CAPÍTULO 5

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Hoje é dia de que??? hahaha
Boa leitura!!!

DOMINIC

Soltei as roupas que eu carregava na boca no chão e me transformei em humano novamente, me vestindo rapidamente antes de ficar a vista do bando.

Eu podia sentir o resto do bando por perto, uns caçando, outros treinando, outros rindo ou apenas conversando.

Acenei para alguns, mas fui direto para a casa dos meus pais, eles teriam as respostas.

- Filho? - Minha mãe perguntou assim que eu entrei. Ela estava na cozinha perto da entrada.

- Oi, Ma. - Me aproximei e beijei seu cabelo. - Meu pai está ocupado? - Mesmo que eu já soubesse que não havia mais ninguém em casa.

- Escritório. E depois volte aqui direito e vamos todos jantar! Aproveite e me conte da desnaturada da minha filha.

Eu sorri de lado e andei até o escritório, vendo que ele estava sentado atrás da mesa, olhando algo no notebook. Parei na porta e encarei meu pai.

Desde pequeno, meu pai Abraão sempre foi uma enorme influência para mim. Eu costumava segui-lo para todos os cantos e ouvir suas lições como se fossem conselhos precioso de vida, e eram. Quando ele me contou a primeira vez sobre companheiras, eu lembro que não dei muita atenção, afinal, eu era um garoto de quinze anos e os hormônios explodindo.

"- Você acha que garotas são importantes agora, meu filho, mas só uma vai ser a mais importante de todas.

- A mamãe? - Eu perguntei meu cético. Só podia ser alguma pegadinha.

Meu pai riu e apertou a mão no meu ombro.

- Sua mãe sempre vai ser importante. Mas a sua companheira vai ser o seu tudo. Vocês serão um e sentirão tudo o que outro sentir, serão fortes e imbatíveis. A conexão dos verdadeiros companheiros, é uma coisa que nada e nem ninguém pode apagar. A sua sorte é que a sua já estava predestinada.

Franzi a testa me lembrando de algo não muito tempo atrás. Eu e uma menininha. Eu tinha uns nove anos e ela devia ter uns quatro.

Uma queimação.

- Aquela garotinha? - Perguntei com escárnio. - Ela é uma criança.

Meu pai balança a cabeça.

- Assim como você é agora, Dominic. Logo você entenderá, e não sentirá a urgência por uma companheira."

E depois quando eu cheguei aos meus vinte e dois e achei que já estava na hora de rever minha companheira, lembrei do meu pai me informando que ela havia sumido um tempo depois do nosso encontro e o alfa do bando dela escondeu isso de nós achando que a acharia a tempo de um acasalamento.

Eu fiquei tão enfurecido, tão assustado...

Depois ressentido, achando que talvez, por viver do jeito que eu vivi, não merecia achar a mulher que me completaria da forma mais intensa que só uma companheira pode fazer.

E agora...

- O que foi, meu filho? - Meu pai se recosta na cadeira de couro e me encara, os olhos de lobo sempre esperto. Uma sabedoria adquirida de anos.

- Eu acho que minha companheira pode estar aqui.

Assim que eu digo as palavras, eu ouço um vidro se quebrar na cozinha e meu pai se ajeita na poltrona como se precisasse de seu foco total agora, quando minha mãe entra no escritório.

Se há uma coisa que povos aprendem desde cedo, é controlar seus sentidos. Principalmente a audição. Focar em outras coisas ao invés de focar em tudo, controlar seus instintos, controlar até mesmo o que deve ou queria ouvir.

Mas se era algum assunto envolvendo eu, Xav ou principalmente a encrenqueira da minha irmã. Os ouvidos da minha mãe eram atentos a tudo.

Por isso eu sabia que não demoraria muito até ela voar até aqui.

- Companheira? - Os dois dizem ao mesmo tempo. Minha mãe com os olhos esperançosos e meu pai cauteloso.

- Isso é meio impossível, meu filho. Você e Aluna são predestinados, e com ela sumida e só Deus sabe pra onde a mãe dela a levou...

- Então, pai... eu acho que ela está aqui. - Eu disse antes de estender o braço e mostrar minha marca de meia-lua. - Ela queimou desde o momento que eu encostei nela, e o cheiro dela...

Deus, só de lembrar o cheiro dela, meu lobo arranhava as paredes do meu cérebro tentando sair, querendo ir até ela, correr até ela.

- Será possível isso, Abraão? Depois de todo esse tempo? - Minha mãe murmurou para o meu pai, com esperança em sua voz.

Eu sabia que ela estava preocupada comigo. Seis anos e eu estava longe de a minha companheira, e eu era o alfa. Que alfa eu seria sem a minha companheira ao meu lado? Um lobo solitário. Meu coração apertou com a possibilidade que talvez...

- A mãe dela estava com ela? - Meu pai perguntou.

- Pelo o que eu sei, ela e a mãe brigaram e ela resolveu seguir o próprio caminho. - Parei antes de falar a parte mais importante. - Mas ela cheira a humana.

- Humana? - Os dois perguntaram agora chocados.

- Pois é, isso que eu não entendi. Os sinais estavam todos lá, mas o cheiro dela...

Meu pai suspirou e levantou da mesa vindo até mim. Eu já sentia o que era e pude sentir meus ombros caindo em derrota.

- Meu filho...

- Eu sei que posso estar viajando, mas tem algo nela, algo que me atrai. Só de estar longe dela agora está fazendo com que meu logo arranhe as paredes do meu cérebro querendo sair, querendo se libertar.

Minha mãe anda até mim preocupada.

- Será que o lobo está te machucando porque você está muito tempo sem companheira? Talvez... talvez você deva seguir em frente.

Não.

Meu lobo gemeu de dor na minha cabeça e eu podia sentir meu coração doendo também. Não, eu não faria isso. Eu sei que ela está lá, eu sei que eu posso e vou encontrá-la.

Eu balancei a cabeça em negativa e fui me afastando até a porta.

- Eu preciso ir, depois conversamos.

Sai de lá e fui correr, correr para longe daquilo tudo e me transformei em lobo novamente, correndo pela floresta sem direção. Apenas para liberar toda aquela frustração que eu estava sentindo presa no meu corpo. Eu precisava correr, precisava extravasar.

E fazer isso sozinho.

Então, eu corri me afastando de todos que tentaram até mesmo se aproximar de mim na forma de lobo, eu não queria ser o simpático Dominic agora, eu só queria ser o homem solitário que eu realmente sou.

Corri até perceber aonde eu estava.

Em frente ao bar e já era tarde, tudo estava escuro e só a luz do apartamento da minha irmã ligada.

De repente, como se ela sentisse a necessidade que eu tinha de vê-la, Luna aparece na janela e encara a lua acima de nós antes de lançar um olhar curioso pela mata onde eu estava escondido. Como se me sentisse ou soubesse que eu estava ali.

Quem é ela?


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LUNA (Sol da meia-noite #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora