trentanove

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Mercoledi

Eu estava no caminho para o refeitório durante o intervalo quando senti meu braço ser puxado em direção a um armário de limpeza. Tropeço em meus próprios pés, minha mochila cai no chão e eu arregalo os olhos, sem reação, que merda é essa? O local fica completamente escuro, pela falta de qualquer janela no pequeno armário, e quando sinto meu corpo ser pressionado contra a porta, penso em gritar ou bater no responsável.

Sinto sua mão perto de mim, e em segundos, uma luz ilumina o local e o sujeito, reviro os olhos, por que não estou surpresa? Na verdade, minha adrenalina está em alta, mas ele não precisa saber.

— Eai? – Suas mãos soltam meu braço e ele dá um passo para trás, me permitindo respirar fundo.

— Você realmente merece um soco – Mexo os ombros, tentando aliviar a tensão – E não é de hoje. – Dean abre um sorriso para mim e cruza os braços.

— Você pode tentar – Arqueio as sobrancelhas – Mas não agora. – Bufo.

— Irritante – Suspiro e o olho séria – Qual foi o motivo disso? – Dean perde o sorriso, seu rosto assumindo a comumente expressão séria.

— Eu tenho um plano. – Franzo a testa, confusa.

— Para que?

— Descobrir o traidor. – Me desencosto da porta, prestando atenção.

— Primeiro: - Ergo um dedo – Você não poderia mandar uma mensagem como uma pessoa normal? Eu quase te bati. – Ele revira os olhos.

— Não somos normais. – Ele tem um ponto.

— Que seja, faça isso de novo e vai se arrepender.

— Pensei que tínhamos passado dessa fase. – Arqueia as sobrancelhas.

— Nunca. Qual o plano? – Ele suspira, parecendo querer ter continuado o outro assunto.

— Ok. Lembra daqueles galpões que você participava das entregas? – Assinto – Vou transferir uma parte do Luccichio de cada galpão para o celeiro dos rachas, são seis galpões no total, e dividir todos os Ghostins que tem acesso a eles em grupos para cada um – Franzo a testa. – A gente pesou o estoque antes de avisar dessa nova entrega, se alguém decidir pegar algo, vamos descobrir.

— Como saber se eles vão entrar em contato com alguém de fora antes ou durante a transação?

— Vamos vigiar cada um, tem câmeras também, mas é melhor evitar.

— Ok, e o que eu faço?

— Pode ir vigiar o maior galpão comigo – Semicerro os olhos em sua direção – Não reclame depois por ter ficado de fora. – Suspiro.

— Ok, quando?

— Hoje às onze, avisei eles ontem à noite, para se prepararem para qualquer coisa.

— E se na verdade tiverem vendendo drogas sem contrabandear, para o assassino? – Cruzo os braços.

— É um risco – Ele assente em concordância – Se for assim, temos uma lista dos compradores, podemos verificar ela. Mas há alguém passando a mão em nós, vamos pegar alguém de qualquer forma.

— Ok. – Descruzo os braços, me dando por satisfeita.

— Vamos precisar ir no seu carro, eles não o conhecem.

— Ok passo na sua casa às dez. – Dean franze o nariz.

— Pensei que ia falar "te pego as dez". – Ele tenta imitar minha voz.

OverdoseOnde histórias criam vida. Descubra agora