sessenta e um

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Bruna: Não fale comigo, eu ainda estou puta com você — Eu suspiro mentalmente. Eu quem deveria estar puto com ela por ela dizer "Com certeza alguém seria capaz de te amar" em um tom irônico. Mas, não é assim que a vida funciona para Bruna.
Felipe: Bru, por fav... — Ela me interrompe.
Bruna: Fique quieto! Não quero mais que você fale comigo até segunda ordem — Eu me calo e vou até o filtro, pegando um copo e o colocando ali.
Bruna: Que bom que entendeu o recado — Ela sai da cozinha e eu suspiro - dessa vez não mentalmente -. Ah, por que o amor dói assim?
Assim que termino de beber água - o que demorou um pouco, até, porque eu estava pensando em minha família -, ouço alguns barulhos de tiro, o que me faz correr para o "meu" quarto. Era aquele mesmo de antes, de quando eu acordei pela primeira vez nessa casa. Agora está melhorzinho, Gus havia me ajudado a arrumar e agora dá para viver ali.
Pelo tempo que estou aqui, eu já consigo identificar o barulho de cada tiro, de cada arma. Eu sei quando o tiro é dado pela arma de Gus, de Yuri, Bento, Bruna, ou de algum "inimigo" - o "inimigo" quer dizer qualquer pessoa que seja contra qualquer uma das quatro pessoas que eu disse anteriormente, ou até mesmo todas -.
E dessa vez, era da arma de Bruna.
Respiro pesadamente e abraço o travesseiro. Eu já conversei com ela, pedi para que ela parasse de matar todo mundo, mas ela não me escuta. Ela diz que é a "diversão" dela.
Quando arrisquei a chamar de psicopata, ela quase ME matou, então eu não vou arriscar dizer outra vez, mesmo que seja mentalmente. Vai que, não é?!
Os tiros continuam por mais algum tempo, aperto o travesseiro mais forte e fecho os olhos. Eu morro de medo disso. Esse também é um dos motivos pela qual eu quero que Bruna pare de matar as pessoas.

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