NOTA DA AUTORA: EU PULEI UM CAPÍTULO E VOCÊS NEM ME AVISAM??? COMO ASSIM? KKKK
Só ajustando para leitores futuros mesmo ♥
Bertha Marilla
Tive que dizer que jantaria com Cordélia. Primeiro porque seria estranho explicar que Tommy me convidou para jantar. Segundo porque Nan e Di com certeza ficariam np meu pé uma vida inteira se soubessem, para elas é Tommy na terra e Deus no céu, e terceiro porque sei que papai criaria algum motivo para eu não ir.
Gilbert Blythe com certeza não era um fã do Tommy e eu não sei explicar o porquê.
Uso uma blusa de botões azul claro com uma saia com rendas bordadas, com carinho, pego a fita azul desbotada que era da vovó e que agora mamãe havia me dado e uso para trançar meu cabelo de lado. Um pouco mais arrumada, mas não tanto para mostrar que me importo demais para a ocasião.
Grito que já estou indo já na porta, não queria que ninguém me visse sair. Ando um pouco nervosa, alisando a saia toda a hora e ajeitando as mechas do cabelo que teimavam em cair da trança.
A mansão dos Gardner não era longe, logo eu a avisto atrás das altas árvores que a protege. Confiro a cesta com pães e licor antes de tocar a campainha. Vejo pelo reflexo da vidraça que pareço desconfortável, mas não há o que fazer; eu realmente estou.
Eu amava os Gardner. Winnie era uma mulher incrível, adorava ouvi-la falar de Paris e das suas aventuras, ela tinha um senso de humor tão afiado que eu amava demais por isso. E Roy... Roy era um cavalheiro nato, amava suas histórias e eu aprendia tanto com ele. Mamãe dizia que eu e o tio Roy éramos espíritos afins, tínhamos tanto em comum que era assustador e incrível. Mas a medida que eu e Tommy fomos implicando cada vez mais um com outro eu diminui minhas vindas as terras Gardner. Mas eu vinha e acho que ele também gostava que eu vinha, só para podermos soltar uma piada ou implicar um com o outro. Até o dia em que uma de suas pretendentes apareceu nos jardins para passear com ele no ano passado, desde então eu me neguei a vir.
Enquanto eu repassava isso na cabeça, mal percebi a porta se abrindo e os braços esguios de Winnie me abraçando com força.
-Rilla! Está tão linda, tão grande! – ela me apertava e ria.
-Oi, tia Winnie.
-Entre, entre! Mal acreditei quando Tommy nos contou, estamos muito feliz que tenha vindo! – ela estende a mão e entrego meu casaco e a cesta.
-São pãezinhos fresco. - comento.
-Pelo cheiro foi Anne que fez. Mande um abraço a ela!
-Claro. – digo, mesmo que minha mãe achasse que estou em outro lugar agora.
-Rilla! – escuto uma voz forte e sorrio antes de ver a pessoa.
-Tio Roy! – me antecipo e vou de encontro a seu abraço.
-Por Deus, vocês não param de crescer? Querida, estamos ficando velhos. – comentou o homem sorrindo.
Então vejo Tommy surgir da cozinha, ele estava com um pouco de farinha na bochecha, então devia estar ajudando no jantar.
-Boa noite, Tommy. – cumprimento-o um pouco formal, mas tento sorrir, mesmo que eu tenha ficado meio nervosa do nada.
-Obrigada pela ajuda querido. Porque não faz companhia a Rilla enquanto eu e seu pai terminamos o jantar? – comenta Winnie.
Sinto que Roy e Tommy a encaram confusos, mas logo a mulher puxa o marido e me deixa a sós com o rapaz na sala de estar. O cômodo ficou tão silencioso que se tornou constrangedor.
-Ah... você está muito bonita. Quero dizer, azul fica bem em você. Não que outra cor não fique mais...
-Obrigada. – digo antes que ele se enrole demais. Me aproximo e toco em sua bochecha. – Você está com farinha no rosto.
-Ah, me desculpe. – ele sorri de forma envergonhada e tenta limpar o resto.
Olho em volta e vejo o piano que já pude tocar algumas vezes quando criança e nas estantes de livros.
-Aqui parece menor do que quando eu me lembrava.
-Deve ser porque você cresceu mais. Você nunca comentou porque não quis mais vir aqui em casa.
Tommy indica a poltrona e eu me sento ao seu lado.
-Achei que poderia causar algum incômodo.
-Incomodo? Mas meus pais amam você e... eu gostava das suas visitas.
-Bom, suas pretendentes não gostavam muito. Decidi que estávamos ficando um pouco velhos e o poupei de um constrangimento maior. – comento.
Tommy não responde, ele parece confuso e chateado com alguma coisa, então decido mudar de assunto.
-Ainda toca? – pergunto e indico o piano, então o rapaz sorri.
-Talvez eu esteja um pouco enferrujado, mas posso ver o que sei ainda.
Tommy se levanta e senta-se no banco do piano, ele desliza os dedos pelas notas antes do tocar um aglomerado de notas graves e depois começar uma sinfonia de Bach um tanto complicada. Eu lembrava quando ele havia acabado de se mudar, aos domingos eu costumava ouvi-lo tocar, ele era realmente muito bom. Dedos ágeis e sincronizados e dava uma paixão a cada nota que era impossível não se impressionar.
Quando ele decorreu as últimas notas, arrastando a sinfonia e finalizou, o som do silencio era quase inquebrável, como se a melodia ainda ressoasse de alguma forma, como um fantasma a qual não quisesse partir.
-Acho que piano é igual andar de bicicleta. Havia anos que eu não tocava. – o rapaz comentou, como se ele estivesse surpreso em ainda saber bem fazer isso.
-Não compare piano a bicicleta. Eu sei andar de bicicleta e com certeza é bem mais prático. – comento e ele ri.
-Não é tão difícil. Eu... eu posso ensiná-la se quiser. – ele se afasta um pouco do banco, dando espaço para sentar-me ao seu lado.
Hesito um segundo, mas então acabo sorrindo e me sento ao seu lado. Meu ombro e meu braço roçando no seu e eu podia sentir o aroma de seu perfume, era incrível como ele podia viver anos em Avonela, mas possuía sempre um ar de rapaz da cidade.
-Toque o dó... e o ré. E soará esse som. – ele aperta e o som preenche o ambiente. – Dessas teclas a frente as notas se repetem, subindo uma oitava. Aqui, tente, o som soará o mesmo uma oitava acima.
Ele espera eu posicionar os dedos nas notas e soamos juntos, formando um som agradável que me faz sorrir.
Tommy se vira e me encara, parecia encantado e seus olhos parecia vascular cada canto do meu rosto, e por um segundo eu mesma me pego admirando sua face. Quando ele deixou de ter o rosto angelical e bochechas coradas para ter um rosto tão saliente e másculo?
Seus olhos então repousaram sob minha boca e sinto-o tencionar o corpo um pouco mais perto. Sinto-me nervosa e ouço meu coração espancar minha caixa torácica, seus olhos azuis e seu perfume não me ajudam.
Até eu sentir o cheiro de algo estranho:
-Está sentindo cheiro de queimado? Está queimando alguma coisa na cozinha. – penso em me virar, mas então Tommy me segura pelos ombros, me impedindo de virar.
-O que...?
-Relaxa, é minha convidada. Fica aqui! – ele sorri, mas parecia de repente nervoso.
Ele se levanta e vai as pressas a cozinha.
Continua...
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A LOVE STORY || AWAE
Romance{ᴠᴇʀsãᴏ ᴀʟᴛᴇʀɴᴀᴛɪᴠᴀ - 𝟺ª ᴛᴇᴍᴘᴏʀᴀᴅᴀ} Anne estava vivendo seu sonho, estava finalmente em Queen's University com sua melhor amiga, havia aceitado seus cabelos ruivos e, acima de tudo, Gilbert havia declarado seu amor antes de ir para Toronto. O que...