32º capítulo - Positivo.

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Pov's Ainê

— Ainê, eu vou te levar no médico de qualquer jeito. — disse Natália. — Você tá mal! Você precisa ir pro hospital fazer uma consulta.

— Natália, eu não quero. — digo.

— Não tem essa de querer ou não, você vai e pronto! — olhei para ele e revirei os olhos. —  Vai tomar um banho relaxante, tomar uma água, escovar os dentes e colocar uma roupa que não seja pijama. Anda, é pra hoje.

Me levantei da cama, peguei uma toalha, fui até o banheiro, tomei um banho de aproximadamente dez minutos. Sai, me sequei, coloquei um shorts com uma regata, um tênis daqueles brancos e arrumei meu cabelo.

Voltei para o banheiro, escovei os dentes, passei mais uma água no rosto, sequei o rosto e fiz uma make básica.

Desci para sala e a Natália já estava me esperando, impaciente, como sempre.

— Aleluia. Vamos? — disse ela, se levantando do sofá e pegando a chave do carro.

— Vamos, né. — peguei meu celular e coloquei ele no bolso.

Faz dois dias do meu primeiro enjoo, de lá para cá, tem sido isso todos os dias. Enjoos, tonturas, calafrios, visão embaçada, desejo por coisas inexplicáveis, (como pipoca com ketchup), e enjoo de coisas que eu amava comer, como massa e feijão.

Estamos desconfiando de uma virose, porém tenho as minhas dúvidas sobre isso. Será mesmo uma virose? Será que é algo mais grave? Bom, não faço ideia, mas hoje iremos descobrir.

— Vai lá fazer a tua ficha, Ainê. — Natália disse, e eu, óbvio, fui fazer. Fiz a ficha, deixei com a moça e tivemos que esperar entre 20 a 30 minutos para o médico nos chamar.

— Senhorita Ainê Noel? — indagou um homem alto, com um galego branco e um estetoscópio no galeco. O médico, claro.

— Sim? — levantei em questão de segundos.

— Poderia me acompanhar? Muito obrigado, senhorita Noel. Sinta-se a vontade. Então o que a senhorita tem?

— Primeiramente, não me chame de senhorita, mas de você ou Ainê. Segundamente, eu estou tendo enjoos frequentes a três dias, tontura, desejo de comer coisas doidas e de rejeitar coisas que am...

— Não termine. — cortou o médico. — Já tenho o seu diagnóstico. A senhor... Digo, você está grávida!

— G-Grávida? — pergunto, em choque.

— Isso, eu presumo que saiba como. — quando o mesmo disse isso, me caiu a ficha que Philippe e eu não usamos camisinha. Merda. — Se você quiser um exame que comprove, podemos fazer um exame de sangue, um ultrassom com a médica que fica de plantão aqui ou até mesmo aqueles testes rápidos, de farmácia.

— Não, não precisa. Eu sei que estou grávida. Muito obrigado, doutor...?

— Renan.

— Muito obrigado, doutor Renan. — sorri amigavelmente para ele e sai da sala. Natália e eu fomos para o carro sem dar um piu.

— Eai? — Natália quebrou o silêncio.

— To grávida. — digo rápido.

— GRÁVIDA? Ainê, quem é o pai?

— Lembra que a duas semanas teve a festa do time? Então, como vocês virem para cá, eu e Philippe transamos. E só agora que eu me toquei que a gente não usou camisinha.

— Meu Deus, Ainê! Você tem que contar isso para o Philippe. Ele precisa saber. Eu dou um jeito de tirar o Alisson de casa e você conta.

— Nat, foi a nossa primeira transa, o que vão pensar de mim? Que eu sou uma puta? Vadia? Sem vergonha? Que sai dando para todo mundo?

— Deixa eles pensarem o que quiserem, o que importa são vocês. Vamos passar na farmácia, comprar um teste rápido e daí você vai lá e vai contar a ele, estamos entendidas? — dito e feito. Compramos o testa, o fiz, e como o esperando positivo, Natália chamou o Alisson para caminhar e eu peguei uma caixa de sapato, coloquei o teste dentro e fui para casa dele.

— PHILIPPEEEEEEEEE! — falo batendo na porta. — ABRE ESSA PORRA, CARALHO!

— Meu Deus. — ele disse, abrindo a porta. — Pra que essa agressão? — disse rindo.

— Preciso te contar uma coisa. — entrei na casa dele e me sentei no sofá, deixando a caixa ao meu lado.

— Pode falar. — ele disse, sentando-se ao meu lado. Peguei a caixa e o entreguei. — Abre.

Ele abriu a caixa e me olhou, surpreso.

— Desculpa. — digo, colocando a mão no rosto e chorando. — Eu não queria isso, não agora.

— Ei, tá tudo bem. A gente vai cuidar dele ou dela juntos. Eu vou assumir as minhas responsabilidades como eu pai. Você não o fez sozinha, eu também fiz. — disse, se pondo em minha frente. — Tá tudo bem. — disse retirando a minha mão de meu rosto e secando as minhas lágrimas.

— Obrigada, você não tem noção de como isso me deixa tranquila. — ele me abraçou, forte. — Só não quero ter que enfrentar os comentários maldosos que as pessoas vão fazer. Vão me chamar de puta, de vadia, Philippe.

— Caso isso aconteça, eu vou tirar as devidas providências, ninguém vai te chamar disso.

— Muito obrigada mesmo! A gente te ama muito. — dei um sorriso para ele, que retribuiu. E meus amigos, que sorriso!

— Eu também amo muito vocês. Mas... Eu posso? — se referiu a tocar em minha barriga. Concordei com a cabeça. — Papai te ama muito, neném. — me levantei para ele poder tocar em minha barriga. Assim ele fez. — Vai dar tudo certo, a gente vai ser muito feliz!

Sempre foi ele - PhilnêOnde histórias criam vida. Descubra agora