Eighteen || Conversations or Discussions

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Em comparação com o dia levianamente quente, a noite recai sobre todos com um ar gelado enquanto Izuku ainda resiste em estar ao lado de sua mãe até que o horário de visita no hospital chique se encerre.

Ele havia avisado para Midnight que não iria para Eros naquela noite, poderia até tentar, mas sabia que tinha um limite que ele havia extrapolado ao máximo e não seria viável se forçar um pouco mais. Agora saindo do hospital com somente aquela roupa fina e as alpargatas que ele nem se lembrava de ter colocado, ele se dá conta de que mal passou em casa para trocar suas roupas, o vento gelado lhe atinge causando um breve calafrio e ele se encolhe um pouco abraçando o próprio corpo.

- Vamos pra minha casa – Bakugou diz abraçando o esverdeado quando percebe que ele está com frio e os olhos vermelhos jazem sobre o outro com intensidade. Ele quer impor que eles vão para o apartamento, mas mesmo assim ele se esforça para deixar implícito que isso é questão de escolha para Midoriya e não uma ordem. Izuku se sente meio confuso sobre como tem avançado esse negócio de relacionamento em um espaço tão curto de tempo, contudo, sua exaustão emocional o leva a se apoiar na comodidade do cenário atual.

- Eu só preciso passar em casa para pegar meus materiais. – Sua voz soa desanimada e Bakugou fica aliviado quando não precisa realmente argumentar para conseguir o que queria, ainda que a expressão desolada do outro lhe incomodasse na mesma proporção.

Eles caminham em silêncio até o carro e sob as instruções de Midoriya, Bakugou segue dirigindo até estacionar na frente de um prédio bem acabado em sua concepção. O loiro faz menção de sair para abrir a porta do passageiro e Izuku agradece dizendo que ele poderia esperar ali se não quisesse subir as escadas. Obviamente, Katsuki não se vê satisfeito com tal opção.

- Você vai mesmo me deixar aqui no frio? Que crueldade, Midoriya. Eu nunca esperava isso de você – Bakugou reclama passando o braço pelos ombros do esverdeado e consegue arrancar um breve sorriso do menor. Midoriya não tinha pensado por esse lado, mas gostava da pose divertida que o loiro tentava impor para que ele se sentisse melhor.

Eles sobem cada um dos degraus até o andar onde o rapaz mora, Bakugou a todo momento tentava não julgar a estrutura simples do lugar enquanto Izuku pensava no quanto deve ter sido apavorante descer sua mãe por todo esse caminho. Quando eles chegam à porta do apartamento, a porta estava aberta porque Uraraka imaginava que ele iria até lá e não estaria com suas chaves em mãos. O esverdeado entra primeiro e pede para Katsuki espera-lo na sala enquanto ele buscava o que precisaria.

Bakugou caminha dentro do curto espaço que o outro chamava de sala e analisava cada detalhe que o deixava mais ciente do quanto estão em polos opostos da sociedade, a organização era impecável, mas algumas paredes já estavam manchadas por umidade e ao olhar para cima Katsuki podia ver as marcas escuras também no teto. Uma pequena mesa com quatro cadeiras estava na cozinha logo ali ao lado, uma geladeira e um fogão eram colados um no outro pela falta de espaço e um armário baixo completava a mobília daquele cômodo.

O loiro pensou em se sentar no sofá, mas quando o fez percebeu que as almofadas estavam gastas ao ponto de sentir a madeira que compunha o móvel, era desconfortável e ele nem podia imaginar que seria mais agradável estar de pé em algum momento de espera.

Ele coloca as mãos nos bolsos e tenta não encarar demais, sua vida sempre foi muito fácil e ele nunca teria morado em um lugar tão acabado como esse, sentia-se mal por saber que Izuku se prestava a isso e ainda mantinha um sorriso no rosto. Cuidar de uma mãe doente, trabalhar, estudar, ser uma pessoa incrível... Ainda tinha muito que o loiro desconhecia, mas o fascínio continuava a se tornar maior.

Midoriya mexe em tudo no quarto buscando pelas folhas que precisa para completar sua tese, ele tinha tudo anotado e as vezes deixava em locais separados por pura distração, agora não podia deixar nada para trás e ficava ansioso por estar demorando em uma simples tarefa. Sua cabeça está cheia demais e grande parte dos pensamentos se devem pelo fato de seu recente namorado estar no meio da sala, ele é rico e deve estar pensando que não deixaria nem um cachorro viver num lugar como esse.  

The Emerald Masked || BakuDekuOnde histórias criam vida. Descubra agora