CAPÍTULO 26

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BOA LEITURA!
Estamos indo para a reta final. Mas uma reta que deve demorar uns capítulos... (Talvez 5? Talvez 8? Veremos, veremos...)

DOMINIC

Santos.

Eu nunca pensei que ouviria o nome dele novamente.

Na verdade, eu tinha aquela fina linha de esperança de que meu primo voltaria e tudo ficaria bem, que tudo se resolveria e que voltaríamos a ser uma família novamente.

Mas não. Santos estava tomado pela raiva de algo que nenhum de nós tinha culpa ou controle. E atacar a própria família...

Ele estava incontrolável, provavelmente irredutível e se ele chegou a esse ponto, e se as coisas chegassem ao ponto em que não teria mais volta... Eu não queria, mas terminaria tudo. Eu mataria meu próprio primo.

Depois de ajudar a levar meu pai para cima e ele descansar um pouco, fui com Xavier, Luna e Lúcio ver as notícias pela alcateia. Scarlet tinha ficado em casa para ajudar  nossa mãe.

- Eu conheço por alto a situação do seu primo, mas eu quero desde já mostrar meu apoio a vocês para resolver essa questão. Acho que seja o que for, ele passou dos limites aqui e acho que vocês tem noção disso. - Lúcio disse e eu só podia concordar.

Atacar a alcateia e a própria família era algo hediondo até mesmo pra ele.

- O que houve entre você e o seu primo? - Luna perguntou e os outros me olharam de lado e eu acenei para eles continuarem indo em frente.

Eu tinha que explicar para ela toda a situação, todo a história complicada e eu podia, infelizmente, imaginar o motivo do ataque a alcateia nesse momento.

Quando nos afastamos o suficiente, eu sentei com ela no banco perto da árvore, na parte do campo onde os mais jovens do bando costumavam brincar pelo dia, mas depois do ataque, ninguém era permitido sair até que fosse seguro.

- Eu e o meu primo éramos muito unidos. Eu, ele e Xavier. Treinávamos juntos, estudávamos juntos, e tínhamos planos juntos, planos para comandar a alcateia e protegê-la. Talvez até expandi-la. Eu sempre soube que tinha sangue de alfa, que tinha nascido para liderar. - Pego a mão dela e brinco com seus dedos. - Quando eu descobri que eu e você éramos predestinados, ele começou a se irritar com pequenas coisas. Ele se irritava porque eu havia nascido com sangue alfa e ele não, porque eu tinha uma companheira predestinada e ele não... E eu acho que piorou quando ele encontrou a companheira dele e ela não era ninguém importante entre famílias. Ele se ressentiu com ela, se ressentiu comigo e com o meu pai quando mesmo assim, mesmo sem uma companheira, meu pai iria me passar o comando da alcateia. Meu primo era uma beta e não aceirava isso de jeito nenhum. Xavier que tinha sangue beta também, que não tinha família de sangue, ele nunca reclamou de nada! Mas meu primo, meu próprio sangue, se rebelou e acabou que uma noite nós brigamos e ele saiu, disse que teria seu próprio bando e pagaríamos. Eu nunca levei a sério. - Paro ao suspirar. - Mas acabou que eu devia ter levado a sério.

Ela me olha com os olhos cheios de compreensão e entendimento e eu percebi que era ali que meu pai sempre teve razão. Que a minha companheira seria meu bálsamo, minha metade, meu porto seguro, meu lar.


LUNA

Eu conseguia ver a angústia refletida nos olhos do Dominic. Podia ver que ele não queria que as coisas caminhassem do jeito que caminharam.

Eu pude ver que ele não escolheu a vida que ele tinha. Mas que ele abraçava ela da melhor forma possível e ao mesmo tempo tentava não machucar ninguém no caminho.

Ele sofria pelo afastamento do primo, parecia se culpar até. Por coisas que ele não tinha culpa de forma alguma.

- A culpa não é sua. Você sabe disso, não é? - Apertei minha mão na sua, tentando passar conforto e segurança para ele.

Ele me olha com os olhos torturados.

- Eu tenho certeza que a culpa é minha. É minha culpa que ele atacou aqui. Atacou logo depois que eu finalmente descobri a minha companheira. Acha que isso não é coincidência? Acha que ele não veio motivado a realmente nos fazer pagar?

Era a minha vez de ficar confusa.

- Mas o que eu tenho com isso?

Ele engole, parecendo mais angustiado.

- Quando companheiros são predestinados, eles geralmente são alfas. Um casal alfa. Existem até casais betas predestinados, mas Santos não tinha a marca, ele não tinha o destino traçando algo para ele. Ele se sentiu menos importante por isso e foi se amargurando, ficando mais irritado e soltando farpas sempre que podia... até resolver ir embora um dia. Ir embora e não voltar mais. Sempre pensei que um dia ele voltaria e resolveríamos isso, mas uma vez, enquanto estava com vocês no bar, eu senti um cheiro novo, e também familiar. Quando sai e vi ele escondido observando tudo com raiva, eu sabia que ele não voltaria em bons termos.

Nossa, será que ninguém queria que ficássemos juntos? Minha mãe não se conformava comigo encontrando meu companheiro, o primo do Dominic se revoltava só pelo destino ter nos unido... As vezes eu pensava que a gente não tinha um dia de paz.

Levantei minha mão e acariciei seu rosto levemente e com cuidado.

- Não temos culpa, não temos culpa de nada disso. Eu quero que você entenda e saiba disso. O seu primo já é grandinho para tomar suas próprias decisões e se ele fez isso, não importa que motivo ele impôs na cabeça dele, a inveja é a pior motivação pra qualquer coisa. Principalmente quando faz agir contra a própria família. E nós vamos lutar contra isso, lutar contra ele.

Dominic me olha apaixonado e beija a palma da minha mão que toca seu rosto.

- Eu agradeço por você desde o dia que eu tive esperanças que você era você. Mesmo que não fosse, você já tinha um espaço em mim, e tinha uma parte minha que eu não podia controlar e nem queria. Eu te amo tanto que não sei o que seria de mim se algo te acontecesse. Você é vital para mim, Luna. E eu me culpo também porque se algo te acontecer, eu não iria querer ficar por aqui sem você.

Um calafrio tomou o meu corpo inteiro. Como um prenúncio de algo que não teríamos controle, algo que seria maior do que nós. Mas eu não era supersticiosa, eu acreditava que eu mesma poderia fazer o meu destino.

E eu não iria sair de perto dele.


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LUNA (Sol da meia-noite #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora