[20] o que aconteceu com você?

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Atualmente...

— Jimin... — murmurou sôfrego, chamando pelo amado. Jungkook não poderia focar em outros parágrafos da carta a não ser aqueles em que Jimin implorava pelo seu socorro...

Sentia como se estivesse o perdendo.

Seu loirinho...

Estava vindo até si, mas ele não sabia que Jungkook não morava mais na antiga casa. O sistema de entregas buscou pelo último proprietário do sobrado, Jungkook, e enviou para seu endereço atual.

Não tomar atitudes antes fora um tremendo erro da sua parte, o alfa não deixava de se culpar. Um perdedor. Por sua causa, Jimin poderia estar em qualquer lugar agora, sofrendo.

A cena do ômega se lamentando solitário, que sua mente criava, fora um forte estímulo para que o moreno deixasse de se lamuriar e um sentimento de proteção inundasse-o.

Precisava proteger Jimin.

Procurou ligeiramente pela chave do carro, Jungkook agiria agora.

Não era relevante se estava sendo impulsivo, necessitava fazer algo, tomar qualquer atitude. O que importava não era como e sim quando.

E o momento, era agora.

O alfa correu até seu automóvel, o primeiro local para o qual partiria, seria no antigo sobrado em que vivia. Jimin disse que partiria para lá e essa era a melhor chance que Jungkook tinha para procurá-lo.

O alfa deixou que o peso do seu pé descansasse em cima do acelerador, o que em consequência, fazia seu automóvel quase voar pela velocidade extrema. Seu carro passava como uma sombra para quem mirava afora. A única parte de sua mente que não pensava em Jimin, se concentrava em não atropelar ninguém pelo caminho.

Ao chegar no antigo bairro, lembranças nostálgicas lhe atingiram.

Seu desejo era regredir no tempo, para a época em que sua exclusiva preocupação, era ajeitar a casa antes que Jimin chegasse. Sentia falta de ter o ômega se aconchegando em seus braços, os fios loiros desordenados ao acordar, seu abraço cálido e aconchegante, absolutamente tudo nele causava felicidade em Jungkook. Todas as belas memórias que tinha, eram com Jimin.

Estacionou o automóvel em frente à casa, o freio causara um som estridente pela abrupta parada.

Jungkook desceu do carro com tamanha pressa que ao fechar a porta, somente escutou o forte estrondo que a pancada na lataria causou.

Suas pernas pareciam estar a ponto de falharem e suas mãos estavam fracas e trêmulas, entregando seu desespero.

Se estivesse voltando ao sobrado em outra ocasião, certamente uma nostalgia extrema lhe preencheria, notaria os detalhes e o estado da casa em que já morara, mas no momento, pouco se concentrava nos vidros estilhaçados ou na tintura amarelada. Queria apenas ver Jimin, qualquer sinal que o loirinho ainda estivesse pelo local.

As chances eram pequenas e não impossíveis.

— Jimin! — gritou desesperado, chamando pelo loirinho.

Jungkook rodou do jardim até o quintal, arrombou a porta dos fundos e vasculhou cada canto da casa, da cozinha até os quartos empoeirados e imundos, mas a solidão do pequeno sobrado, mostrava que se em algum momento Jimin estivera presente, agora não estava mais.

A frustração era algo que Jungkook odiava sentir, criar expectativas e vê-las arruinadas, era angustiante. Ainda que soubesse que a probabilidade de Jimin estar na casa era mínima, beirando a zero, suas esperanças não o tinham abandonado até o atual instante.

Entretanto, além de se sentir um inútil, Jungkook explodia em ódio. Conforme as palavras totalmente legítimas de Jimin, ele seria mandado para um lugar hostil, tudo em virtude das intenções perversas de senhor Kim para castigá-lo. Não era necessário refletir para acreditar, seu pai era insensível, andando a margem da psicopatia. O bárbaro patriarca não possuía filtros quando se tratava da sua cruel vontade e Namjoon, não ficava para trás.

Sentado do outro lado da rua, no lancil que separava a calçada do asfalto, Jungkook direcionou seu olhar para cima. As nuvens escuras e carregadas substituíam as alvas que outrora dominavam. Os trovões já eram audíveis no momento em que uma gota desacompanhada caiu na face do alfa. Após pouco tempo, os pingos molhados se tornaram incessantes e vigorosos, o moreno já estava encharcado, porém pouco se importara.

A parte mais profunda do seu íntimo, seu âmago, se encontrava em desordem.

O som altamente forte de um trovão soou pelo ar.

A água já escoava na sarjeta lentamente até o bueiro. Jungkook observou a pouca quantidade de líquido passando próxima aos seus sapatos. Inusitadamente, algumas cédulas de dinheiro encharcadas e despedaçadas também viajavam pela água.

Jungkook pensou que não existia uma hora exata para a vida ser atípica e fugir da normalidade.

Acompanhando as cédulas ensopadas, fotografias percorriam intactas devido ao papel fotográfico resistente. O alfa iniciaria seu modo vegetativo e deprimido novamente, se não fosse pelas imagens impressas nos papéis...

Quase desesperado, o moreno agarrou a foto. Seus olhos se arregalaram.

No centro da imagem havia uma cama com os lençóis desarrumados, sendo destacada pelo fundo dominado pela escuridão.

A pessoa deitada no colchão, era Jimin. Jungkook reconhecera em instantes os fios dourados.

Entretanto, não era uma fotografia bela ou agradável.

Era terrível. Melancólico.

Cruel.

Jimin parecia estar dormindo, sem roupa alguma. Seu olho direito se encontrava arroxeado e seu corpo coberto por hematomas de diversos tamanhos, marcas de dedos em seu punho, pequenas escoriações no peito. Seu rosto era sereno o que não harmonizava com o estado torturante do resto de seu corpo.

Jungkook quis chorar, se assombrava cada vez mais, à medida que observava o conteúdo das fotos que a água trazia. Outra mostrava o de fios loiros de trás, com suas costas e quadris repletos de cortes paralelos. Eram sempre o mesmo modelo, com o estilo idêntico de fotografar e todas, mostravam ferimentos no corpo de Jimin enquanto ele dormia.

Levantou-se do meio-fio, recolhendo todas as imagens que seus olhos capturavam. A trilha finalizou próxima a uma cabine telefônica. O alfa analisou o local, não permitindo que nada passasse desperecido pela sua visão.

Em frente à pequena construção de metal, havia uma meia miúda e única na calçada, Jungkook pegou o pedaço de algodão e o apertou contra o peito. Seu coração pulsou mais rápido porque possuía a mais plena certeza de quem era o dono.

Isso o dava a confirmação de que precisava para seguir e mais forte; Jimin realmente esteve pelo local.

A meia, as fotos e o dinheiro, não eram eventualidades. O pedaço de algodão e as cédulas, só poderiam pertencer ao ômega. E as imagens, sem dúvidas foram fotografadas por uma pessoa, desgraçadamente, próxima ao Jimin...

Namjoon.

Jungkook não possuía total conhecimento do lugar para o qual seu amado loirinho fora levado, contra o próprio prazer.

Contudo, já sabia precisamente quem lhe diria...

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AAA precisei colocar aquela imagem do Jungkook no começo...

O capítulo foi meio paradinho, mas os próximos não serão, garantooo! Espero que tenham gostado. Atualizei rápido porque ando meio inspirada esses dias hehe

Até o próximo! 

The Black | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora