quarantadue

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Termino de vestir a jaqueta e puxo o cinto de segurança, passando ao redor do corpo e travando. Os dedos de Dean batucam contra o volante no ritmo da música que toca no rádio, seus olhos aparentemente na estrada, mas já desviaram várias vezes na minha direção enquanto terminava de me vestir.

— Fala – Peço quando o vejo olhar para mim pelo canto de olho mais uma vez.

Enquanto eu levei quase dez minutos para voltar a me vestir dentro do carro apertado, Dean fez em apenas cinco e começou a dirigir em direção à sua casa. Um sorriso se abre lentamente em seu rosto, até o tomar por inteiro.

— Essa foi a transa mais engraçada que já tive. – Dean revela, seguido de um riso. Reviro os olhos e puxo o quebra-sol do carro para baixo, tentando ajeitar o cabelo.

Assim que terminei de vestir minha blusa e calça, estava saindo do carro para ir para meu próprio carro e seguir em direção a sua casa, mas Dean me agarrou antes que eu pudesse alcançar a maçaneta e bem... beijos no pescoço são meu ponto fraco e quando vi, tinha concordado em um de seus comparsas levar meu carro para sua casa, depois de ele prometer que ele chegaria em segurança, se não, teria que lidar com os custos. O carro saiu a nossa frente, e a essa hora, com Dean parecendo dirigir devagar de propósito, já deve ter chego.

— Não é sua cabeça que vai doer amanhã.

— Eu falei para eu ir por cima – Reviro os olhos. Fecho o quebra-sol e me viro para o olhar.

Ele está só com a blusa de mangas curtas branca, sua jaqueta jogada aos meus pés. Acompanho com os olhos enquanto ele abaixa a mão para trocar a marcha e seguro seu braço. Sinto seu olhar em mim enquanto passo o dedo indicador da outra mão pelos traços pretos, reconheço uma cruz em quase todo o antebraço interno, um corvo apoiado em cima de uma caveira no pulso e 'família" em italiano no meio de outros desenhos.

— Suas mãos estão frias – Ele murmura e eu abro um sorriso, liberando seu braço.

— Estou surpresa por você não tentar se gabar.

— Pelo que? – Ele franze o cenho, pela janela atrás dele, vejo que saímos da área arborizada do racha – Por você me permitir transar com você?

— É? – Ele revira os olhos e dá a seta.

— Se quiser eu falo, mas você não pode me dar um soco.

— Fique quieto então. – Murmuro e volto a me sentar para frente, ficamos em silencio por alguns minutos, até eu não aguentar mais: - Eu tenho uma pergunta – Dean geme em protesto.

— Não, não depois da transa. – Bufo.

— A gente se beija, transou, e eu nãos ei quase nada de você. – Ele abre um sorriso.

— Eu sei muita coisa sobre você.

— Mas eu não – Cruzo os braços sob o peito em indignação, Dean vira o rosto e agora tem os olhos fixos na região.

— Se eu responder a gente pode foder de novo?

— Não fale foder, me sinto uma... qualquer – Ele faz careta e pega uma mecha do meu cabelo, seu olhar se desviando de volta para a rua.

— Prefere fazer amor? – Reviro os olhos.

— Transar está bom – Ele puxa meu cabelo e eu dou um tapa em sua mão, o fazendo largar – Por favor vai? – Tenho a cara de pau de fazer biquinho o que o faz suspirar.

— Tá, mas a cada pergunta que fizer, eu faço outra. – Penso por alguns instantes, até perceber que ele deve saber mais sobre mim do que eu espero e assentir.

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