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As horas se passaram, a chuva cessou um pouco, mas não dava trégua, Benita a nana de Nicole foi até lá fora e mesmo  a contra gosto conseguiu levar a menina para dentro, ela tomou um banho quente, vestiu uma roupa para se aquecer e voltou para a varanda, sentou encolhida em um cantinho ali e ficou.

Cristina viu o tempo passar e não aguentou mais, ela saiu e viu a filha que não parava de olhar para a estrada, ela foi ao celeiro e reuniu alguns homens.

Cristina: Benita... fique com ela... nós vamos atrás do meu marido.

Benita: não se preocupe Sra - sorriu - ficarei ao seu lado... vai dar tudo certo - a viu sair e foi ficar com sua menina, colocou em torno dela uma manta e sentou do seu lado lhe abraçando.

Cristina saiu, alguns peões procuraram pelo povoado, nos bares, até nos bordéis e nada, eles encontraram com a patroa no caminho de volta.

Cristina: então? Nada dele? - ela estava segurando o relicário que trazia no pescoço, seu corpo tremia de medo.

X: nada patroa... rodamos por todos os lados e nada dele.

Y: patroa... patroa - chegou as pressas e saltou do cavalo - Benita me pediu para vim lhe chamar, o chefe da polícia está na fazenda e quer falar com a Sra.

Cristina por pouco não caiu do cavalo, sabia que não eram boas as notícias, ela instigou seu cavalo rumo a fazenda e desceu quase correndo.

Cristina: o que houve? - perguntou quando estava diante deles, seu coração trovejava sem parar... ele ameaçava sair pelo peito.

Gabriel: Sra Riveiro aconteceu um acidente mais cedo no desfiladeiro do outro lado do povoado... o carro era o do Sr Frederico... infelizmente ele foi arremessado no desfiladeiro e explodiu... tentamos resgatar... algo dele... mais o seu marido... não sobrou nada além dos pedaços da carcaça do carro... eu sinto muito em lhe dar essa notícia.

Naquele mesmo instante Nicole soltou um grito de dor e ódio, seu mundo estava desabando, sua vida estava acabando, não podia acreditar que o homem que tanto amava, havia morrido e tudo por culpa de sua mãe.

Cristina não ouviu mais nada, ela caiu de joelhos no chão abraçando o próprio corpo, a dor estava lhe consumindo inteira, se já chegou a acreditar que sofria mais estava muito enganada, esse era o pior que poderia ter lhe acontecido, tinha perdido parte da sua família, tinha perdido o homem que amava, o único que iria povoar seu coração, que apesar de tudo não conseguia esquecer.

Nicole: espero que esteja satisfeita Cristina... matou o meu pai... matou ele e isso nunca vou te perdoar... eu te odeio... odeioooo - gritou com todas as forças - você é a pior mãe do mundo... a pior - chorou sem forças - papai... paizinho - correu para fora de casa chorando.

Benita correu atrás dela e a abraçou, a pegou nos braços e entrou com ela.

Cristina estava sangrando mais ainda, seu coração estava dilacerado.

Cristina: não tenho condições de falar com vocês agora... chamem Pedro, o meu capataz e homem de confiança... reúna todos dos homens que puder e vasculhem todo aquele vale.

Nicole se agarrou a sua nana e chorou, chorou sentindo suas forças se esvairem e naquele instante tudo apagou, seu corpo perdeu as forças e foi ao chão com tudo.

Gabriel: sra Cristina - a olhou - nós revistamos tudo... não sobrou nada.

Cristina: pois olhem de novo e de novo - não posso perdê-lo - ela olhou para a casa ao ouvir o grito de desespero que Benita soltou... correu para dentro e viu a filha caída na cama... ela correu até ela, abriu os botões da blusa e viu que ela estava bem, foi o cansaço e o sofrimento - ela está bem não sei se devemos acordar ela para essa tão cuel realidade.

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