CAPÍTULO 29

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Eu sei que muitas de vocês quiseram me matar hahahaha.
Como leitora, eu odeio quando um personagem morre, mas como autora, eu vou seguindo o fluxo da história hahahaha.
Mas amei a revolta de vocês.
ENTÃO BORA LÁ!

LUNA

A primeira coisa que eu percebi quando recobrei a consciência foi que eu não sabia aonde eu estava.

Odiava ser esse tipo de clichê ambulante mas essa era a verdade. Eu não fazia ideia.

Quanto tempo eu tinha ficado desacordada? Quanto tempo eu fiquei nessa posição? Tentar levantar meu corpo foi um esforço imenso, e eu só consegui apoiar meu corpo na parede e ficar assim.

Eu estava em um colchão no chão de um quarto muito sujo que tinha só uma lâmpada no teto e o colchão com um lençol que eu estava deitada.

Tentei não pensar no que ou quem poderia ter estado aqui antes e me concentrei. Me concentrei nos cheiros principalmente.

O cheiro de terra era forte, e vários cheiros de outros lobos... e um deles era conhecido.

Louise.

Aquela maldita de marca maior tinha armado essa emboscada e tudo que eu podia era me culpar por não ter visto isso logo de cara. Ela tinha um cheiro suspeito, mas eu deveria saber que ela aprontaria alguma coisa.

Me concentrei para tentar ouvir a dissuasão acalorada que se seguia lá fora. Ela estava falando palavras raivosas para alguém.

- Tinha que atirar nele? Você colocou tudo a perder, seu idiota! Ele não vai querer saber de mim desse jeito.

- E você acha que ele iria querer saber de você antes? Você ao menos pensa? - Uma voz masculina e muito calma perguntou e eu quase gostei dele. Ele claramente achava que a Louise era mais burra que uma porta.

- O plano era claro! Você daria um fim nessa baboseira de companheira predestinada e eu seria a pobre vítima do terrível Santos... não era para ter testemunhas, principalmente morte!

Morte? Meu coração gelou só de pensar nisso.

Quem morreu?

- Você acha mesmo que depois que sua companheira predestinada morresse, ele iria querer você? Você realmente não pensa. Ele ficaria tão destruído que acabaria se matando e aí sim, isso me traria muito prazer. Mas não é o que eu quero. Eu quero que ele saiba que ela está viva para que ele venha até mim, para que eu tenha o prazer de tirar a vida dele com as minhas próprias mãos. Você, a predestinada e o puxa saco do Xavier são só pedras que eu facilmente retiro do meu caminho. - Ele disse com uma voz tão fria, tão mortal que todo meu corpo se arrepiou.

Então uma coisa me chamou atenção.

Xavier? Xavier como dano colateral?

Tudo o que eu não queria acreditar foi concretizado com a seguinte fala de forma enlouquecida.

- VOCÊ É UM CRETINO! VOCÊ ME PROMETEU COISAS, SANTOS! ME PROMETEU! AGORA VOCÊ DESTRUIU TUDO MATANDO O XAVIER! - Ela gritava e logo um barulho de baque forte, como se um corpo fosse jogado, e rosnados encheram o lugar.

- Não me teste, Louise. Eu usei você para o meu propósito e não ligo para isso. Se eu quiser, eu posso acabar com a sua vida insignificante aqui mesmo e agora, mas agora que você não tem mais alcateia, pode ser que sirva de algo para a minha.

- E-eu... ainda tenho... - A voz de Louise agora saia sufocada,  como se alguma coisa tivesse prejudicado sua fala. Ou o som de sair melhor.

Um riso de escárnio enche o ar.

- Você realmente acha que eles vão te aceitar depois de tudo? Sua única saída é se unir a mim, jurar lealdade a mim! Ou você pode encontrar a morte rápida com o homem que você diz amar. - Outro baque alto e depois silêncio.

Eu me encostei novamente na parede querendo ouvir mais nada, querendo não ter entendido o que eu entendi e não ter ouvido o que ouvi.

Xavier estava morto.

Santos o matou e agora eu era uma isca para atrair o Dom para ele tentar matá-lo também.

Santos não ligava para nada, e ele não pararia em sua sede de vingança louca. Ele era louco. Ele precisava urgentemente ser parado.

Mas como? Como eu poderia ajudar estando presa por correntes? Tinham correntes prendendo meus pulsos e correntes nos meus pés. Eu estava presa.

A porta do quarto se abriu e eu me surpreendi a ver um homem que parecia um pouco com a família de Dominic, mas tinha os traços mais robustos, mais lupinos, uma mistura grotesca de um homem que tinha abraçado seu lado lobo de forma maléfica.  Seu rosto exibia uma feição dura e irritada. Ele cheirava a ódio.

- Ora, ora... quer dizer que você acordou tão cedo? Eu achei que o que eu injetei em você levaria mais algum tempo até te levantar.

- Que droga que você injetou em mim? - Eu ainda me sentia fraca e letárgica.

Ele me dá um sorriso de lado cruel.

- E para que estragar a diversão te contando?

Ele anda mais e se agacha na minha frente, me olhando atentamente enquanto eu tentava fazer o mesmo.

Até ele bufar.

- Eu consigo ver o apelo que ele tem, tirando todo o lance de destino. - Santos estica a mão e mesmo tentando me afastar, ele consegue tocar meu rosto. - A pele sedosa e exótica, os olhos grandes e chamativos... E todo esse corpo... - Ele passa a mão pelo lado do meu peito até a cintura e eu engulo a vontade de gritar de indignação.

Eu queria chorar também.

Como alguns homens se sentiam no direito de tocar a mulher quando ela não quer? Se sentiam no direito de tocar no corpo alheio com a mão imunda deles?

Mas eu não iria falar. Ele não teria o prazer de me ver mas esboçando reação nenhuma. Eu não daria esse prazer a ele.

Santos levanta.

- Talvez quando eu acabar com ele, você me faça um uso melhor do que a burra da Louise. - Ele se vira para sair mas eu não aguento, eu precisava que ele soubesse que assim que eu tivesse a chance, eu mesma o mataria.

- Quando eu e o Dominic acabarmos com você, a sua cabeça me faça um ótimo uso como bola de futebol.

Ele se vira e levanta uma sobrancelha para mim, curioso.

- E até que ela tem senso de humo. Bem melhor que a Louise. - E com isso ele sai.

Eu exalo depois disso começo a planejar.

Eu precisava sair daqui, nem que fosse a última coisa que eu fizesse.

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LUNA (Sol da meia-noite #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora