[15] o raio de sol te buscará

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Jungkook não se sentia merecedor de estar em uma cela, preso. O cubículo onde passou a noite, era apertado, imundo e escuro. Notavelmente, ninguém se importava ao ponto de limpar o ambiente regrado de poeira e sujeira.

Seus crimes, poderiam ter lhe rendido anos de prisão, mas sendo filho de quem era, nem sequer uma audiência fora marcada. O poder e a capital que seu pai possuía, era mais que suficiente para aprisionar e libertar quem desejasse. E Jungkook não se orgulhava disso.

O estresse lhe causava tanto incomodo, sua consciência não era capaz de se aliviar por um momento.

Sobre Jimin, era tudo que pensava.

Seu enclausuramento temporário, era o suficiente para Namjoon o ferir o quanto ambicionasse e Jungkook se sentia um inútil. Sua consciência lhe dizia que não estava ao seu alcance proteger Jimin neste exato momento, mas talvez, se tivesse se organizado com mais cuidado, seu amado ômega não estaria sofrendo tanto agora.

Sentado no projeto de cama da cela, Jungkook observou uma policial se aproximar. Arregalou os olhos quando ela destrancou o portão e disse:

— Sua fiança foi paga, está liberado.

O alfa se levantou lentamente, um pouco surpreso. Sabia que não o manteriam preso por muito tempo, mas não pensou que fossem o soltar em apenas uma noite.

— Quem pagou? — perguntou curioso.

— Ele afirmou ser seu amigo. Me acompanhe.

Jungkook seguiu a alfa que o escoltou até a saída. Ele a reverenciou e saiu apressado da delegacia, desejando sair logo daquele lugar sujo.

Fitou o movimento de poucos automóveis na rua, pensando em embarcar num táxi, já que o seu carro não estava ali. Levantou a mão para o próximo que passava, mas assim que avistou quem estava no outro lado da rua, abaixou a mão.

Seokjin acenou para si. Ele estava lhe esperando e não foi preciso de muito tempo para Jungkook unir os fatos. Sem dúvidas de que o mais velho pagara sua fiança na delegacia, era o seu amigo mais próximo.

Andou apressadamente até Jin, que o analisava sutilmente. Notado seus ombros tensos, olheiras chamativas e punhos esfolados, de tanto socar a face de Namjoon.

— Você está péssimo — observou preocupado.

Jungkook concordou, estava péssimo mesmo. Não era a primeira noite que ficava sem dormir, as preocupações, o estresse e o receio lhe atormentavam mentalmente, e isso refletia em seu corpo físico.

— Enquanto Jimin estiver nas mãos daquele monstro, eu não ficarei bem — falou Jungkook, logo seguindo os gestos de Seokjin para que embarcasse no automóvel e assim o fez.

— E o que fez para acabar assim?

— Quebrei a cara do Namjoon...

Jungkook reparou na expressão de espanto que Seokjin transpareceu, e suspirou profundamente antes de continuar:

— Eu gostei, fiquei satisfeito em ver a face horrorizada dele... imaginei todos os momentos em que ele fez o mesmo com Jimin, o feriu a ponto de fazê-lo gritar... — Suspirou novamente, pronto para prosseguir. — Pensando sobre isso naquela hora, desejei vê-lo agonizar cada vez mais e pensar sobre isso agora, me faz querer repetir o que fiz, só que dessa vez, terminar.

Jungkook considerava-se um monstro por sentir vontade de matar outro monstro, se sentiu pior ainda deixando essa vontade se transformar em palavras. Mas precisava dizer em voz alta, aquilo estava lhe atormentando, queria saber se realmente era igual a Namjoon.

The Black | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora