Anne acordara com o coração leve no dia seguinte. Aprontara-se e logo desceu, sentindo o cheiro de pães frescos na cozinha.
-Bom dia, Marilla! – Anne beijou a mulher e já andava agitada pela cozinha para pegar os pratos e talheres.
-Bom dia. – Marilla comentou suspeitando o humor radiante demais da menina. – O que houve para estar tão animada? Ontem parecia meio quieta demais.
-Nada que o ar de Avonlea não resolvesse! – a menina sorria de forma positiva. – Preciso ver a senhorita Stacey depois do café e de ajudar na casa, tudo bem?
-Ah, claro. – a senhora balançou a cabeça revendo sua Anne agitada e cheia de tramoias que conhecia.
Depois do café, Anne subiu em Belle e trotou até a casa da senhorita Stacey.
Ficou feliz de ver que a mulher estava nos jardins estendendo um lençol no varal.
-Anne! – a mulher sorriu e acenou abrindo a portinhola para que Anne entrasse com o animal.
-Que bom que está em casa, precisava falar com a senhora. É urgente! – pediu amenina pegando a bolsa que estava presa em Belle.
As duas entraram e Anne terminava de tomar um chá enquanto a senhorita Stacey lia as páginas de Anne com um grande surpresa e fascínio.
-Anne... você sempre foi uma das minhas melhores alunas, sua escrita muito impecável e possui um vocabulário muito extenso, mas isso aqui... é uma obra de arte.
-Eu precisava por meus sentimentos para fora e a escrita é minha fuga. Admito que jamais pensaria nisso, mas... Gilbert acabou lendo e germinou uma questão em mim.E se eu publicasse? – Anne olhou para a senhorita Stacey em expectativa e receio.
A mulher levantou, tomada de energia. Ela folheava os papeis, reavaliando-os.
-Vejo potencial, Anne. Isso aqui pode ser só o começo de algo bem mais completo. Eu conheço algumas editoras. Posso mandar uma cópia para um amigo meu e vermos o que ele nos diz, o que acha? Aí teremos a opinião de um especialista.-Muito obrigada, senhorita Stacey! – Anne abraça a mulher que sorri. Era um dolorosa alegria ver seus pupilos crescerem e voarem.
-Mandarei agora mesmo um telegrama para ele. Pode deixar que devolverei logo seus escritos!
Anne saiu da casa de sua antiga professora com uma sensação de esperança e expectativa. Ela jamais imaginaria aquilo, mas a opinião da senhorita Stacey foi seu primeiro passo para acreditar que talvez tivesse realmente potencial. Enquanto trotava com Belle de volta para Green Gables, ela vislumbrou Jerry a porta dos Barry. Por um momento estranhou e pensou em ir lá, mas lembrou das aulas de piano que constrangedoramente a mãe de Diana havia proposto.
-Que Deus dê forças a minha amiga. – murmurou Anne indo para casa.
***-Fique a vontade, senhor Baynard! Logo Diana descerá! – informou a governanta.
Jerry ficou meio sem jeito, parado a porta retorcendo a camisa sem saber o que fazer.
-Jerry. – Diana sussurra descendo as escadas.Jerry contempla a linda visão de Diana com um vestido azul claro que contrastava com seus cabelos negros e ondulados. Seu coração bateu forte contra o peito e se perguntou como conseguiria fazer isso sem roubar um beijo da moça.
-Sinto muito por isso. – ela sussurrou percebendo que não havia ninguém a sala.-Não achei certo recusar um convite de sua mãe. – Jerry comentou enquanto os dois caminhavam até a sala de estar.
Diana levantou a tampa do piano e indicou para Jerry sentar-se ao seu lado na banqueta. Os dois ficaram alguns segundos lado a lado, olhando as teclas do piano, os braços tocando-se e as respiração um pouca alterada.
-Quer tocar algo para saber o que sabe? - Diana pigarreia e sai do transe, tentando soar profissional.
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A LOVE STORY || AWAE
Romance{ᴠᴇʀsãᴏ ᴀʟᴛᴇʀɴᴀᴛɪᴠᴀ - 𝟺ª ᴛᴇᴍᴘᴏʀᴀᴅᴀ} Anne estava vivendo seu sonho, estava finalmente em Queen's University com sua melhor amiga, havia aceitado seus cabelos ruivos e, acima de tudo, Gilbert havia declarado seu amor antes de ir para Toronto. O que...