CAPÍTULO 21 (Parte III)

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LUNA

Dom e eu estávamos curtindo a calmaria e os sons a nossa volta quando eu decidi caminhar. Eu queria ver pelos meus próprios olhos as pessoas, os lobos, a vida.

- Você tem certeza?

- Claro! Tirando alguns que se transformaram na minha frente, eu vi a sua irmã como loba, toquei e tudo.

Ele me puxa para ele.

- Eu queria ter sido o primeiro a te mostrar como um lobo era.

Eu bufo

- Eu acho que não aguentaria te ver pelado.

Ele ri e eu acabo sorrindo, era contagiante demais.

Até que eu parei.

De repente, eu me sentia quente. Tão quente que eu me sentia pesada. E sem ar.

Deus, pra onde tinha ido todo o meu ar?

- LUNA! - Dom gritou quando meu corpo caiu sobre o dele. Eu não tinha controle sobre as minhas pernas e falar parecia difícil.

Eu sabia o que era. Já tinha sentido antes.

Era a falta do remédio.

E antes de desmaiar completamente nos braços de Dominic, eu só podia esperar sobreviver.

DOMINIC

A adrenalina corria pelo meu corpo.

De novo, não. Por favor, Deus!

Eu só conseguia pensar nisso enquanto corria com o corpo da Luna até a casa dos avós dela. Ambos estavam na varanda, mas levantaram em alerta quando me viram me aproximar com ela nos braços.

- O que houve? - A avó dela perguntou.

- O remédio. Ela disse que estava parando com o remédio e eu fiquei tão feliz que ela estava tentando abraçar o lado loba dela que eu esqueci como eu odiava isso. - Eu podia sentir que estava tremendo junto com o corpo dela. Meu coração doía junto com cada parte do meu corpo ao sentir as dores do corpo dela, ao sentir o que ela sentia.

Os ossos quebrando e se reconstruindo, as idas e vindas da consciência e a intensa dor como se alguém estivesse tentando sair pela sua pele.

Eu queria que ela abraçasse a nossa cultura, mas sofreria por ela mil vezes mais. Com tantos anos tomando esse maldito remédio, ninguém sabia se a dor da transformação dela seria maior ou diferente.

- Aqui, deite ela aqui. - O avô dela me instruiu e eu deitei com ela no chão da varanda enquanto a avó dela corria e voltava com um pano frio para por na testa dela.

Ambos sentaram no chão, um pouco afastados de nós dois. Aqueles dois, considerados realeza em seu grupo, sentados no chão da varanda preocupados com a neta como as pessoas humildes que eles são.

- O que eu faço? Eu não aguento ver ela sofrer assim. Isso está me cortando ao meio. - Eu podia sentir meu lobo uivando na minha cabeça ao sentir a dor da nossa companheira.

Os avós dela me olharam com simpatia.

O avô dela me olha com um olhar conhecedor antes de falar.

- Seja o que acontecer, acredito que a minha neta conseguirá ultrapassar isso. Só dela conseguir dar uma chance atrás da outra para esse louco mundo e mesmo sabendo a dor que é a primeira transformação, ela escolheu ir contra seus próprios instintos enraizados e abraçar essa oportunidade. Ela é uma guerreira, temos que confiar que ela vai sair dessa.

Eu queria confiar nessas palavras, mas era difícil quando eu sentia o corpo dela tremer contra o meu.

"Por favor, eu só quero que você fique bem" "Eu te amo do jeito que você for, minha Luna" Pensei enquanto balançava o corpo dela que depois de uns segundos parou de tremer.

Me afastei para olhar se rosto e seus olhos abriram do nada. Me encarando arregalados até a cor humana deles sumir e o olhar lupino avançar.

Olhos lupinos.

- Lu... - Comecei a murmura antes que ela se soltasse de mim e saísse correndo.

Tudo isso aconteceu em segundos, antes que eu conseguisse raciocinar.

Olhei para os avós dela que me olharam com os olhos esperançosos.

- Vá. - Seu avô disse e eu me levantei antes de partir floresta adentro atrás da minha companheira.

Onde ela estava?

Deixei meus sentidos de lobo assumirem e cheirei ela por toda mata até chegar a um ponto sem saída da mata que dava para uma enorme cachoeira a distância.

A lua refletia no lago e iluminava tudo naquela noite de lua cheia.

Eu olhei para os lados antes de focar no que minha mente não foco no meu começo.

Luna.

Agachada de frente para o lago antes de se levantar e se despir.

Eu fiquei ali parado como se estivesse hipnotizado e ela fosse uma sereia que me chamasse com a sua melodia hipnótica. Mas não era a sua voz que me encantava. Era a magia que parecia estar naquele momento em que ela tirava cada parte de roupa e jogava no chão. Como ela jogava tudo no chão com graça e sensualidade.

Como as curvas dela me deixaram com água na boca. Como seu cabelo solto me fazia querer enrolá-lo no meu punho. Como ela era toda incrivelmente linda.

E minha.

Quando seu corpo começou a contorcer e se quebrar, eu me forcei a continuar parado enquanto eu testemunhava sozinho a transformação da minha companheira.

Quando uma loba cor de chocolate finalmente apareceu na minha frente, eu fiquei muito tentado a deixar meu lobo sair também e deixar que eles fossem juntos explorar tudo.

Na verdade, era isso mesmo que eu ia fazer.

Tirei minhas roupas rapidamente e me transformei, deixando que meu lobo assumisse e fosse atrás do que ele clamava a anos e que o nosso coração pedia desde antes... nossa companheira.

Nossa companheira que mesmo loba tinha os olhos da mulher que eu amava e parecia completamente divertida naquela situação toda.

Que bom que você parece feliz com isso, meu amor. Eu vou te mostrar todas as melhores partes.

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LUNA (Sol da meia-noite #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora