Aviso: Nesse capítulo há menção a uma crise de Disforia/Ansiedade.
Gostaria de lembrar a todos que por acaso estiverem lendo isso, de que suas identidades são totalmente válidas e vocês não precisam se encaixar em um padrão imposto pela sociedade cisnormativa.
Cada um possui suas inseguranças e seus obstáculos, não hesitem em procurar por ajuda quando precisarem.
Vocês não estão sozinhos nessa, por favor não desistam.
A Segunda-Feira veio, arrastando consigo a ressaca da festa pelo segundo dia consecutivo. Aquele final de semana fora um tanto agitado para a jovem que agora se encontra à mesa da casa dos seus pais, com o rosto entre os cotovelos, e as mãos segurando a parte traseira de sua cabeça, onde sentia os fios de cabelo embaraçados sobre seus dedos.
Manteve-se nesse estado caótico por um bom tempo, transitando entre cair no sono e despertar subitamente alguns minutos depois, limpando um pouco de saliva que escorria no canto da boca.
Até continuaria no mesmo ciclo, mas o barulho da porta de entrada se fechando chamou a sua atenção, ainda que permanecesse com a testa colada na superfície dura. Em seguida ouviu passos que vieram do corredor até que por fim a voz de Lauren soasse estridente ao seu lado:
— "Boom dia Vietnã!" — Exclamou, ouvindo um resmungo incompreensível vindo de sua filha — Uau, você está ótima!
Alison levantou o rosto ao sentir um cheiro forte de comida e pôde enxergar sua mãe colocando sacolas na sua frente:
— O que é isso? — Perguntou sentindo seu estômago protestar e a luz do Sol vindo direto da porta de vidro lhe acertar como um soco.
— Comida para ressaca — Respondeu tirando tacos, sanduíches de bacon, burritos e uma garrafa com suco de laranja — Você tem um pouco de... hm... — Indicou o canto do lábio inferior, fazendo a outra limpar a baba usando sua manga da blusa — Encantador...
— Eu estava mesmo precisando, obrigada — Agradeceu pegando um dos sanduíches enormes.
— Sem problemas. Sabe, eu acho gratificante poder ajudar a minha filha a se recuperar de uma bebedeira no dia seguinte. Na verdade, é tudo que eu sempre sonhei... — Mal terminou de falar quando Emma apareceu, resmungando tão conturbada quanto sua neta na entrada da cozinha — Ah sim, eu esqueci de dizer... a minha filha e a minha mãe. Ou eu deveria chamá-la de "Lady Marmalade"? Bom dia! — Sorriu irônica para as duas.
A mais velha, que não deu ouvidos as provocações, arrastou-se até a mesa juntando-se a Alison, era como se seu corpo tivesse acordado, mas seu espírito ainda estivesse sobre a cama, dormindo.
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Girl From Mars
RomanceAlison Rodwell sempre foi apaixonada por comédias românticas e contos de fadas e, logicamente, sempre desejou que pudesse ser a protagonista de sua própria história de amor. Porém, ao descobrir que a vida não é como nos filmes e nas músicas melosas...