cinquantuno

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Dean Bianchi

Pietro é como um maldito velocista, e quando vejo, ele já está arrancando com o carro do estacionamento do hospital.

— Porra por que você deixou as chaves no carro? – Pergunto para Dante que vê seu carro sumir junto com nosso primo, reviro os olhos e bato em seu peito, começando a correr em direção ao meu carro, Ettore e Dante atrás de mim.

Assim que as portas deles se fecham, acelero em direção a saída, torcendo para que alcance ele, o olhar de decepção de Bela na minha mente é um bom combustível para me fazer acelerar e Ettore xingar quando sua cabeça bate no teto do carro.

Mas ela entenderá, todos eles entenderão, repito para mim mesmo enquanto estaciono o carro no estacionamento ao lado da delegacia em tempo recorde.

— Merda ele chegou – Olho para Dante e então acompanho seu olhar pelo retrovisor, seu carro está parado na frente da delegacia, as portas ainda abertas e a seta piscando, Dante resmunga enquanto saímos do carro – E dirigiu mal pra caralho, juro que se ele tiver arranhado...

— Isso é realmente importante agora? – Ettore o interrompe enquanto atravessamos o estacionamento a passadas rápida.

— Senhor – Paramos de andar próximo ao guichê na entrada do estacionamento, onde um garoto acena na nossa direção, um papel na mão – Seu ticket.

— Foda – Dante bufa. Volto alguns passos e me aproximo do garoto, pegando o ticket.

— Se estiver indo na delegacia, temos um convenio, só preciso de uma assinatura e fica de graça – Ergo o olhar para ele.

— Assinatura?

— Assinatura.

Merda, eu sou um gênio.

— Anda logo Dean, a essa hora Pietro já está na sala do Luigi – Guardo o ticket dentro do bolso da jaqueta e me apresso atrás deles, atravessamos a rua correndo.

O edifício de cinco andares quase não abriga nenhum presidiário dentro, a maioria é transferido para a delegacia de Ammou, e isso sempre enfureceu meu tio. Seu trabalho basicamente era investigar roubos de lojas e prender universitários que andam pelados nas ruas.

Quando a primeira acusação de assassinato bateu em minha porta, e a levei para ele, pensei que ele ficaria deveras interessado em resolver, mas pelo contrário, ele tratou como um caso normal, tanto que hoje, dois anos depois da primeira morte, ele não achou o culpado. Solto um riso de raiva enquanto atravesso a porta de entrada da delegacia, havia tantas pistas na minha cara, mas preferi ignorar e confiar no meu tio, o único familiar que nos restou.

— Oi gatinha – Dante sorri para a secretária, que ergue tediosamente o olhar do computador – Viu um cara maluco por aqui?

— Vão querer invadir a sala do delegado também?

— Valeu pela informação – Dante acena com a cabeça em direção ao corredor, a secretária grita quando passamos por ela sem autorização, e um guarda tenta nos alcançar, para uma tarde de segunda feira, esse lugar está vazio.

Me apresso pelo grande corredor e consigo abrir a porta da sala do filho da puta, quando dois policiais me seguram pelos braços. Dentro da sala, vejo Pietro gritar e apontar o dedo para seu pai, e solto um palavrão quando ele diz o nome de Zach.

— O cara acabou de quase assassinar uma garota porra, faça alguma coisa. – De Luca se recosta contra sua cadeira, sua face tranquila, ele desvia o olhar para nós, então acena com a mão e os dois filhos da puta me soltam.

OverdoseOnde histórias criam vida. Descubra agora