[25] a maré está subindo

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Ao redor da cena, os espectadores assistiam sem piscar os olhos e Jimin, reconheceu todos.

Os capangas do bordel e a alfa amedrontadora, a senhora Kim, seus antigos vizinhos de quando morava com Namjoon, os parentes do seu marido e por último, quem mais parecia se deleitar com a situação, Choi Kim.

Todos os corpos inertes em volta do espetáculo, lhe encaravam petrificados.

Seu corpo deitado sobre o chão rígido e imundo, ardia em dor. O peso característico em cima de si, era o que mais lhe causava agonia... uma vez que Namjoon era o peso. Os grandes dedos do alfa, se fechavam contra o seu pescoço em um aperto intenso.

Jimin reconhecia a dor de ser estrangulado, Namjoon já o privara de respirar diversas vezes, mas por que naquele momento doía tanto? O ômega não se lembrava da aflição extrema que era tentar inspirar o ar e não conseguir, doer tanto.

Contudo, naquele momento parecia mais doloroso, por quê?

Será que o motivo se devia aos espectadores assistindo sem mover um dedo para lhe ajudar?

Não... eles já assistiram ao espetáculo anteriormente. Todos os presentes, já viram a cena outrora, então não deveria ser por causa deles que a dor queimava mais profunda dentro de si.

Seus orbes castanhos fixaram no olhar furioso do marido em si. Ele aumentava cada vez mais o aperto em sua pele e Jimin se sentia desesperado. Tentou puxar o ar para seus pulmões, mas era impossível.

— S-Solta... não... não c-consigo respirar... — Sua voz fraca mal chegava até os ouvidos alheios. As mãos pequenas tentavam a todo custo parar o aperto cruciante de Namjoon. Sem sucesso. — Alguém me... me a-ajuda... por favor...

O céu estava sem coloração, somente o preto dominava. A escuridão aos poucos levou os espectadores, só restando Namjoon e Jimin.

De certa forma, as outras pessoas não faziam tamanha diferença, elas nunca o ajudaram antes, por que o socorreriam naquele momento?

O ômega fitou com horror à névoa preta que se aproximava gradativamente, pronta para engoli-lo.

Então, seus olhos aterrorizados se voltaram ao marido novamente, quando a dolorosa pressão na sua traqueia lhe privou totalmente de inspirar.

— Você sabe que estou voltando, querido. Me espere, lhe buscarei para vivermos juntos, como deve ser, meu amor...

— Não! Não! Não!

— Jimin!

— Eu não quero!

— Jimin, tudo bem, tudo bem... é o Jungkook aqui.

— Não... — Na última negação, a voz do ômega já estava cansada, fazendo com que apenas um sussurro baixo saísse pelos lábios roliços e então, ele abriu os olhos, banhados em lágrimas. O rosto de feições finas, estava molhado com suor.

Jimin ergueu o tronco, se sentando no colchão. Sua respiração descompassada e olhos assustados, evidenciavam o medo que sentia. As pequenas mãos foram de encontro à boca para cobrir os soluços do choro baixinho.

Apesar de tudo, ele se sentia aliviado por despertar do pesadelo terrível que o acometera.

Jungkook jazia sentado rente ao seu corpo, respeitando seu espaço como sempre fazia. A face do alfa aparentava a mais genuína preocupação e ele com certeza saíra correndo de seu quarto para socorrer o ômega em pranto.

Quando Jungkook adentrou no cômodo e mirou Jimin se debatendo, uma sensação dolorosa o dominou, já que presenciar o sofrimento do loirinho, o fazia sofrer também.

The Black | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora