Ao passo do amor 3

22º Capítulo

Olá lindas e larocas! Segue mais um capítulo e este quase que vale por dois por ser tão grande! Espero que gostem foi escrito com muito carinho e sentimento, apreciem e comentem tudinho!
BOA LEITURA

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Nesse dia eu e Liam percorremos um pouco da nossa cidade de eleição. Revendo a história da cidade, revivendo os nossos momentos tão especiais que só a cidade conseguiu guardar esses segredos.
Começamos por tomar o pequeno almoço no nosso quarto. Liam insistiu para irmos para a pequena varanda do nosso quarto, para podermos desfrutar da vista para a cidade de Paris, à qual eu cedi, sentia que só queria dormir e não me levantar, só naquele momento me havia caído a ficha de que eu já não estava grávida, que realmente o aborto tinha sido real.
Ainda de roupão ajeitei o meu cabelo, e maquilhei-me para me tentar animar e fui ter com Liam à varanda, aparecendo por detrás dele abraçando-o, dando-lhe um beijo no seu pescoço e nos seus lábios.
— Hum, posso ter mais por favor?- perguntou Liam agarrando-me cuidadosamente a mão enquanto me sento a seu lado, ficando a encarar-me, e eu ri-me dando-lhe mais alguns beijinhos, aos quais ele retribuía calmamente e com carinho. – Sabes que continuas a ser a mulher da minha vida? Independentemente de tudo aquilo que possa a estar a passar na tua cabeça, por causa do que aconteceu...
Eu parei soltando um suspiro pesado e doloroso.
— É tão complicado. Eu sinto que o meu corpo, rejeitou a oportunidade de eu poder ser mãe de novo. O que é muito frustrante! Eu fiz tudo direito, tive três gravidezes saudáveis, porque é que não podia ter outra Liam? Isto está a destruir-me. É uma parte de mim que se foi, que eu não tive como evitar. Dói muito nem ter tido a chance de o conhecer. Tenho a certeza que ia ser um menino... Igual a ti.
Liam agarra-me de imediato as mãos apertando-as de maneira a confortar-me e olho-o.
— Helena, também me custou muito, nunca te disse nada, porque não queria comparar o meu sofrimento com o teu, mas eu estava tão magoado, não só pelo bebé mas por ti também, ao ver-te de rastos, então tive de te trazer para cá. Sabia que te ia fazer bem mudares de ares e restabelecer energias. E pensei muito e, nós já estávamos a contar com o bebé e se quiseres podemos tentar ter outro.
— Não quero. – corto a sua frase desviando o olhar para a cidade. – Uma vez ainda aguento isto, mas não iria suportar o facto de poder acontecer mais uma vez.- suspirei tensa. – Eu sempre tive pacientes e doentes que passaram por isto e era tão fácil de as ajudar, mas agora que sou eu, quem me vai ajudar?
— Eu obviamente! "Now & Always" lembras-te? Nos bons e nos maus momentos.
Olho para Liam sentindo que só disse porcaria da minha boca para fora, eu sabia que ele estaria ali para mim e eu amava-o por diversas coisas mas essa era uma delas.
Sorri-lhe fraca.
— Obrigada, mas vá vamos comer porque temos um longo dia! – disse pegando num croissant comendo um pouco e Liam tira a sua câmara de fotografar tirando-me uma foto. – Liam! Estou a comer! Vou ficar horrível!
Roubo-lhe a máquina esperando-o distraído para lhe tirar uma foto e quando o faço ele resmunga rindo acabando de comer e olha-me.<

— Até só de roupão ficas incrível! Tens essa noção?
Sinto-me corar um pouco, mesmo depois de tantos anos continua a acontecer, só que apesar de o meu corpo ter essa reação, aprendi a aceitar o elogio e a não desviar o olhar quando ele faz algo assim.
— Tenho, e também tenho a noção que me devo vestir, para podermos aproveitar o dia! Anda lá!- digo levantando-me escolhendo uma saia plissada de cor vermelho escuro e uma blusa branca.
Liam veste-se também e eu ponho a minha boina francesa que comprei da última vez que viemos com as meninas e pus.
Pego a minha mala e vou com ele começar o nosso passeio.
Percorremos os jardins da torre Eiffel que já se haviam vestido de laranja e castanho, devido ao avançado outono que estávamos, mas com um requinte e vivacidade que só Paris saberá ter.
Depois passeamos ao longo da margem do Sena,que espelhava o céu naquele lindo dia, vendo o movimento da cidade, reparando em todo o tipo de pessoas pelas quais passávamos. Depois de tanto andar paramos para almoçar num restaurante perto da Place de la Concorde, onde eu comi o meu habitual Ratatouille.
— Como achas que as meninas estão?- perguntou Liam enquanto saboreava o seu vinho maduro tinto, e eu dei um ar de riso metendo uma garfada à boca comendo.
— A tua perguntar será mais, será que elas estão em casa?- disse olhando-o séria. – Liam, tens de confiar nas tuas filhas! Lembraste como eras da idade delas? Tens de relaxar um pouco!
—Sim lembro-me! Por isso é que estou preocupado!- disse igualmente sério. - Sabes quantas vezes tivemos de sair às escondidas do teu pai? Aquilo que fizemos sempre às escondidas?
Olhei-o bastante séria.
— Sim sei, e lembro-me perfeitamente de tudo! – disse continuando a comer enquanto fico sempre séria. – Mas nós namorávamos, e a tua filha só tem um amigo, nada de mais! Além disso podes ficar descansado que a tua outra filha já não namora.
É a vez de Liam me olhar sério.
— Ela decidiu dar um tempo, porque estava confusa em relação aos sentimentos por outro rapaz.
— A Aurora não me preocupa muito.... Vai ser difícil para ela, mas é mais em diante, encontrou o amor muito cedo.
Estagnei fixa nele sem entender o que ele tinha dito e ele entendera.
— Eu reconheço quando a pessoa encontrou o seu verdadeiro Amor Helena, é muito singular! Tem aquelas características muito particulares, e a Aurora já o teve à frente e não o está a reconhecer porque é muito nova e tenho medo que o perca depois. E custou-me a aceitar ao início, porque eu não queria que ela se envolvesse tão cedo, ela é tão nova e é uma das minhas meninas, tenho o direito de a guardar mais um pouco para mim não tenho?
Sinto um aperto no coração ao vê-lo assim e pouso a minha mão sobre a sua acariciando-a.
— E com tudo isto do bebé, sinto cada vez mais que as coisas estão a passar tão depressa e que não as quero perder tão cedo.- dito isto limpou brevemente os olhos para que não me apercebesse.- Elas estão seguras se estiverem comigo mas com outra pessoa, outro homem, podem não estar!
— Liam, não as vais perder e elas sabem perfeitamente fazer as suas escolhas. Ser pai é saber deixá-las ir ao seu tempo, quando já tiverem asas para voar e elas têm! É por isso, que não queres que a Claire namore? Porque não queres que ela vá com alguém que tu não conheces?
Liam nega.
— Não. Eu só não quero ter que lidar com o facto de ela se apaixonar verdadeiramente pelo filho daquele idiota. Sei que pode não ter nada a haver com ele, mas é como se lhe desse uma vitória. E se puder evitar que ela o faça, teria mais tempo comigo e não lhe daria esse gozo.
— Liam é a felicidade da tua filha.
— Eu sei, é por isso que te disse que não quero ter de lidar com isso.