Eres Mi Hilo Rojo✅

EMHR.5

Cristina: eu te matei... e morri junto com você.

Cristina levantou não podia se entregar a dor da perda, tinha uma filha pequena para cuidar, nunca iria desistir dela, por mais que ela não a quisesse próximo a si, ela voltou para a fazenda, desmontou do cavalo e caminhou sentando no degrau da escada.

Benita viu a patroa chegar e se aproximou sentando ao seu lado.

Benita: ela está dormindo, foi medicada outra vez Sra - respirou fundo - o Dr está com ela no quarto... precisa organizar um sepultamento para ele... pelo menos para lhe homenagear... creio que será algo que a Nicole terá de recordação... um alento para sua dor.

Cristina: estive lá agora... não posso fazer isso... não temos um corpo para enterrar... não temos nada... sobrou tão pouco do carro... imagina dele... mas... podemos todos ir até lá...- ela passou a mão nos cabelos - peço ao padre para rezar uma missa no local, levamos flores... não sei.

Benita: sim... vou mandar o Pedro ir até a cidade e falar com o padre ou se a Sra preferir, irei com ele... eu sinto muito Sra - suspirou - o Sr Frederico era um ótimo patrão.

Cristina: era sim Benita... todos o queriam muito... mande Pedro arrumar tudo, quero que esse último momento, que essa homenagem seja linda.

Benita: mandarei ele cuidar de tudo, se a Sra precisar de alguma coisa pode me chamar... tome  banho e descanse um pouco... amanhã pela manhã faremos essa homenagem à ele.

Cristina concordou e no outro dia estava tudo organizado, ela estava ao lado da filha ouvindo o padre falar, os empregados tinham organizado no local tudo que era preciso, tinha bancos e muitas flores que seriam jogados no penhasco.

Nicole estava abraçada à sua nana, não parava de pensar em tudo que havia acontecido durante aqueles dois dias, quando o padre terminou de falar ela pegou algumas flores e sentou em um canto um pouco afastada de todos, estava quase na beirada do penhasco.

Nicole: por que me deixou papai?... minha vida acabou... tudo acabou... eu não sei viver sem você... quem vai brincar comigo?... me levar para cozinha durante à noite?... quem vai me colocar para dormir?... eu não tenho mais ninguém... não tenho nada... precisa voltar... isso tem que acabar - soluçou chorando, em suas mãos ela tirava as pétalas das flores e jogava deixando o vento levar.

Cristina mesmo com o coração partido falou com algumas pessas que estavam no local e foi até a filha, estava toda vestida de preto, apenas ficou ao lado dela retirando as pétalas das rosas que trazia nas mãos.

Cristina: estou aqui minha filha - só falou isso, sabia que seria rejeitada.

Nicole levantou dali e ficou de frente para a mãe, ela juntou toda a dor que sentia e descarregou bem ali na frente de todos.

Nicole: está infelizmente... assassina... foi você quem matou o meu pai... você é a culpada de toda nossa desgraça... não me chame mais de filha... não é nada minha... nada... não a quero perto de mim Cristina... te desejo o mesmo que causou ao meu pai... aqui diante de todo mundo... diante do lugar em que não sobrou nada dele... eu te matei como mãe... te matei na minha vida... assim como matou ele... como não sobrou nada... todo carinho... todo amor... todo o respeito... o que restou foi apenas raiva e decepção por você - tinha seus olhos vermelhos pelo choro e o corpo tremendo da raiva que sentia.

Cristina: eu já estou morta... morri... se isso te faz feliz, tenha a certeza disso... eu estou morta... não só para você, mas para mim mesma... você não sabe de nada, nada, é só uma garota que não conhece nada da vida e não desejo que você descubra como ela pode ser cruel... tome cuidado você pode se arrepender das suas palavras, eu estar aqui em corpo na sua presença não significa que uma alma habite em mim... por você estou tentado ser forte... já lhe disse um milhão de vezes... você não me amar não significa que eu não queria o melhor para você... querer não é poder Nicole, nada fará mudar a nossa realidade... eu sou sua mãe e vai me respeitar, no dia em que tiver condições de se sustentar por si mesma pode sair sem olhar para trás... mas até lá, meça as suas palavras... me odeie o quanto quiser, eu nunca deixarei de lhe fazer o bem... mas guarde seu ódio e seu rancor - ela se virou e saiu... foi até o penhasco e jogou todas as rosas que tinha nas mãos - quando ela ficar maior de idade e puder caminhar com seus próprios passos, eu irei até você... minha vida não tem mais sentido - colocou o véu sobre a cabeça, pegou seu cavalo e se foi.