Capítulo 14

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Ian

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Ian

    
     Depois que Annelizy se vai, espero alguns segundos para me recuperar de tudo o que ouvi. Me sinto extremamente abalado pelas descobertas que fizemos, e também sinto-me mal por tê-lo feito pois não é nada educado escutar atrás da porta. Dou alguns passos barulhentos para anunciar que estou ali, bato na porta e já entro pois esta continua entreaberta.

-- Com licença.

     Missy está em pé, ainda um pouco pálida e abatida, porém parece feroz como um animal enjaulado. Agnes estava sentada na poltrona e levanta-se quando entro.

-- Agnes, eu gostaria de conversar com a senhorita a sós, por favor. -- peço e ela logo se retira do aposento, após uma breve mesura, fechando a porta ao sair.

-- Missy eu… -- começo mas ela me interrompe.

-- Não, Ian, acabou, eu estou indo embora. Agradeço suas boas intenções, mas para mim já chega.

     Ela está decidida e nervosa e percebo que é melhor não piorar as coisas insistindo nisso. Preciso acalmá-la de alguma forma. Aproximo-me a passos lentos e ela não se afasta, mantendo-se firme à frente da janela do quarto, observando-me. Quando estamos próximos, seco-lhe uma lágrima que está teimando em escapar.

-- Por favor, não chore. -- peço.

     Missy suspira e segura minha mão em seu rosto fechando os olhos, ela inclina suavemente a cabeça aninhando-se em meu toque.

-- Não quero, mas não estou conseguindo evitar. -- ela admite.

     Me aproximo ainda mais e agora seguro seu rosto com as duas mãos.

-- Olhe para mim. -- sussurro meu pedido.

     Missy abre os olhos de um verde exuberante e perco o fôlego. Tenho plena certeza de que ela é capaz de me enxergar a alma, o espírito, ela puxa para si minha essência apenas com o brilho daquele olhar. Percebo então que estou ferrado. Muito, muito ferrado.

-- Você é linda. -- digo sem poder me conter e colo minha testa na dela, logo seu perfume me invade -- E esse seu perfume… nas últimas semanas tem sido meu cheiro preferido em todo o mundo.

     Ela apoia as mãos em meu peito e solta um suspiro suave, fechando os olhos novamente. Missy não se afastou e nem protestou contra essa intimidade que tomei para com ela. Será que me deseja tanto quanto eu a desejo?

     Pois sim, eu assumo, eu desejo Missy Kedard! Desejo com força e desejo há semanas. Quando a tive em meus braços naquela noite em sua casa, usando aquela maldita camisola azul que não me sai da cabeça, eu não queria soltá-la. Eu não queria deixá-la, sozinha e desamparada como estava. Mas Missy é difícil e teimosa, e quase não abre brechas para que eu me aproxime. Até agora.

Meu querido Senhor Mackenzie - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora