CAPÍTULO 7

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Vocês são as leitoras mais sinistras, sabiam? Cumpriram a meta no mesmo dia e eu fiquei boba e me virei em cinco pra preparar o máximo de capítulos pra lançar pra vocês, então vejo vocês só daqui a alguns dias agora hahaha. APROVEITEM PORQUE VOCÊS MERECEM!

DOMINIC

Eu não podia acreditar nessa merda.

Com que direito meus pais pensaram que podiam aparecer aqui e interrogar a Luna? Se meter na vida dela?

Eu não tinha certeza se ela era quem era, não tinha certeza de nada desde o momento que ela apareceu na minha vida.

Mas uma coisa eu sabia: meus pais não tinham o direito de se meter nisso.

Eu contei pra eles querendo desabafar, trocar com as duas pessoas eu amava e confiava. Que sabiam da história tão bem quanto eu. Mas talvez eu devesse ter mantido tudo somente com o Xavier. Ele era meu amigo, praticamente meu irmão e meu beta. Confiava nele de olhos fechados.

- Dominic... - Minha mãe começou levantando da cadeira com as mãos levantadas em forma de calmas

- Vocês não tinham o direito. - Comecei tentando me acalmar enquanto o meu lobo só podia cheirar alguns metros atrás a tristeza da Luna. Eu só podia imaginar as lágrimas nos olhos dela, e só de pensar nisso, pensar nela triste, meu lobo queria acabar com quer que tenha feito ela sofrer.

- Você sabe que tínhamos que conhecê-la, meu filho. Você sabe disso. O que ela representa... - Meu pai deixa a frase no ar, sabendo que o significado era muito forte para ser exposto assim, na frente dela. Mais do que já estava sendo .

- E-eu não entendo. - Luna sussurra olhando entre nós, completamente perdida e o seu olhar, a forma como ela parecia tão ingênua e perdida, fez meu peito apertar.

Estendo a mão para ela.

- Você pode dar uma volta comigo?

Ela me olha confusa, provavelmente tentando entender porque diabos eu estava querendo andar com ela sendo que eu nunca tinha trocado mais do que uma conversa com ela. E nem foi uma conversa boa.

E eu continuo lá com a mão estendida, e quando eu pensei que tinha passado uma eternidade, ela botou sua mão na minha, e aquela conexão que eu senti antes, se intensificou em mil quando a mão dela fechou na minha e eu só soube ali, que era algo muito maior do que a gente.

Muito mais.

Eu podia não saber exatamente o que era, mas eu sabia que ela era especial.

A levei para fora, eu queria ela distante de todos os ouvidos curiosos, não só da minha família como de algumas pessoas do bando que estavam ali. Todos curiosos sobre minha reação tão louca por uma desconhecida.

Ela andou ao meu lado em silêncio, e só quando estávamos quase perto do bosque - que eu percebi para onde inconscientemente eu trouxe ela -, que ela falou.

- O que você quer, Dominic? - Ela para e respira fundo antes de continuar. - E por que você insiste em ser tão idiota com as pessoas?

Dou de ombros antes de me virar para ela.

- Talvez eu só seja um idiota.

Ela olha para mim por alguns segundos que parecem eternidade novamente. Era estranho como ela era tão observadora. Como se tivesse algum instinto animal, observando, avaliando, medindo sua presa. Como um lobo.

- Então, o que o senhor idiota quer comigo? Porque eu tenho trabalho a fazer, disso eu tenho certeza.

Eu ainda estava agitado e provavelmente irritado por ela ser tão grossa comigo ou parecendo querer se livrar logo da minha presença, como se não gostasse de ficar perto de mim sendo que tudo o que eu pensava era ficar perto dela. O tempo todo.

- Sua presença me perturba, você não consegue ver?

E foi quando eu percebi que disse a coisa errada. Porque quando eu senti as palavras saindo e o rosto dela ficando congelado, eu percebi que tinha errado muito feio.

Muito mesmo.

Merda.

- Luna... - Eu me viro em direção a ela, levantando as mãos em um gesto apaziguador.

- Você é um babaca! Eu pensei que eu pudesse recomeçar aqui, nessa cidade que eu me senti tão atraída, onde eu gosto das pessoas, onde eu gosto do meu trabalho, mas Deus, eu não gosto de você! Eu não suporto você agindo como esse ar superior! Como se fosse superior a mim, Dominic! Eu posso ser uma estranha, mas você não me deu chance para te mostrar diferente disso. - E depois ela sai em direção a floresta.

O meu lobo uiva na minha cabeça e tudo que eu podia imaginar, era o rosto dela, cheio de dor. Meu peito dói só de lembrar.

Eu machuquei ela.

Mas explicar o que?

Meu primeiro instinto era correr atrás dela, explicar, tentar pôr em palavras...

Mas explicar o que? Que eu sentia uma conexão imensa com uma estranha? Como se ela fosse a minha companheira que eu achei que havia perdido? Só que isso era impossível, visto que ela era humana e lobos e humanos não acasalam.

Minha cabeça estava doendo tanto quanto meu coração.

Alguma coisa, alguma coisa era muito estranha nessa história toda. Todos os sinais, toda a conexão, toda essa vontade... Eu não estava ficando doido.

Não podia estar.

LUNA

Babaca.

Era isso que aquele homem era. Um tremendo de um babaca.

Um babaca gigantesco.

Sua presença me perturba, não consegue ver?

As lágrimas vieram mais rápidas do que eu esperava. Eu não queria me senti tão afetada assim pelo comentário dele, mas me afetou, e me afetou de uma maneira que fazia meu coração doer com a ideia dele se sentir assim por mim.

Eu só havia chegado ali tinha poucas semanas, mas cada minuto eu me sentia mais conectada com o lugar, com alguma das poucas pessoas que eu conheci diariamente. Até mesmo os pais da Scar, eles eram fortemente protetores, mas era compreensível, era o que pais faziam.

Foi o que minha mãe fez, até eu brigar com ela.

Será que eu fui tão ruim assim? De brigar com ela quando ela só queria o meu bem?

Eu pensava tanto que nem cheguei a perceber que já havia adentrado boa parte da floresta. A luz da lua me guiava até eu ouvir barulho de água caindo.

Não acredito... pensei alegre.

E lá estava.

Uma linda cachoeira afastada com um pouco da mata, mas brilhando com a luz da lua que deixava tudo num clima agradável. O barulho conseguia me acalmar o suficiente e eu resolvi sentar lá para pensar.

Hoje eu fiquei cansada emocionalmente demais para voltar para o bar. Eu precisava de um tempo só para mim, para pensar, planejar e principalmente, me reconectar comigo mesma.

Tirei os tênis que eu calçava, enrolei a calça jeans o máximo que eu pude e pus meus pés na água gelada.

Os sons me acalmavam o suficiente para relaxar, e quando eu deitei na mata, algum tempo depois, eu nem percebi que horas eram.

E nem que tinha passado a hora do meu remédio.

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E aí? O que será que vai rolar depois dessa?

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LUNA (Sol da meia-noite #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora