Capítulo 23

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Chegamos perto da enorme mansão e seguimos a trilha que levava até a pequena varanda da frente. Ária apertou um botão, que devia ser a campainha e uma voz pediu a senha. 

— Alessia, você é a nossa guia e por isso tem que ser você a dizer a senha. Lembra qual é? — Ária disse com um sorriso.

— Sim. A senha é: A-B-D-D-E-F-F-F-N-S-T. — senti-me realmente

aliviada por lembrar.

— Está correto. Só um minuto. — disse a voz atrás da porta e ouvi palavras em outra língua, como a conjuração dos feitiços da Havena.

— Se não se importam, vou voltar para meu posto. — e Dust, o dra-

gão, saiu voando de volta pelo caminho que fizemos até ali.

Logo a porta se abriu e pudemos ver a figura de um homem. Trajava um manto negro e longo que cobria suas vestes, havia uma fivela na altura do peito, para segurar a roupa. A fivela era prateada e tinha a forma de dois gravetos cruzados formando um "X". Não conseguia ver seu rosto, porque o capuz o cobria, então não pude deduzir qual deveria ser sua idade ou sua classe.

— Prazer em revê-lo, Ivan. — Ária sorriu para o homem e fez uma mesura. Achei melhor copiá-la e fiz o mesmo. Percebi de canto de olho que Julie e Camilla pensaram como eu. Quando Camilla ergueu-se novamente, estava pálida e observava o homem com curiosidade e descrença.

— Entrem, por favor. — a voz dele era forte, porém transmitia tranquilidade. Entramos e logo em seguida fechou a porta e se virou para nós, retirando o capuz que cobria seu rosto.

— Impossível... — ouvi Camilla sussurrar e arfar de surpresa ao meu lado. Tudo bem que o rapaz era bonito, mas não precisava reagir assim... Era alto, tinha a pele levemente corada (nem muito clara e nem muito escura), seus olhos eram azuis escuros e seus cabelos eram extremamente negros (e parecia penteá-lo como os príncipes de contos de fadas, repartido ao meio e cortado como um Chanel).

— Prazer em conhecê-las, Senhoritas. — falou de forma cordial. — Me chamo Ivan e sou o presidente do conselho de Bruxos e Vampiros desde pouco antes da época de Napoleão.

— Oh! Minha nossa! — Camilla agora parecia a ponto de desmaiar. Julie e eu a seguramos pelos cotovelos e observamos o hall para encontrar um lugar para sentá-la. O hall era grande, as paredes eram de madeira, entalhadas com figuras que não consegui decifrar. Havia um tapete grande vermelho e dourado no chão abaixo de nossos pés e aquilo parecia ter milhares de anos, mas era bem conservado. Havia duas mesinhas de madeira cor de tabaco, dos dois lados da porta, com alguns objetos sobre elas, mas nenhum lugar em que Camilla pudesse se sentar. Havia uma porta à direita, outra à esquerda e bem à nossa frente, uma enorme escadaria entalhada em madeira clara que levava aos andares superiores. Isso é incrível! E muito lindo e luxuoso...

— Sua amiga está bem? — Ivan parecia preocupado.

— Estou! — Camilla deu um pulo saindo de nossas mãos. Isso era realmente estranho, não era de se exaltar assim. — Oh! Minha nossa! É um enorme prazer conhecê-lo! Mas... você não deveria...

— Estar morto? Sim. — pareceu achar graça e riu de leve. — Se o que Antonieta conta fosse verdade.

— Então mentiu sobre... todos vocês? — parecia sem fôlego e eu deveria estar parecendo completamente perdida.

— Sim.

— Depois fazemos mais perguntas. Não podemos esquecer o real motivo pelo qual viemos até aqui e vocês ainda têm algumas criaturas para conhecer. — Ária falou de maneira decidida e Ivan assentiu.

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