ventuno

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Meu sonho com a lembrança, que talvez não fosse lembrança, foi interrompido quando despertei ao sentir meu corpo ser balançado.

Abro os olhos dando de cara com o rosto de Dean e um céu escuro e estrelado acima de sua cabeça. Olho para baixo, vendo um gramado verde.

— Você tá me carregando no colo? – Pergunto, chocada e confusa. Dean dá um pulo de susto e seus braços me soltam. A parte de trás do meu corpo bate com tudo no chão duro coberto por grama – Puta merda. – Gemo de dor.

— Caralho – Dean paira acima de mim. – Puta merda, foi mal, se tá legal?

— Eu quero tanto te bater agora. – Resmungo com dor.

— Escuta, eu só tava te carregando porque você dormiu, na real eu pensei em te balançar até acordar, mas você tava roncando tão alto e...

— Eu não ronco. – Tento levantar, mas paro ao sentir minha lombar e cabeça doer.

— Talvez, mas com sua baba, talvez precise cobrar um banco novo.

— O quê? – Sento com rapidez, sentindo tudo rodar. Levo uma mão à cabeça. – Eu que deveria te cobrar, acho que quebrei meu crânio.

— Qual é. – Ele revira os olhos e estica a mão.

Aceito a contra gosto e ele me puxa para cima. Cambaleio pela tontura e levo minhas mãos aos seus ombros para me equilibrar. Dean se assusta com o movimento repentino e cambaleia para trás, acabando por usar minha bunda para recuperar o equilíbrio.

Dou alguns passos para trás, afastando suas mãos de mim e chuto a sua canela com força.

— Qual a porra do seu problema? – Ele leva à mão a canela, mas acaba se desequilibrando e caindo de bunda no chão.

— Você – Me afasto e olho ao redor. Estamos parados no jardim da entrada de uma casa branca, bem maior que a casa em que ele mora, mas de mesmo estilo. Meu rosto esquenta quando percebo que há cerca de vinte Ghostins ali na frente, nos encarando – Eles estão aqui faz tempo? – Sussurro para Dean, recuperado, parado atrás de mim.

— Sim – Murmura com raiva – E eu só tava limpando sua bunda, está suja de grama e terra.

Levo minhas mãos a bunda e me viro para ele, brava. Até parece que eu caio nessa.

— Onde é meu quarto?

— Seu quarto? – Ele dá risada. Arqueio a sobrancelha.

— Ok, eu encontro um – Dou as costas – Traga minha mochila, por favor. – Saio andando, passando por aquele bando de caras que me seguem com o olhar até dentro da casa.

Quando sumo da vista de todos, me encosto à parede mais próxima da sala e levo as mãos a testa, quase desmaiando de vergonha. Passos soam pela escada, até uma cabelereira verde surgir a minha frente. Martina me encara confusa.

— Vai desmaiar?

— Talvez. – Murmuro, me desencostando da parede.

— Eu não recomendaria isso, ninguém aqui saberia o que fazer, acredite em mim.

— Eu acredito – Desvio o olhar para a sala ao nosso redor. Tudo é decorado em tons pretos e brancos. Paredes brancas, chão com um piso preto e um sofá gigante preto – Onde posso dormir? – Martina sorri maliciosamente.

—Vai dividir o quarto comigo e outras duas garotas.

— Devo temer?

— Talvez.

— Talvez

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