24º Capítulo

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Olá lindas e larocas! Estão bem? Como foi a vossa semana? Espero que estejam todos bem! 
BOA LEITURA

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No dia seguinte, David encontrava-se no seu quarto, sentado na sua secretária lendo e relendo todas as cartas de Claire, sentindo-se uma criança na manhã de Natal, quando recebe o que quer.
Pegava na primeira carta sentindo o perfume que dançava com os seus sentidos, lembrando-se de cada traço dela e imaginando-a a escrever a carta e borrifando o papel com o seu perfume de eleição.
Esse pensamento deixou ainda mais claro e assertivo todos os devaneios e dúvidas de David em relação àquele ser fantástico. Ele estava rendido , seria impossível não se apaixonar por ela, aquela maneira doce e encantadora, desarmava-o. Nunca tinha visto alguém assim, já conhecera imensas raparigas e muitas quiseram tentar alguma coisa com ele mas nunca se interessou por alguma delas.
E ela tem sido o seu escape, se se focar nela tudo o resto desaparece e consegue lidar melhor com o seu pai e tudo.
Restava-lhe agora saber o que iria fazer com a conclusão a que tinha chegado.
Se admitir-lhe, se tentar ignorar, se admitir e esconder o verdadeiro sentimento do seu pai.

Querido David,

Espero que estejas bem, e fico imensamente feliz por teres arranjado uma maneira de contornar esta situação, só para poderes falar comigo.
O meu coração encheu-se com o teu gesto e sinceramente desconheço a razão pela qual despontou esta reação, mas agradeço-te imenso por o teres feito.
Não sei se é amor isto que me vai dentro da alma e a deixa num reboliço, ainda é cedo para dizer. Mas uma coisa sei, e é que eu adoro estar contigo e falar contigo.
Faz-me bem, e é tão mágico quando estamos juntos. Admito que no início não te achava muita piada e pensei que só te querias aproveitar de mim, aliás não seria novidade!
Nunca achei que algum rapaz se fosse interessar verdadeiramente por mim e tu estás a fazê-lo e ...

David suspende a leitura olhando para a porta quando o pai a abrira fazendo algum barulho e este esconde as cartas suspirando, olhando para Luke com um ar bastante triste e aborrecido.
— Precisamos de reunir agora! – diz ele sério olhando o filho com bastante indiferença dirigindo-se ao seu escritório, ao qual David se levanta e o segue sem questionar.
Pressentia que o que ele gostaria de falar seria nada mais, nada menos que "O Baile de Máscaras". Ele tinha andado a evitar ter essa conversa e não queria dar detalhes sobre o que acontecera. O plano era ele ficar sempre à vista, aos olhos de todos e ele a dada altura, havia-se escapado com Claire para fora da multidão, deixando Luke furioso.
David entra sentando-se na cadeira de escritório vendo o seu pai andando de um lado para o outro, encarando-o de quando em vez e bafejando de raiva abandando a cabeça em negação.
— Como é que tu, seu fedelho! Pudeste fazer o que fizeste? Não sabes seguir um plano como deve ser! – bradou ele contra David e completamente perdido em fúria.
David manteve-se calmo.
— Tu próprio disseste que querias que eu agisse da maneira mais natural possível!
Os olhos de Luke encheram-se de uma escuridão profunda.
— Mas isso não implicava que saísses dali!
— Isso só faria com que ela desconfiasse, e além do mais, eu pu-la mais à vontade sem toda aquela gente à volta! Consegui mais informações, do que as que iria conseguir, o relatório já está na tua secretária desde Domingo. Alguma questão? – disse bastante prático e não esperando mais nenhuma pergunta. Tinha aprendido com o pai a estar sempre um passo à frente no que ele pedia, considerava que estava a escapar-se de ter de admitir toda a informação que ocultara a fim de proteger a Claire, porque ele estava completamente rendido a ela. Mas esse devaneio, não havia escapado ao olhar atento de Luke.
— Muito bem. – riu seco olhando em volta. - Agora explica-me quando me ias contar que o Liam proibiu a filha de falar contigo? Ou de te ver, ou de estar contigo?

David empalideceu completamente, sentiu-se ficar sem chão, sem apoio de ninguém.
— Agora resta-me saber se estás a fazer isso, porque não te queres envolver mais nisto, ou se estás a começar a ter sentimentos por ela e a queres proteger, de mim! – riu encarando-o com satisfação ao ver o pânico na face dele. – Mas eu apostaria na segunda opção...
David não se mexeu ficando demasiado constrangido e preocupado, por não saber que estava a ser mais vigiado do que esperava.
— Oh meu querido filho! Não te censuro! Eu amei a Helena de uma maneira louca, e entendo que também o faças com a filha dela, afinal a genética é a mesma não é? – riu.
— Mas se já não a amas, porque estás a fazer isto?- perguntou o jovem sem o encarar.
Luke ri seco como costume e senta-se olhando o filho.
— Eu ainda sou capaz de reacender a minha chama por ela, sabes é difícil não se apaixonar por ela quando se a conhece... E a vingança precisa de ser feita não achas?
David abre a boca para proferir alguma coisa mas fecha-a de imediato quando a mãe abre a porta do escritório interrompendo toda a adinâmica que o pai havia planeado.
— Filhote, o Ian está lá em baixo prepara-te para o treino!- sorriu esperando que o filho a seguisse, o que este fez indo para baixo e equipando-se para praticar a sua lição de esgrima com Ian.
Foi um hábito que ambos criaram. Tinham deixado as competições nesse ano, mas gostavam de o fazer por puro lazer e não perder a prática.
Ian visionava o seu espadachim verificando o seu estado quando David entrou pela sala.
—Então onde está a minha correspondência? – pergunta empolgado desconcentrando por completo Ian.
Este riu e retira da mochila o pequeno envelope perfumado entregado nas mãos sedentas de David que inala o seu perfume fazendo o cambalear de romance e sentimento.
— Quem te viu e quem te vê? Nem quero imaginar o que vais fazer quando o Liam puser fim a esta estupidez. – riu Ian olhando-o.
David sente as faces enrubescerem-se um pouco ficando envergonhado.
— Nem sei... Ou melhor, até sei mas não me queria precipitar... - disse sem qualquer tipo de segunda intenção.
— David, não vais fazer o que estou pensar pois não? – questiona desconfiado e perplexo o amigo pelas palavras proferidas.
— Não é nada disso! – suspirou de frustração. – Eu quero pedi-la em namoro, acho que ela é desse tipo, sabes? Gosta exatamente de saber o dia que começa, para contar dias e meses e anos...- riu pensando.
Ian encara-o com um sorriso um tanto promiscuo e com uma certa dose orgulho ao ver o que o amigo crescera nos últimos meses.
— Não precisas de que o Liam acabe esta tortura... Sabes perfeitamente que te damos cobertura se precisares! Apenas faz as coisas bem feitas, a Claire não merece menos...
Dito isto colocam as máscaras e começam o seu treino, com clara evidência que Ian estava a pontuar muito mais.
—Então? Que se passa? Teu pai outra vez?- perguntou sério Ian e Davi assente sem dizer nada como se não quisesse dar importância.
— Olha... E a Malia, como está essa vida de recém comprometido? – sorriu-lhe bebendo água, mudando de assunto.
Ian dá uma nova feição, a dita apaixonada louca e perdidamente.
— Sabes como é... O costume! – riu ficando um pouco envergonhado. – Agora que o Natal está a chegar estou com a corda ao pescoço, tenho de dar uma prenda e não faço a ideia do que dar, apesar de a conhecer muito bem. Já pensaste em dar alguma coisa à Claire, ou queres escapar à data?
David pensa e assente.
— Já tinha pensado sim, apenas sei que não vai ser difícil de escolher, já tenho algo muito preciso em mente!
— Tens mais sorte que eu, a Malia gosta de tudo!

Ao passo do amor 3Onde histórias criam vida. Descubra agora