Capítulo 32

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Ian

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Ian

     Um maldito barulho irritante ameaça me tirar do sono. Abro um olho e o sol bate diretamente nele, deixando-me quase cego imediatamente. Droga, eu fechei as cortinas quando me deitei, não foi? Resmungo e viro o rosto para o outro lado, percebendo - com alguma parte automática de minha mente, bem lá no fundo - que estou sem travesseiro. E no chão. O movimento desencadeia uma vertigem demasiada e abro os olhos para tentar espantar a sensação desagradável, e ao meu lado encontro minha acompanhante da última semana. Sorrindo estico um braço incerto e trêmulo para trazê-la para perto de mim, e logo ela está em minhas mãos.

-- Bom dia, querida. -- digo sorrindo e logo o sorriso morre em meus lábios ao lembrar que era assim que eu me dirigia à ela -- Não, não, não… Bom dia, belezinha.

     A única resposta é a união de nossas bocas, úmidas e ardentes. Tão ardentes que engasgo quando a bebida desce incendiando minha garganta. Diabos, esse uísque que Andreas me trouxe deveria ser chamado de uísque de fogo, isso sim. Com mais um gole, deixo a garrafa de lado e puxo uma almofada que estava próxima de mim, também caída ao chão, e ali mesmo me aconchego para dormir novamente. Não tarda e o maldito barulho retorna mas apenas o ignoro e, sem mais nem menos, de um segundo para o outro, estou encharcado. A surpresa e o frio me despertam imediatamente e me sento procurando um culpado para aquilo. E rapidamente eu o encontro: Jamie está à minha frente, furioso como um touro, com seus olhos castanhos flamejantes de raiva. Ah, e ele segura um balde de madeira nas mãos.

-- Obrigado pelo banho, irmão. -- murmuro irritado, ainda respirando rápido pelo frio e susto.

-- Essa casa está fedendo! E quanto à você, já que mencionou, desde quando não toma banho? Aliás, desde quando está aqui? -- ele grita e joga o balde no chão o que me dá uma imensa dor de cabeça.

-- Deuses, que tal brincarmos da brincadeira do silêncio heim, Jamie? -- massageio as têmporas e aperto os olhos por um segundo, depois me levanto cambaleante, fazendo um grande esforço para não cair no processo e, claro, levo minha companheira comigo -- Me escreva um bilhete que eu lerei assim que parar de ver tudo dobrado.

     Vejo as narinas de Jamie se abrirem ao inspirarem uma generosa quantidade de ar enquanto ele, certamente, faz um esforço descomunal para não voar em meu pescoço. Enquanto eu o observo segurar a própria raiva, eu finalizo a garrafa em dois grandes goles e depois a descarto a jogando sobre a cama, onde ela quica e cai no chão do outro lado.

-- Ops! -- solto um arroto -- Que bom que esse vidro é de qualidade, não é Jamie? Desculpe, eu lhe ofereceria uma bebida, mas como pode ver, acabou. -- dou risada -- Mas não tema, irmão, que providenciarei mais imediatamente!

     Saio à passos incertos e vacilantes pela casa, desviando de uma surpreendente quantidade de garrafas vazias espalhadas por absolutamente todos os lugares, enquanto procuro alguma maldita garrafa cheia. Droga, Andreas precisa me reabastecer ainda esta manhã. Olho pela janela, talvez seja "esta tarde", na verdade.

Meu querido Senhor Mackenzie - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora