Seria inconveniente dizer que Jason teria aceitado numa boa, o rapaz se despediu de seu amigo e virou as costas para Sarah, a única coisa que ele odiava mais que desobediência era perder, por sorte naquela noite ele estava de muito bom humor e apenas se trancou na escuridão de seu dormitório ignorando todo e qualquer um naquela casa.
O bobo da corte azul não poderia partir sem antes chamar atenção da nova vítima, avistou a morena e chamou ela para um cantinho na casa. Desconfiada estava, não conhecia nem um pouco o tal mas com certeza não curtiu nem um pouco o modo como sempre ria de tudo e todos, como uma hiena sorrateira esperando para mostrar as presas.
_ É melhor tomar cuidado com seus atos, você não vai querer ver Jason fora de si, ninguém quer._ As pulseiras e os enfeites de cabelo dele brilhavam na certa névoa escura que dele emanava.
_ E quem é você para me dizer oque devo fazer? Ninguém me diz, nem mesmo o ruivo estressadinho._ Cruzou os braços com um olhar de deboche no rosto.
_ Estou falando isso para o seu bem, acha que não te vi pegar a carta do Coringa do chão, sabe quem te deu aquela chance? Sim, de nada._ Fez aparecer uma das cartas mencionadas do jogo em uma das mãos como passe de mágica.
_ Como fez isso? Ah e porque me fazer ganhar de seu amigo? Isso me parece bem suspeito._ Falar que seu coro fora salvo para alguém que não consegue mais confiar em ninguém é como conversar sozinho.
_ Eu sou um mistério, não deveria mostrar interesse por minha mágica, muito menos por alguém como eu. Te ajudei naquele jogo porque sei bem as exigências dele, com certeza teria algum membro do corpo arrancado como pagamento da aposta perdida.
_ Eu não tenho medo dele, nem de você, ou qualquer outro aleatório que sair dessa estranha floresta pra vir para cá. Vocês também não sabem quem sou eu ou quão forte são meus demônios._ Mencionou a última frase dando um sorriso ladino incompreensível.
_ Não conheço você nem você a mim mas conheço ele muito bem e acho bom começar a ter medo, eu não sou seu obstáculo, só estou dizendo para ser mais esperta.
O homem azul mencionou as últimas palavras com cuidado e se movimentou misteriosamente lento para sair do casarão que mais parecia uma casa de bonecas com temática de terror.
Uma vez que desapareceu da visão de Sarah, ela se sentou aliviada em um dos degraus e suspirou fundo. Agora não sabia ao certo oque faria, quais seriam seus primeiros passos de sua nova governança.
Todo o espaço se encontrava silencioso, parece que quando Jason está longe das suas atividades cotidianas, quer dizer causar pressão e medo em todos, a casa ficava em uma quase mórbida paz.
Seu objetivo principal naquela tarde era contar para sua nova amiga a Vitória que havia conquistado. Foi como estava até a sala secreta, sabia que Laís estaria lá, bateu na porta de forma melodiosa fazendo -a abrir com um semblante sério.
_ E há de se estrear uma nova era, a era de Sarah minha querida!_ Disse entrando graciosamente, se sentia como se tivesse ganhado uma batalha.
_ Você acha isso engraçado?_ falou a garota com semblante decepcionado. Ela se sentou na velha poltrona com estampa de flores, empoeirada.
_ Alô, claro que sim, porque não? Vou poder exigir novas regras e vou fazer questão de me ter como guardiã daquela chave para podermos escapar, dah._ Se sentou na cadeira de madeira a sua frente.
_ Sarah, isso nos coloca em risco e a nossa fuga também, você não é mais burra porque é só uma._ Ditou as palavras como se as cuspisse.
_ Droga! Você não quer me dar créditos para mim? Eu em toda história desse terrível assassino fui a única corajosa o bastante para desafiar ele e cheguei bem longe se quer saber._ Cruzou os braços num ato contraditório rebelde.
_ O plano era você se fazer de subordinada dele até conseguir bastante confiança e poder ter privilégios, não sabemos exatamente oque poderá acontecer e eu não vou me meter nisso se for pra morrer com você.
_ Olha a boca, eu vou sair daqui, você vai ver, vou atingir ele onde mais dói e vou com ou sem apoio._ Socou o braço da cadeia descontando tudo oque não podia fazer em alguém.
_ Sim, você conseguiu mas a que custo? Terá que dar satisfação ao Jason, sabe oque isso significa? Provavelmente não, significa que você terá que ser sua putinha por um bom tempo._ Abriu a porta secreta da parede pedindo sua retirada.
_ Não precisa se preocupar comigo, vou arrumar um jeito... nem que eu tenha que arrancar o pênis dele com a boca._ Se retirou cabisbaixa sem o apoio da amiga.
Laís queria muito abrir um sorriso com aquela frase, porém estava contrariada naquele momento, preferiu apenas fechar a porta. A morena caminhou lentamente até seus aposentos e tirou suas vestes, dexando-as jogadas pelo chão e entrou na banheira enchendo com água morna.
Havia um espelho acima da banheira onde ela observou a marca da queimadura que Sam tinha feito à alguns tempos nela, estava mais parecendo uma tatuagem de lua, era estranho.
Permaneceu minutos olhando o reflexo que espelhava agora na água, sempre se perguntava porque seu olhar era tão fora de si, como se não conseguissem enxerga a vida como as pessoas demais, era um olhar curioso e ao mesmo tempo sem vida e logo abaixo se entrava uma das suas maiores inseguranças, as olheiras escurecidas de noites de sono sem conseguir dormir direito.
Não era sua culpa, sua mente não parava como uma perturbadora ansiedade que lhe assombrava desde criança. Oque mais te chamava atenção naqueles dias não eram suas imperfeições mas as que Jason não demonstrava ter até se descontrolar, seus olhos viravam como um verde pálido de um cadáver e sua pele apodrecia como se estivesse em decomposição, na verdade se assemelhava muito à um zumbi.
A menina balançou a cabeça para um lado e para o outro e terminou de se lavar, se vestindo com uma camisola transparente branca e curta, se pôs a durmir logo em seguida olhando o escurecido céu com estrelas, elas eram todas iguais e harmônicas, perguntava se algum dia seria como elas, calma e serena.
Continua...
Oi meus lindos, deixa a clicada na estrela e comenta aí oque você acha que está por vir nas tretas futuras.
Andei pensando sobre como os filmes de terror da atualidade estão sem açúcar, não dão tanto medo como antigamente, você acham que isso é verdade? E se for, a culpa séria das mídias e da sua censura ou dos produtores?
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Laços De Vingança (Jason The Toymaker)
FanfictionAo cometer o pecado de confiar em sua mais nova amizade, Jason, um homem encantador que desfaz sua máscara e mostra o mais cruel e frio que um narcisista pode se tornar, acabando com a família de uma vítima e dando uma nova visão de vida conturbada...