cinquantadue

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Giovedi

São sete da manhã quando atravesso o gramado da casa dos Bianchi no dia seguinte com Zoe ao meu lado. Não consegui dormir à noite, fiquei virando na cama e checando meu celular a cada minuto esperando uma mensagem de meu irmão, que só surgiu as cinco da manhã e que me fez querer ir atrás dele no mesmo momento, mas Zoe conseguiu me segurar no quarto até seis e meia.

— Será que isso é ser uma fugitiva? – A loira pergunta enquanto atravessamos o gramado apressadas – Quero dizer, tinha Alphas dormindo no nosso hall!

— Eles querem saber como pretendemos foder eles.

— Pela conversa que você me contou que teve com o diabo loiro – Solto um riso pelo apelido – Eles estão bem seguros que não poderíamos os foder.

— Então pelo visto o diabo loiro mentiu – Solto um suspiro e aperto a campainha – Mas sinceramente? Gostaria de saber o que eles acham que nós sabemos para poder saber o que fazer. – Zoe me olha com uma careta.

— São sete da manhã e eu nem tomei café, não entendi porra nenhuma do que disse.

— Tá aberta! – Alguém grita de lá de dentro e Zoe abre a porta.

— E pelo visto acordar cedo e não comer te deixa de mau humor – Zoe me lança um olhar de raiva por cima do ombro. Ergo as mãos em rendição e enquanto ela invade a cozinha da casa, fecho a porta atrás de mim e vou para a sala.

Dante dorme estirado no sofá, acho que ouve um ronco sair de sua boca, enquanto Fran desenha algo em seu rosto com uma caneta, Martina e Pietro conversam em voz baixa do outro lado do sofá, Matteo e Ettore estão no meio, comendo cereal enquanto assistem o jornal da televisão, ouço Zoe conversar com alguém na cozinha, deve ser Dean.

Tiro o crocs e piso no tapete felpudo, me encosto contra o encosto do sofá e encaro a obra de arte de Fran, Dante tem um monocelha, um bigode e um pau desenhado na bochecha, mordo o lábio para evitar escapar uma risada e pego o celular, tirando uma foto.

— Então, cadê o gravador? – Pergunto quando Fran tampa a caneta e se afasta, Dante se remexe abaixo de mim, mas não acorda. Matteo suspira e vira o rosto para mim.

— Bom dia doce irmã. – Reviro os olhos, me aproximo do encosto mais próximo de si e me inclino, deixando um beijo em sua bochecha.

— Melhor?

— Não, eu tive que me esconder na floresta e arranhei o braço. – Matteo ergue o braço, esfregando no meu rosto um pequeno corte nele.

— Explique – Peço. A voz de Zoe e Dean se aproximam da sala, e quando olho por sobre o ombro, vejo os dois saindo da cozinha com sanduiches nas mãos.

— Ettore descobriu quem tava dormindo naquele quarto e pediu para ela pegar o gravador, mas ela não poderia sair pelo hall porque tinha um idiota vigiando lá, então me entregou pela janela – Zoe se encosta ao meu lado e o cheiro de presunto sobe pelo ar, fazendo meu estomago roncar – Um deles me viu e tive que me esconder na floresta. Você não me disse que eles sabiam do gravador.

— Não achei que eles soubessem, o policial não me falou exatamente o que estava procurando.

— Eles sabem – Desvio o olhar para Dean sentado no braço do sofá perto da cabeça do irmão – De Luca me mostrou um e falou sobre ter interceptado ou algo assim, provavelmente queriam se certificar de que não havia cópias – Ele franze o rosto em uma careta e dá uma mordida no sanduiche – O que tem nele?

— É o que todos queremos saber – Fran se aproxima e dá um tapa na testa de Dante. Arregalo os olhos surpresa pelo gesto, não mais do que Dante que acorda em um pulo e quase derruba Dean – Acorda otário.

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