Two || Never say Never

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Uma semana depois

Bakugou Katsuki já não tinha mais nervos suficientes para surtar a todo momento em seu trabalho. Ser dono de uma grande empresa era realmente desgastante, ainda mais quando é preciso lidar com uma família megalomaníaca que defendia com unhas e dentes sua noiva por tê-lo abandonado com pelo menos um terço dos seus valores no bolso. Aquela mulher manipuladora conseguia se infiltrar sorrateiramente pelas brechas do ego de qualquer um, tornando a vida do loiro um inferno pelo julgamento ainda mais exacerbado de seus pais, principalmente sua mãe.

Em meio a contratos e relatórios, Bakugou trabalhava à base de café e ódio, ainda que ele já não tivesse paciência até mesmo para gritar com alguém que cagava tudo no trabalho ora ou outra. Ele só queria que o dia acabasse rapidamente para poder voltar ao seu apartamento, onde ele poderia se sentar sobre o sofá comendo um yakissoba do delivery, desfrutando da sua miserável companhia. Ao menos o ambiente seria confortável, já que após o divórcio ele pôde finalmente comprar um apartamento mais simples, melhor do que uma cobertura com pé direito altíssimo e grandes doses luxuosas de quinquilharias escrotas.

Sua família também sempre o julgara por isso, por não ostentar tudo o que lhe foi dado ou conquistado posteriormente à sua independência. Era obrigatório ser um lunático por coisas gourmetizadas, ter pelos menos mais de um carro por vaidade e comprar um iate só porque ele podia? Isso não combinava com ele, mesmo que estivesse no topo de um edifício que fazia a imagem de sua imponência para o mundo.

O telefone toca fazendo o loiro revirar os olhos irritado, levando sua mão ao teclado para apertar o botão de aceitar a chamada.

- Fala... – Sua voz soa quase como um rosnado, mas ele não se importa o suficiente para esconder seu descontentamento. De qualquer forma, a mulher do outro lado já está severamente acostumada com o humor volátil do chefe.

- Senhor, seu amigo Kirishima está na linha e deseja falar com você sobre um assunto de extrema urgência – Momo declara cordialmente do outro lado da linha e Katsuki consegue escutar o som do teclado sendo pressionado ininterruptamente por algum trabalho que a mulher deve estar fazendo enquanto realiza a chamada.

- Esse idiota... passa essa porra logo, Yaoyorozu. Obrigado – Ele lamenta esfregando o rosto com as duas mãos enquanto a moça do outro lado apenas assente, transferindo a ligação logo em seguida.

- Eae, Bakubro! Ta de boa? – A voz animada do ruivo deixa Bakugou ainda mais puto da vida, esse cara sempre pensava que estava na Disney.

- Eu to trabalhando, porra. Qual é o maldito assunto urgente, cabelo de merda? – Katsuki não tinha um pingo de paciência no seu ser naquele instante e droga, o café tinha acabado. Ele aperta o botão do alto falante na mesa da sua secretária e declara sem se importar com a resposta de Kirishima – Momo, mais café o quão rápido você puder conseguir.

- Poxa cara, você precisa relaxar um pouco. Desde que a siliconada te largou, cê ta todo cabisbaixo, nem seu pau deve subir mais de tanto café... – Eijirou prossegue com sua arte de enrolar jogando conversa fora e Bakugou sente as veias saltarem em sua testa pelo rigor do seu estresse.

- Vai ‘pra porra, Eijirou. Fala logo ou me deixa trabalhar em paz, cacete – O loiro volta a insistir para saber o que diabos o ruivo queria falar com ele, mas não esperava a idiotice que viria.

- Eu sei o que você precisa, tem um novato na Eros agora... Cara, ele é muito bom, em três noites de trabalho ele já conseguiu fidelizar muitos clientes. Acho que você vai curtir esse show – Kirishima divaga fazendo alguns ruídos na ligação, como se ele estivesse se preparando para algo com o telefone entre o ombro e o rosto.

The Emerald Masked || BakuDekuOnde histórias criam vida. Descubra agora