LUNA (Sol da meia-noite #1)

CAPÍTULO 31

Gente, perdão pela demora.
Mas já venho avisando que estamos na reta final.
Faltam 4 capítulos (acho)
Se preparem hahahahaha.

LUNA

Eles estavam planejando algo.

Eu não sabia o que, já que Santos fazia questão de se afastar o máximo possível depois do que houve entre ele e a Louise. Talvez ele tenha desconfiado de mim, não sei. Eu nem sabia se ele já sabia que eu me transformava, afinal, a primeira e a última vez que me transformei foi quando estava na alcateia dos meus avós.

Com tudo acontecendo, acabei ficando sem tempo até para pensar nisso.

Mas se eles achavam que eu seria boba, eles estavam completamente enganados. Eu também estava planejando algo.

A verdade era que eu não sabia se daria certo, mas sempre deu certo para as mocinhas sequestradas nos filmes e séries, e se tinha algo que eu tinha muita experiência, era ver isso o tempo todo.

Quando Louise entrou no quartinho, talvez ela fosse começar a se vangloriar, começar a soltar alguma das suas asneiras, mas me concentrei em não surtar e ser paciente.

- Ora, ora. Parece que a protegida finalmente está no seu lugar. No chão que ela merece. - Ela fala com escárnio, e mesmo que eu queira pular no pescoço metido dela e a estrangular até o fim, eu respirei fundo.

- Eu preciso ir no banheiro. - Falei olhando para o chão. Não deixaria ela ver também o ódio e a raiva no meu olhar. Eu não seria intimidada pela loucura da cabeça dela. Não deixaria que suas ideias megalomaníacas se concretizassem, o que eu duvidava muito, então ela só podia ter perdido a cabeça mesmo.

Ela ri de deboche.

- Banheiro? Você não tem direito a isso.

- Eu preciso ir ao banheiro. - Falo mais alto e com mais força.

- Faça nas calças!

Ergo meu olhar para ela, não acreditando na alma podre que ela era.

- Eu pensava que você era só uma invejosa qualquer, mas eu percebi que você é podre. Podre por dentro que agora exala pra fora. A beleza que eu vi no primeiro momento, está se esvaindo e agora da lugar a essa pessoa podre, cruel e má. Uma invejosa sem escrúpulos. - Agora eu que rio com deboche. - Você acha que o Dom alguma vez assumiria você? Te aceitaria como companheira? Você não merece, você é escória.

Ela me olha com ódio antes de vir em minha direção com raiva.

- Eu vou te matar, sua maldita! - Ela puxa minhas correntes, e tenta enrolar ela no meu pescoço para me enforcar, mas eu tento lutar contra ela enquanto sorrio.

- Você não pode me matar, porque diferente de você, eu estou valendo algo para esse bando. Sua estúpida!

Ela arregala os olhos por um segundo como se tudo tivesse clicado antes que ela fosse violentamente afastada de mim por Santos.

Eu tusso com a minha liberdade e busco o ar, enquanto Santos dá um tapa em Louise com tanta força que faz com que ela caia no chão.

- Qual é a porra do seu problema? Você come bosta? Não podemos nos livrar dela ainda e você colocando tudo a perder e pelo o que? Por picuinha idiota!

Louise tenta se levantar e olha chocada, como se não tivesse acreditado que caiu tão fácil.

- Eu preciso ir ao banheiro. - Digo mais uma vez, escondendo meu sorriso.

Santos me olha com raiva mas acena.

- Vamos. - Ele bem levanta com uma mão e segura as  correntes com a outra, me puxando com ele.

- Ela... ela... - Louise tenta dizer mas parece sem forças.

Santos me arrasta e eu vejo a sala pela primeira vez, que só tem uma mesa com três cadeiras e um sofá velho no canto. Mais à frente eu via outro cômodo que devia ser onde era a cozinha, mas Santos me puxou tão rápido e me jogou no banheiro, que tinha uma pia, um vaso e um chuveiro com uma cortina meio acabada.

- Você tem dois minutos.

Eu estendo as mãos para ele e tento fazer a melhor cara inocente possível.

- Você precisa me soltar para isso, não acha?

Ele me olha desconfiado, mas me dá um puxão antes de soltar as algemas.

- Eu juro que se você tentar qualquer coisa, eu corto a sua garganta e uso seu corpo moribundo para atrair o Dominic até aqui. Não me teste.

Eu apenas o olho dentro dos olhos e aceno.

Você vai se arrepender, seu maldito!

Ele se vira e fecha a porta atrás dele.

Olho o banheiro tentando ver minhas opções, o que eu podia olhar, o que eu podia usar como arma...

O espelho acima da pia estava com partes quebradas, e resolvi que podia usar uma como arma. Não era muito, mas era algo pra quem tinha absolutamente nada para usar como arma.

Eu realmente precisava fazer xixi, então me aliviei rapidamente e dei descarga, indo diretamente lavar as mãos e me preparando.

Quando a porta abre, eu tento ser mais rápida e já vou saindo, estando lá fora vai ser melhor ainda.

Santos estende as mãos para mim, com as correntes em suas mãos e eu levanto as mãos fingindo obediência antes de enfiar o vidro no seu ombro.

- ARGH! - Ele arfa e eu afundo mais o pedaço antes de empurrá-lo para longe de mim e correr em direção a porta aberta, mas eu sou puxada para trás, dando de cara com a raiva desenfreada da Louise.

- Você não vai sair!

- E quem vai me impedir? Você? - Eu zombo antes de rosnar para ela, mostrando meus olhos mudando de cor.

Ela arregala os olhos.

- Não. - Ela sussurra.

Meu sorriso aumenta.

- Sim. - Eu digo e a empurro com mais força para longe de mim, abrindo a porta para correr.

Eu precisava me transformar e correr o mais longe possível dali.

Eu comecei...

Eu nem cheguei a fazer nada, porque algo me atingiu na cabeça, apagando meu mundo por completo.

Mas não minha vontade de fugir.

DOMINIC

Eu não precisava me transformar.

Estávamos marchando madrugada a dentro, ferozes e prontos. Com a vingança por tudo o que aconteceu em nossas mentes e corações.

A raiva parecia ter me dado um combustível extra, uma vontade maior de atacar, de querer machucar e acabar com a minha presa. Eu era um predador pronto para atacar, e era melhor meu primo estar preparado.

Porque eu ia destroça-lo.

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