Acredito que a ordem cronológica da minha vida pode ser dividida em duas partes: Antes e Depois de Kim Taehyung. E um dos tópicos principais a serem analisados – feriados.
Antes de Taehyung, feriados eram para mim como dias normais. Era apenas mais um dia onde não precisaria ir para a aula e poderia beber no bar da esquina sem remorso por ter matéria acumulada. Depois de Taehyung, todos os feriados se tornaram dias especiais. Kim adorava todos eles. Seja distribuir ovos de páscoa, ou visitar a igreja na Assunção de Maria – mesmo que nenhum de nós seja realmente religioso -, até beber em conjunto com estranhos nos bares do centro em época de copa do mundo. O fato é que, Taehyung amava mesmo feriados e eu acabava me submetendo a todas aquelas comemorações fajutas, pois não iria abandonar o barco logo agora.
Dizer que eu havia me tornado um fã nato de feriados logo após o dia das mães – quando Pietra mandou para nós dois passagens de avião para encontrá-la na Tailândia -, seria uma grande mentira, exceto que era verdade.
E isto era só mais um, dos milhares de hábitos que Taehyung mudava em mim.
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No meu aniversário não foi diferente. Mesmo que eu tenha implorado, de joelhos, com boquete e tudo, Taehyung ainda assim apareceu naquele dia às 06:00 da manhã com um pedaço de cupcake e uma pequenina vela em cima. Ele me fez trocar de roupa, assistir o jogo de basquete no estádio nacional, comer cachorro quente de rua e ver as estrelas no terraço do meu prédio. Acabou que, aquele realmente tinha sido o melhor aniversário da minha vida. Nem mesmo o fato de minha vó ter mandado apenas um cartão postal, ou a lembrança de meus pais me assombraram.
Quando chegamos em casa, estávamos absortos demais em nossos corpos para notarmos que sim, Taehyung estava penetrando todas as minhas barreiras, e eu estava deixando.
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O natal estava sendo péssimo.
Antes de Taehyung, eu acordava cedo para deixar flores no parque central, onde minha mãe costumava andar com meu pai em sua adolescência. Depois, maratonava alguns filmes cult ridículo com Úrsula e passávamos o resto do dia tomando chocolate quente e escutando música Indie.
Aquele ano, no entanto, era o primeiro Natal em que eu estava namorando. Eu não pretendia abandonar os velhos hábitos, mas Úrsula insistiu para que eu passasse com Taehyung e acabou indo visitar sua própria família também.
Eu e Taehyung tínhamos tido uma briga feia semanas antes, pois depois da minha formatura na faculdade, eu não quis ir viajar com ele e a família para os montes Alpinos. Não sei. Talvez eu tenha ficado com medo de incomodar.
Dia 23, eu finalmente consegui falar com ele. Taehyung já estava em Florença com a família, que não ficava muito longe de onde morávamos. Apenas duas horas de vôo e eu poderia me jogar nos braços dele.
Isso se, é claro, os vôos não tivessem sidos cancelados pela forte tempestade.
2 horas e meia antes de 00:00.
Eu estava deprimido.
Em toda a minha vida, eu nunca havia me sentido tão sozinho como naquele dia.
Eu não tinha comida em casa – pois quando voltei do aeroporto, todos os mercados já estavam fechados -, Sr. Doguinho estava no veterinário por conta de uma congestão, Taehyung estava à duas horas de mim, Úrsula do outro lado do mundo, e eu completamente sozinho no meu flat.
Passava um programa de variedades enquanto eu ouvia o mundo praticamente cair do lado de fora. Olhei o celular uma última vez só para confirmar de que Taehyung não havia me mandado mensagem. Tudo bem. Eu entendia. Mas ainda assim, meu peito estava apertado.
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Sina
Romance|taekook • fluffy| Sina: adjetivo de destino, predestinado. Jeongguk não tinha paciência para relacionamentos. De todos os tabus existentes, este era o seu maior, até conhecer Taehyung em um encontro às cegas. Mas entre insegurança e sentimentos, Je...