LUNA (Sol da meia-noite #1)

EPÍLOGO

Obrigada por estarem comigo até aqui.
Obrigada por me apoiarem, me incentivarem, me defenderem e até mesmo por me mostrarem onde eu errei para poder melhorar.
Obrigada por cada voto, cada comentário, cada visualização de até quem não fala fala nada.
Agradeço a Deus pela vida de vocês.
Obrigada por serem incríveis, por serem as melhores leitoras.

Até a próxima, meus amores.
Espero que gostem 🤎

LUNA

Desde o momento que eu cheguei na pequena cidade de Sol da Meia-noite, eu não sabia o que me esperava.

Eu não sabia o que eu ia encontrar, quem eu ia encontrar e que no final de tudo, que eu acabaria finalmente me encontrando. Eu não esperava isso.

O amor foi uma consequência, a mais linda consequência, mas me achar, foi sem dúvidas nenhuma, a melhor coisa.

Eu sempre achei que algo estava faltando, que algo estava vazio em mim. E era eu mesma. Eu mesma não me conhecia, eu mesma não entendia minha importância.

E hoje, eu ainda estava conhecendo essa Luna. A Luna que tinha amigos, que tinha um amor, que tinha uma família maior do que ela esperava. Uma Luna que sofreu e também tem cicatrizes que vão curar com o tempo.

Meu nome por definição, significa lua. Minha mãe sempre me disse que eu nasci durante uma transição de fases da lua, que eu combinava com a noite e tinha em mim algo místico e precioso. Mesmo me privando a vida inteira, ela me deu o melhor nome possível.

Uma mulher de fases. E todo dia, eu descobria uma nova fase minha e aprendi a amar cada uma delas.

Principalmente a Luna loba.

- Desde que tudo aconteceu, mal tivemos tempo para nós dois. - Dominic disse ao me abraçar por trás.

Eu estava olhando pra parte de trás da casa dos pais dele. Lembrando de tudo o que aconteceu a semanas atrás.

Depois que conseguimos voltar com os corpos dos feridos e os pouco lobos comparsas de Santos que sobraram, arrumamos logo tudo para o funeral de Xavier.

Foi emocional para todos nós. Xavier era um querido, tinha uma paz nele que nada abalava e ainda era um ótimo amigo, irmão. Dom se manteve impassível durante todo o funeral, porque ele era o próximo líder alfa, ele precisava se mostrar forma diante as adversidades, mas eu podia ver que seu semblante lutava contra isso. Quando ficamos sozinhos, eles desmoronou no meu pescoço.

Minha melhor amiga estava diferente também. Quando eu apareci, Scarlet me abraçou apertado e pediu perdão. Eu não tinha o que perdoar, afinal, se eu não fosse daquele jeito, eles teriam inventado outro que poderia ter sido pior... mas ela não quis ouvir. Ela ficou calada e com a cabeça baixa durante todo o funeral de Xavier e depois foi para casa dos pais, ficando reclusa em seu quarto.

Mas eu sabia que ela chorava e sofria. Eu sentia isso, todos nós sentíamos. Até Dominic sentiu a dor da irmã e tentou conversar com ela, mas não adiantava. Só ela podia sair disso.

E era assim que estávamos levando cada dia devagar, reconstruindo nós mesmos, dia atrás de dia.

Por conta de tudo o que aconteceu, meu primo resolveu ficar mais um tempo para ajudar Dominic. Mas eu tinha uma suspeita que não era só por ele que ele tinha aceitado ficar mais tempo.

Dom era um bom líder. Benigno e justo. Ele ofereceu asilo aos comparsas restantes de Santos, mas eles recusaram, então ele fez um pacto com eles. Bem, esperávamos que eles seguissem o pacto, ou seriam massacrados - Palavras de Dominic.

Louise... bem, ninguém queria ver a cara dela aqui. Então ela foi banida sem dó nem piedade. Não importando o quanto ela chorou e fez o drama dela, ninguém se comoveu com o ato. Ela foi banida ao exílio, a existir sozinha sem a presença de todos aqueles que ela cresceu junto na alcateia. E esse talvez fosse um castigo que ela pagaria para sempre.

A solidão não era algo fácil.

E por falar em solidão, minha mãe começou a compreender que eu não fosse mais querer ter a vida de antes, mas ela queria sair. Queria morar bem longe de qualquer coisa que remetesse a lobos. Apesar de tudo, ela ainda não confiava, então eu e os meus avós estávamos respeitando a decisão dela e tentando pensar no que fazer, já que ela não era a pessoa mais confiável no mundo.

- E aconteceram muitas coisas, não foi? - Perguntei ao me virar para ele e olhá-lo carinhosamente. Meu Dominic.

Ele me olha da mesma forma, o que faz meu coração acelerar.

- Depois de tanta mágoa e tristeza, tudo o que eu quero pensar daqui pra frente é que passei tanto tempo esperando por você que agora que eu te tenho, e depois de tudo que passamos, acho que devemos viver. Devemos aproveitar o tempo que temos e viver tudo o que temos para viver, tudo o que temos para compartilhar e aproveitar.

- Eu também acho isso.

Ele sorri.

- Que bom que você concorda, porque tudo o que eu quero agora, é passar a vida inteira ao seu lado com você sendo oficialmente a minha companheira. Minha em todos os sentidos.

Arqueio uma sobrancelha encarando ele bem.

- Esse é o seu jeito de me pedir em casamento?

- Está funcionando?

Eu começo a rir.

- Não. Talvez. Bem, você podia se esforçar um pouco mais.

Ele me encara como se fosse um desafio e antes que eu perceba, Dominic tampa minha vista com as mãos.

- Dominic!

- Relaxa, meu amor, você disse que eu podia me esforçar um pouco mais e foi isso que eu fiz.

Borboletas se agitavam no meu estômago enquanto eu pensava no que estava prestes a acontecer.

Dominic me guiou por um tempo e eu passei que tinham se passado horas e não minutos quando de repente ouço o barulho da cachoeira e ele tira as mãos da minha vista e eu encaro o cenário incrível que ele montou pra mim com a cachoeira e o lago ao fundo.

No mato havia um lençol estendido com pétalas de rosas espalhadas por ele e pelo mato. Havia também uma garrafa de champanhe numa cesta com duas taças  e do lado de fora morangos cobertos por chocolate, queijos e outras delícias ali.

Ele tinha feito tudo no meu lugar preferido da área da matilha. E tinha feito por mim.

- Scarlet me ajudou. Quando eu disse que era pra você, ela fez questão de me ajudar.

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu soube ali que tudo ficaria bem. Que todos ficaríamos bem.

Na verdade, todos ficaríamos incríveis.

- É, talvez você tenha se esforçado um pouquinho. - Eu digo sorrindo para ele, antes de abraçá-lo apertado.

Dominic rosna no meu pescoço e eu me derreto contra ele, agradecendo ao destino por ter me levado meses atrás pra uma cidade no meio do nada com nada menos do que minhas esperanças e fé que tudo ficaria bem.

E tudo ficou ainda melhor.

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Agora eu vou tirar um tampo de descanso, hahahaha.
Mas eu prometo que volto logo (quem sabe esse ano ainda?)

Abraços,
Dands