bruna: Ah, pai, não finja que nunca fez isso na sua vida — Ele ri.
Yuri: Esse garoto não pode mais sair daqui! Se um dia ele sair, terá muita coisa para contar aos outros, principalmente a polícia
Bruna: Quem disse que eu planejo soltar ele? Quer dizer, planejava, não é? Ele vai morrer.
Yuri: Por que quer tanto matar ele?
Bruna: Os gritos dele enquanto eu enfio a faca são maravilhosos — Rio.
Bruna: Um balde de frescura. Todo mimadinho. •

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