CAPÍTULO 3

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Hora de vocês conhecerem o meu, o nosso, o completamente da Luna: Dom.

Esse capítulo é em homenagem às mais de 70 mil leituras em ESCRITO NAS ESTRELAS! Amo vocês! 😊

DOMINIC

Eu não estava preparado para mais uma das peripécias da minha irmã mais nova. Desde que nasceu, Scarlet tinha esse espírito rebelde que era mais forte do que ela mesma.

Eu até entendia. Era difícil saber que você já nasceu com um papel predestinado a você, algo que você não podia lutar contra sem ir contra toda a sua família, a sua alcateia. Desde pequeno eu tinha entendido isso, e talvez, por sempre ter gostado do papel de protetor da alcateia que eu teria como alfa, eu aceitei isso melhor do que a minha irmã que achava que estava condenada aos deveres da alcateia.

A verdade era que qualquer lobo que vivesse longe da matilha por muito tempo, poderia perder contato com o seu lobo, poderia acabar anulando os genes de lobo e se não participasse de nenhuma alcateia, depois de algum tempo ele poderia virar selvagem.

Eu sempre gostei de estar entre a minha cidade e a natureza que a ela cercava. Adorava o sossego e o clima familiar que sempre existia apesar dos pequenos embates.

E ultimamente as coisas estavam meio fora de controle, com a o grande números de lobos selvagens, e uma ameaça irritante do meu primo, eu já tinha o suficiente no meu prato pra ter tempo para mais um problema que a minha irmã mas nova havia arranjado.

Mas eu não estava preparado para aquilo. Para ela.

Na escada do apartamento de cima do bar eu já estava sentindo um cheiro diferente, quase familiar e incrivelmente atraente, eu podia sentir meu lobo arranhando as paredes do meu cérebro querendo sair.

Que estranho.

Quando eu entrei e a vi ali, toda aquela beleza diferente, na hora eu fiquei impactado. Ela era linda com a pele negra, os cabelos cacheados, os olhos grandes de corça e diferentes que pareciam verdes acinzentados o que era loucura, a boca carnuda deliciosa... Mas ela não podia ficar, mesmo com o cheiro diferente, ela era humana, ela podia arriscar tudo ali.

Por isso eu acabei ficando mais irritado e fui grosso com a minha irmã na frente dela. Não pretendia ter agido da maneira que agi, mas o cheiro dela estava me tirando do sério. A presença dela estava me tirando do eixo e quando ela foi se afastar e eu a segurei instintivamente e vi a meia-lua ali... parecia que eu tinha levado um soco no peito.

Marcada.

Como uma humana podia ter essa marca? Ela não devia ter essa marca, era a marca que só as companheiras de lobos tinham. Ela não podia ter essa marca. Ela era humana, ela podia ter um cheiro diferente, mas ela era humana. Sua irmã tinha uma e era por isso que teimava tanto viver dentro da alcateia para sempre, achando que podia estar presa para sempre.

E a marca dessa mulher queimou na minha mão e apenas companheiros destinados quando se tocavam pela primeira vez, a marca queimava junto. Dos dois. E a minha estava em chamas.

E isso só aconteceu uma vez. Muitos anos atrás.

Quem era ela?

Ela.. ela...

Não.

Não podia ser.

- Aonde você a encontrou, Let? - Sussurrei mas depois pensei que era melhor falarmos por telepatia, já que eu era atualmente o alfa da alcateia, eu tinha como fazer isso sempre que eu quisesse.

- Ela é minha amiga da internet. Eu sei que você vai brigar comigo, mas ela precisava de um lugar para ficar e eu estava infeliz e ela também e ela é minha amiga a tanto tempo... - Ela começou a dizer rapidamente telepaticamente.

- E você sabia que ela tinha a marca de companheira?

Minha irmã arregalou os olhos e eu cheirei para confirmar a verdade. Que ela não tinha ideia.

- Como assim? Ela é humana, ela viveu na cidade a vida toda dela!

- Mas ela tem a marca e agora eu tenho que saber o que diabos eu faço com uma humana marcada e que queimou a minha maldita marca também! - Olho para ela furioso.

Se pudesse arregalar ainda mais os olhos, minha irmã faria.

- Como assim, Dom? A sua marcada está sumida a anos! Papai procurou, o alfa de lá procurou e até mesmo tentou, mas...

Meu peito doeu ao lembrar todos aqueles anos atrás, quando eu percorri várias lugares tentando encontrar a minha prometida e as buscas foram todas infrutíferas.

- Eu preciso falar com o nosso pai. Você vai ficar com ela. O Xavier vai vigiar as duas até eu voltar.

Minha irmã revira os olhos.

- Não preciso de babá.

- Precisa sim, e ela também. Já que ela vai ficar. - Eu digo normalmente agora e minha irmã sorri antes de me abraçar.

- Obrigada, irmão. Mesmo com marca ou sem, a Luna é minha melhor amiga e eu estou muito feliz por ela estar aqui.

Luna.

- Luna, não é? - Eu pergunto baixinho, soltando a minha irmã. - Qual o sobrenome dela?

- Soares.

Luna Soares.

Aluna Rosales.

Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida, é que coincidências não existem.

E eu tiraria isso a limpo.

E seria agora.

Me despedi da minha irmã e desci as escadas com mais pressa do que pretendia. Eu precisava pensar, ser racional, porque nesse exato momento a vontade era subir e tocar ainda mais na Luna. A vontade era tanta que eu precisava me conter quase fisicamente. Meu lobo queria estar com ela mais ainda

- E aí? Deu um bronca na problemática da sua irmã? Expulsou a forasteira? - Louise perguntou assim que eu entrei no bar, pronto para avisar ao Xavier, meu beta e meu melhor amigo, da minha decisão.

Louise era bonita de fato, e eu sabia que ela tinha desejo por mim, eu farejava isso a quilômetros de distância e não nego que fui até ela uma vez para me arrepender para sempre. Agora ela sempre enchia o meu saco sempre que possível. Pelo menos ela era prestativa no bar.

- Isso não te diz respeito, Lou.

Ela me olha indignada enquanto eu ando em direção a mesa de sinuca, aonde Xavier e mais dois homens da matilha estão jogando sinuca e conversando.

Ela me para e bota a mão no meu peito. E eu na hora quis tirar.

Parecia errado agora ela me tocar como se pudesse. Eu não era dela, eu era....

Não.

Balancei a cabeça e afastei a mão dela do meu peito.

- Não tenho tempo para isso agora, Louise. - Me afastei antes que ela pudesse dizer algo e me preparei para contar ao meu melhor amigo o que havia acontecido.

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