Sina

Zona livre de mentiras

Eu não costumava sentir essas coisas.

Talvez, na infância. Ok. O que era meu é meu e o que é seu também é meu. Tudo bem. Eu era mesmo uma pessoa bastante ciumenta e possessiva. Mas eu estava lidando com isso. Então, eu costumava não sentir essas coisas com Taehyung, até a festa de aniversário do Jimin.

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Depois de semanas evitando Jimin, conseguimos finalmente chegar na casa do Hoseok e arrumar os preparativos para a festa surpresa do aniversário dele. Taehyung ficou encarregado de passar o dia com o Jimin e depois trazê-lo à noite. Todo o esporro por parte dele nas mensagens valeram a pena ao ver o rostinho dele todo vermelho e os olhos cheios de lágrimas.

- Vocês são todos idiotas. Eu odeio vocês.

Foi o que ele disse após a surpresa inicial.

- Ei bebê – senti Taehyung me abraçar por trás perto das bebidas na cozinha e sorri.

- Oi amor.

- Hm... - ele esfregou o nariz no meu pescoço e eu senti quando ele sorriu. – Eu nunca vou me acostumar com você me chamando bonitinho assim.

- Pois se acostume – me virei no corpo dele e joguei os braços em seu pescoço. – porque eu vou continuar te chamando assim, amor.

Taehyung deu um risinho e depois me beijou. Nós estávamos indo muito, muito bem. Nossa relação era estável, cheia de parceria e carinho. Eu estava bem com tudo isso. Não sentia medo, pois Taehyung não me dava motivos para desconfiança, e a insegurança presente em mim estava bem adormecida. Eu poderia até mesmo dizer que estava pensando em dar outro passo no nosso namoro, talvez morarmos juntos. Eu gostava da ideia de acordar todos os dias com Taehyung ao meu lado. Gostava muito.

- Taehyung?

Paramos de nos beijar quando alguém chamou ele. Taehyung olhou para trás com o cenho franzido e logo depois abriu um sorriso enorme ao me soltar.

- Bogum?

E foi aí que tudo desandou.

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De repente, Bogum estava em todos os lugares. Ele estava nas mensagens de Taehyung durante nossos jantares, arrancando-lhe risadas. Estava nas sextas à noite, durante a saída com nossos amigos. Bogum estava penetrando toda a minha vida, até mesmo as minhas quartas feiras com Taehyung.

- Mas Tae... – resmunguei. – Hoje é o nosso dia. Nosso jantar. Você não pode sair com ele outro dia?

- Bebê, desculpa... É que ele está com uns problemas com a família e precisa de um amigo.

- E ele não tem outros amigos?

- Jeongguk – Taehyung riu e deixou um selinho nos meus lábios, tentando desfazer meu bico emburrado. – Ai, não faz essa carinha senão eu jogo tudo pro alto e a gente vai ter que transar a noite toda.

Sorri animado e o puxei para cima de mim na cama.

- Eu apoio – mordi o lábio inferior dele, sentindo Taehyung suspirar e apertar minha cintura.

- Bebê, por favor não faz isso – ele se afastou. – Eu prometo que vou te recompensar por isso – e antes que eu pudesse falar alguma coisa, Taehyung já estava saindo pela porta, de novo.

- Porra, agora eu sou sua segunda opção, é isto? – Úrsula resmungou ofendida, deitada ao meu lado na cama e eu acabei rindo.

- Claro que não. Sempre a primeira.

- Uhum sei. Mas me diz, o que tá havendo entre você e o senhor perfeição?

Suspirei.

- Não sei, acho que eu tô pegando pesado. Eles são só amigos, né? Eu não preciso ficar paranóico assim.