Capítulo 17

17 1 0
                                    

Prometi para mim mesma que não choraria por um motivo tão idiota. Então... havia tentado ajudá-lo, acreditei nele quando ninguém mais acreditou, me aproximei dele como ninguém mais havia feito e agora me entregaria para Leslie e a Rainha.

Não percebi para onde minhas pernas estavam me levando até chegar às pedras cinzas, que mais pareciam bancos, onde encontrei Ethan no dia Lunae, para que lhe doasse meu sangue. Sentei em uma das pedras e fitei o céu nublado, completamente escuro. Senti-me como o céu, nublada, escura, sozinha. Mas não estava sozinha! Carla e Daniel estavam aqui, mesmo que não estivessem presentes no julgamento de amanhã (e isso seria até melhor), havia feito novos amigos aqui também. Definitivamente, sozinha não estava!

Desviei os olhos e observei as sombras ao meu redor. Pareciam irregulares e todas em uma tendência a fazerem formas pontiagudas, por exemplo, a pedra que estava sentada, embora fosse um tanto irregular, teria que projetar uma sombra retangular, mas ao invés disso, projetava uma sombra que mesmo em forma de retângulo parecia uma coroa de espinhos. O que será que isso queria dizer?

— O que está fazendo aqui? — alguém falou e quase fez com que caísse da pedra onde estava sentada (e isso seria um grande tombo).

— Ethan! — consegui pronunciar seu nome assim que me recuperei
do susto. Veio até mim e se sentou ao meu lado.

— Não... o Conde Drácula.

— O Drácula seria mais simpático. — e revirei os olhos.

— É... Para te usar e te matar depois. — mesmo que sem querer, isso soou para mim como uma indireta. O Mestre das Sombras tentara ser simpático comigo e agora... — Mas o que você está fazendo aqui?

— Ah! Eu... só não estava conseguindo dormir.

— Agora você me deve satisfações? — E arqueou a sobrancelha.

— Ahn? — sentia-me cansada e confusa.

— Você não está bem. — e olhou para as sombras e as árvores à nossa frente. — Você me deixou aproximar.

— E daí?

— E daí que, além de deixar me aproximar, você também me respondeu, sem nem antes discutir que isso não era da minha conta. — olhei-o e percebi que também olhava para mim. Suspirei.

— Estou preocupada com o julgamento. — e isso não era exatamente uma mentira.

— E...?

— E é isso. Realmente estou preocupada, não havia pensado nisso antes quando desafiei a ordem da Rainha. Simplesmente só queria me ver livre daquelas malditas aulas de teatro!

— Entendi. E agora está numa tremenda merda.

— Que é? Vampiros falam palavrões também. — olhei-o surpresa.

— Não somos certinhos e educados o tempo todo. — E deu de om-

bros sorrindo de leve.

— Eu não disse que eram.

— Sei que não é só isso. — e pegou minha mão. Havia desviado o olhar do dele, mas quando fez isso o olhei de novo e tentei puxar minha mão. — Tudo bem. Pode falar.

— Não é da sua conta. — tentei soar o mais segura possível.

— É. Tem razão. Depois você me pergunta porque não posso ser

gentil... — pensei não ter ouvido direito.

— O que você disse?

— Nada. Esqueça. — e soltou minha mão, virando o rosto para o ou-

FantasyOnde histórias criam vida. Descubra agora