Capítulo 64

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S/n: Não acha que fomos rápidos demais pra ter um filho?

Luan: Foi um acidente, mas apesar de ser apenas dois anos, parece ser 20. O jeito como nós conhecemos, como nos amamos, faz parecer anos juntos.

S/n: Parece que nossa história é linda.

Luan: Sim, também complicada. - Te olha - Você já me deu tantos sustos nesse período, o assalto, descoberta da gravidez, gestação de risco, parto complicado e agora isso, meu coração não aguenta essas coisas, vai com calma.

S/n: Me sinto mal por não lembrar.

Luan: Não sinta, nenê.

S/n: Porque nenê e não bebê?

Luan: Não sei, é uma forma carinhosa que as pessoas menos usam. - Ri - Você é minha nenê não apenas por ser um apelido fofo de casal, você é 10 anos mais nova, é uma nenê.

S/n: 10 anos? - diz surpresa - Eu tenho quantos anos?

Luan: 20.

S/n: Eita! Eu achei que tinha 23 por aí, não sei porque, você parece ter é 25, 26.

Luan: Sua maturidade é de 26 anos pra cima, mas isso também depende do assunto, talvez por isso tenha imaginado que é mais velha. Quer que eu fale mais sobre você? Ninguém melhor que eu para isso.

S/n: Na verdade não, me deu vontade de desenhar, isso é normal?

Luan: Muito normal. - Ri - Vou pegar o caderno.

S/n: Obrigada por ficar, me transmite segurança e sinceramente isso é tudo que eu preciso agora.

Luan: Eu sempre vou ficar, sempre estarei aqui por você. - Te entrega o caderno e um lápis - O que vai desenhar?

S/n: Não sei, nem sei se ainda sei fazer isso.

Luan: Claro que sabe, se eu perdesse minha memória continuaria sabendo cantar, é a mesma coisa com você. Eu estou falando muito? Eu vou ficar quieto agora e te deixar em paz.

S/n: Gosto de ouvir sua voz, inclusive sua risada.

Luan: Vou ficar quieto pra você desenhar, odeia barulhos quando faz isso.

Uma semana passou, por sua cirurgia ter sido bem delicada você precisou ter muito cuidado e atenção, até dos médicos, seu corpo estava reagindo aos medicamentos e por isso hoje ganharia alta depois de fazer os exames. O Luan não pode ficar todos os dias com você, mas conversavam por mensagem e ligação, ele se tornou a pessoa mais próxima e uma das duas únicas que você realmente conversava. Todo dia eles levaram o Samuel pra ficar algumas horas com você e ele teve que aprender a dormir sem você por perto. A Keth sempre estava com você no hospital e ela é a outra pessoa que você conversa de verdade. Você conseguia lembrar letras de músicas quando elas tocavam, mas tirando isso não conseguia se lembrar de nada.

Kethelen: Bom dia!

S/n: Você dormiu aqui?

Kethelen: Não. - Ri - Daqui a pouco vai fazer os exames e queria estar aqui com você.

S/n: Eu estou com medo.

Kethelen: Eu não! - te dá um peteleco na testa - Você pode não se lembrar, mas é uma das pessoas mais fortes que eu conheço, já passou por muita coisa e vai superar isso, vai ficar tudo bem.

S/n: Agora entendi porque é minha irmã. - Boceja - Estou faminta.

Kethelen: Eu trouxe pastel, mas a minha tia disse que não posso te dar nada pra comer porque vai fazer exame que exige jejum, então vou comer o pastel sozinha.

S/n: Então porque falou do pastel?

Kethelen: Pra você não tirar ele da cabeça. Você ainda não conversa com ela?

S/n: Com a May? Eu converso, só que muito pouco. - Suspira - Não me sinto à vontade com eles, Keth! Sei lá, me sinto intimidada, sobre pressão, insegura e com medo. Sei que estamos falando da minha família, minha mãe, meus sogros e minha cunhada, mas diferente de você e do Luan eu não sinto essa conexão. Eu não me lembro de vocês, mas sei que meus sentimentos por vocês são extremamente fortes, mas com eles não sinto e isso me deixa ainda mais com raiva. Ela é minha mãe, obviamente eu devo a amar, mas eu nem mesmo consigo a olhar nos olhos. - Suspira - Eu acho que é a forma como me olham, eles me olham daquele jeito e aí eu fico me sentindo mal e não consigo deixar eles se aproximarem. Você e o Luan não me olham desse jeito e apesar de ter certos cuidados por causa da minha memória não é igual a eles que acham que sou um bebê, que não entendo o que está acontecendo e... Eu fico com raiva.

Kethelen: Eles não sabem lidar com essa situação, não fazem isso de propósito, sabia? Eles só querem te ajudar e ficar perto, quando eles falarem ou fizer algo que não goste é só falar que aí eles entenderão e vão mudar e aí vai ser mais fácil pra todo mundo. - Sorri de lado

S/n: A May parece com raiva de mim. - Ela ri

Kethelen: Sua mãe não está com raiva de você, ela tem aquela cara de brava mesmo, mas nem é esse leão que aparenta ser. Você é o tudo dela, ela não tem mais nada a não ser você e o neto, então tenta por favor.

May: Bom dia! - diz ao entrar no quarto - Daqui a pouco o Médico vai vir. Dormiu bem?

S/n: Na medida do possível. Depois eu vou poder ir embora? Eu não aguento mais ficar aqui.

May: Assim que terminar os exames, o Luan virá te buscar.

S/n: Não vou ficar na sua casa?

May: Será melhor ficar lá, eu trabalho e por isso não posso ficar o tempo todo com você e na sua situação precisa de alguém pra te ajudar, lá na casa do Luan tem a Mari, a Bruna e a Maria pra te ajudar quando necessário.

S/n: Quem é Maria, Keth?

Kethelen: A empregada que você tem muito carinho, respeito e admiração.

S/n: Entendi.

May: Eu vou lá te ver sempre que eu puder.

S/n: Acho que não quero isso, morar com eles. 

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Votem e comentem, não me façam arrepender de ter inventado essa maratona. Se vocês interagir em todos, quem sabe não rola um capítulo extra.

4/5 vamos que vamos!

Olhos cor de mel Onde histórias criam vida. Descubra agora