epílogo

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Doi settimana dopo
(Duas semanas depois)

Meus olhos estão vendados enquanto desço do carro com a ajuda de Kaori.

Não sei para onde ela nos trouxe, não tive muito tempo de conseguir explicações antes de ser abordada saindo da delegacia após conseguir um estágio, o que ainda é irreal para mim, mas acontece que nossos nomes acabaram saindo em todos os jornais pela ilha, Itália e até outros países, o meu, de Zoe e Kaori como "as garotas universitárias que conseguiram prender uma gangue de criminosos e assassinos e entregaram um esquema de corrupção entre delegacias de Piena" e quando vimos, nossos celulares não paravam de tocar.

Estico as mãos para frente, tentando me orientar, o que não ajuda em nada, aos tropeços e com as mãos em minhas costas, K me guia por alguns metros até finalmente tirar a venda dos meus olhos. Franzo o cenho ao ver a fachada do Roccia Ribelle, fechado, o restaurante voltou a funcionar antes de ontem, desde então anda lotado em todos os turnos, à noite, quando os Ghostins tomavam conta, acabou deixando de ser deles e se tornou uma espécie de pub.

Dean não voltou atrás na decisão de acabar com os Ghostins, o que deixou todos meio perdidos, e os integrantes mais velhos, furiosos.

Acontece que os documentos falsificados por Martina foram aceitos, e De Luca deve ter surtado quando recebeu sua pena de cinquenta anos de prisão -ele era "apenas" o mandante, já os alphas acabaram pegando uma perpétua-, porque aceitou relatar alguns membros da gangue em troca de diminuição da pena, o que fez Dean ajudar a polícia mais uma vez em troca de livrar o grupo que comandavam: entregou os arquivos dos membros que faziam as coisas mais sujas com De Luca, e acabando com a chance dele de ter a pena diminuída.

Foi uma ideia perigosa, afinal, eles pegaram uma pena menor e soube que alguns irão até serem absolvidos, o que me fez temer a vida de todos e aceitar estagiar na delegacia para ficar de olho caso algo aconteça. Obriguei todos também a terem uma arma para sua própria segurança, quer eles gostem ou não, Dean se recusou, mas aceitou meu canivete de presente, o mesmo que ele enfiou no braço do tio e impediu que uma das balas atingisse seu peito, nunca fiquei tão grata pelo canivete e acabou que todos adquiriram um, até as garotas.

Sem mais uma gangue para tomar conta e com os membros que tomavam conta das drogas na SMD sem saber o que fazer e precisando de dinheiro, os garotos decidiram tomar conta dos negócios que ficaram em seus nomes e ofereceram empregos, o RR sendo agora a maior fonte de lucro é administrado por Lorenzo, o chefe da casa e que quer mudar todo o local.

Além disso, Matteo comentou sobre estarem tentando usar o que sobrou do dinheiro sujo para abrir alguma ONG e ajudar o hospital, e quase chorei de felicidade ao ouvir isso.

— A surpresa era vocês me levarem para o RR? – Pergunto a Kaori e Zoe que desce do carro da primeira. As duas andaram mais próximas nos últimos dias, assim como Fran.

— Você não entrou ainda – Ergo a sobrancelha para K, mas dou de ombros e forço a porta, apesar da placa virada para o lado "fechado", ela abre e o sino acima dela anuncia nossa presença.

O lugar está escuro, e o sol sumindo no horizonte não ajuda muito, então aperto o interruptor. Martina, Pietro, Ettore, Francesca, Dante, Matteo e Dean pulam na minha frente assim que as luzes se acendem e gritam "surpresa".

Arregalo os olhos e dou um passo para trás, levando a mão que não segura a maçaneta da porta ao peito, tomada pelo susto. Zoe volta a me empurrar para frente e entra no lugar com K, fechando a porta atrás de si. Só então reparo na faixa que penduraram na viga acima do bar, escrita "Buon compleanno", franzo o cenho.

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