Na manhã seguinte, o pai de Jerry e seu irmão mais velho estavam lá para ver o rapaz. Gilbert passara a madrugada inteira monitorando os ferimentos junto com os dois e ficou feliz que as ervas medicinais ajudaram na cicatrização e na dor da pele.
Gilbert as vezes pensava que por muito pouco não seria capaz de ajudar Jerry. Se não tivesse sido o incidente com Moody e os ensinos valiosos dos Mikmak sobre a natureza o rapaz não teria tido a curiosidade de recorrer aos raros livros de medicina natural, na época ele leu afim de ser útil em algo na faculdade, mas naquele momento, em Avonlea e sem recurso nenhum, as ervas eram a última chance de Jerry. Uma infecção na pele e o rapaz teria partido de madrugada.
Mas a dor foi amenizada e o remédio começou a fazer efeito logo pela manhã e Jerry conseguia sentar-se, mas ainda era cedo para conseguir movimentar os membros, seu pai ajudava-o a comer um mingau feito com muito carinho e rico em fibras da senhorita Cuthbert para dar energia ao menino enquanto ela e Anne arrumavam a mesa do café para que todos pudessem se recuperar do incidente.
Enquanto todos estavam em seus afazeres, ouviram o ranger da escada e a senhora Barry ajudava Diana descer a escada. A menina ainda estava abatida, o rosto anêmico e olhos fundos, presente da oxigenação no cérebro, mas nada que um bom café e bastante água não a melhorasse, conforme Gilbert tranquilizara a mãe da moça.
Quando Diana viu o rapaz na poltrona, todo enfaixado e precisando de ajuda para comer, seus olhos encheram-se d'água. Largando a mão da mãe e cambaleando ela correu ao encontro do rapaz que apenas sorriu aliviado ao ver a moça bem e a salvo.
-Ah, Jerry... eu sinto tanto. – ela pediu chorando, sentando-se aos joelhos do rapaz.
-Não ouse a pedir desculpas. Vê-la bem é o que importa para mim.
Diana deslizou o dedo e encostou no dedo indicador do rapaz, um lugar onde ele suportava a dor e os dois sorriram. Logo ouviram o senhor Barry descer com Minnie May ao seu lado também.
-Agora que todos estão aqui podemos tomar café! – informou Marilla tentando manter todos bem diante da situação.
Mas o senhor Barry parou no centro da sala, como se tivesse passando longas horas pensando e precisasse falar. Ele ficou alguns segundo parado, todos o olhavam a eles, então ele direcionou sua atenção a Jerry e para o pai do rapaz que estava a seu lado.
-Nos meus longos anos de vida, tenho buscado fazer algo que valha a pena, algo bom. E em muitas das minhas escolhas, eu errei diversas delas. E mais uma vez eu iria cometer um erro que jamais conseguiria me perdoar. – Então o homem se aproximou do rapaz. – Tirei conclusões precipitadas sobre você, rapaz, mas se mostrou mais corajoso, destemido e bom do que já fui em toda a minha medíocre vida. Eu preciso pedir desculpas a você e que bom que está aqui, senhor Baynard, porque seu filho é um rapaz de ouro e eu serei eternamente grato a ele e a sua família por terem gerado um rapaz com tanto esmero.
O pai de Jerry acena a cabeça e aceita o pedido de desculpas do senhor Barry, olhando orgulhoso para o filho que quase perdera.
-Bom, o que direi agora, não quero que tome como consequência da minha gratidão, mas porque fui capaz de entender de que foi capaz de dar sua vida para salvar um dos meus bens mais preciosos, - o homem estendeu o braço a filha que sorri – então eu sei que não haverá homem no mundo que cuidará de minhas terras com mais zelo e esmero que você e porque saberei que Diana estará em boas mãos. Bom,se ainda o desejarem, eu abençoo a união de vocês.
Jerry, que ainda estava muito abatido de todo o ocorrido, não entendeu de imediato o que as palavras daquele homem significavam, mas foi o grito de alegria de Diana e Anne que fizeram o rapaz entender.
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A LOVE STORY || AWAE
Romance{ᴠᴇʀsãᴏ ᴀʟᴛᴇʀɴᴀᴛɪᴠᴀ - 𝟺ª ᴛᴇᴍᴘᴏʀᴀᴅᴀ} Anne estava vivendo seu sonho, estava finalmente em Queen's University com sua melhor amiga, havia aceitado seus cabelos ruivos e, acima de tudo, Gilbert havia declarado seu amor antes de ir para Toronto. O que...