DOMINIC
Eu não sabia o que estava acontecendo com ela e fiquei aterrorizado ao não ter controle sobre isso.
Ela tinha falado sobre o remédio dela, então mandei uma mensagem para minha irmã trazer o remédio dela, um cobertor e duas garrafas d'água. Pedi que viesse correndo.
Não sabia o que fazer. O corpo dela estava suado e queimando de febre enquanto ela tremia violentamente no meu colo. Afastei o cabelo dela de sua pele e o prendi num rabo de cavalo desajeitado antes de depositar meus lábios na sua testa.
- Não me deixe, não agora que eu encontrei você. Por favor, não me deixe.
Sua boca soltou um gemido suave e isso me encheu de esperança que talvez ela estivesse me ouvindo. Mesmo através da dor dela, que eu sentia como se fosse comigo.
Balancei ela pelo o que parecia ser uma eternidade antes que o farfalhar na mata me chamasse atenção e Scarlet e minha mãe saíssem de lá na forma de lobo com uma sacola na boca antes das duas voltarem e mudarem para a forma humana e irem se vestir.
- O que aconteceu? O que ela tem? O que você fez? - Minha irmã chegou tentando me empurrar para tomar meu lugar perto da amiga dela, mas eu não deixei. Eu não conseguia soltá-la.
- E-ela ela... eu não sei. - Afundei minha cabeça perto do rosto dela e a segurei mais perto. Com medo demais para entender.
Minha irmã suspira e mexe na bolsa antes de estender uma caixinha de remédios dela.
- Esse aqui é o remédio dela. Eu acho que você devia saber de uma coisa antes...
Mas eu não queria saber de nada. Peguei o remédio da mão dela, tirando um comprimido e levei a boca dela junto com um pouco de água da garrafa d'água gelada. Esperando que isso ajudasse.
A princípio, ela ainda tremia e eu fiquei tentado a dar um segundo comprimido. Mas logo as tremedeiras passaram e seu corpo foi acalmando até que seus olhos cansados, finalmente fechassem em exaustão e eu pude finalmente respirar em alívio.
- Ufa! - Soltei quando me encostei na árvore com ela adormecida nos meus braços, eu com a blusa empapada do suor dela e ambos provavelmente parecendo medonhos, mas eu não ligava. Só ficava feliz que ela estava bem.
Minha mãe observava atentamente de longe e eu percebi que ela tinha aquele ar pensativa, quando uma ideia rondava na cabeça dela.
- Fala, mãe. Eu sei que a senhora está pensando alguma coisa.
- Vocês ainda não perceberam?
- O que? - Tanto eu quanto minha irmã perguntamos juntos, confusos sobre o ar misterioso da nossa mãe.
- Ela parecia que... ela parecia que estava passando pela transição. - Ela continuava a olhar a forma adormecida da Luna no meu colo.
Eu e minha irmã olhamos em choque da minha mãe para a Luna.
Não podia ser...
Mas quando eu parei um segundo, percebi que todos os sinais estavam lá. Os tremores, o calor, a febre incessante...
Mas... ela era humana. Não era?
Então... pra que servia esse remédio?
Levantei a caixinha de comprimidos e cheirei. O cheiro de hormônios era forte ali, e tinha outra coisa, algo difícil de achar, algo que eu reconheci de primeira mas...
Não podia ser...
Nesse quebra-cabeça, só apareciam cada vez mais peças e menos solução.
LUNA
Quando eu acordei, a primeira coisa que eu notei foi que eu tinha parado de tremer e me sentir como se estivesse cozinhando de dentro pra fora. Eu estava na casa da Scar, no quarto dela. Deus, eu tinha esquecido a merda que era ficar sem a droga do remédio.
O remédio!
Me levantei rápido demais e não percebi que estava fraca, porque logo me vi deitando novamente.
- Calma, Lu. Calma. Você ainda está fraca. - A voz calma de Scar veio ao meu lado. - Acho que tenho uns minutos com você antes que o macho alfa lá fora voltar. - Ela murmurou e eu olhei pra ela tentando entender.
- Que? - Perguntei ainda meio aérea. Do que ela estava falando?
Não tive minha resposta, porque logo depois Dominic entrou no quarto dela e veio em direção a cama que eu estava deitada.
- Como você está? - Ele perguntou depois de agachar e acariciar o lado do meu rosto delicadamente com a mão grande dele.
Aquela carícia me levou a encarar seus olhos castanhos quase mel e lembrar do que tinha acontecido ontem. Nossa briga, minha raiva dele, ele indo até mim, o beijo, a conversa pela madrugada...
Meu Deus! O que eu fiz?
Me afastei um pouco da mão dele e cheguei um pouco para trás, mas parei quando vi seu rosto se contorcer numa careta brava.
- Eu acho que vou deixar vocês sozinhos. - Minha amiga esperta se levanta e sai do quarto, e eu quase quero ir com ela. Não quero encarar seja lá o que saia disso.
- Por que você se afastou do meu toque? - Ele perguntou irritado antes de se arrumar e sentar do meu lado na cama, não mais agachado.
Como eu responderia isso?
Que droga eu fiz ontem? Era aquela cachoeira. Ela devia ter algum alucinógeno que me deixou doida e encantada por aquele homem grande, bruto e incrivelmente lindo.
- Olha Dominic, eu lembro do que aconteceu ontem à noite, mas a verdade é que o que acontece ontem à noite, vai ficar lá. Eu não vim aqui atrás de um relacionamento. Eu vim aqui atrás de mim mesma e só.
Ele rosna e eu fico mais apreeensiva. Sério, isso não podia ser normal.
- E se você também estivesse atrás de mim? Você não sente? Não sente essa conexão? - Ele puxa minha mão até o coração dele. - Você não sente o meu coração batendo desse jeito descompassado?
Tento afastar minha mão e acalmar meus nervos.
Conexão.
- Eu não posso mentir e dizer que não sinto atração por você, porque vamos encarar né, você é... você. Mas eu não sei, e eu não tenho essa coragem louca para querer descobrir isso agora.
- Por que você não me dá uma chance de te mostrar então?
- Porque você não me deu uma chance antes.
No momento que eu disse isso, eu queria retirar porque o rosto dele caiu de um jeito que parecia que eu tinha machucado ele, mas era verdade, ele era volúvel demais e eu precisava de estabilidade e segurança, nada que me fazia ser são imprudente que eu esquecia a droga do meu remédio.
- Luna... - Ele faz com a voz machucada e aperta o peito e eu aperto o meu em reflexo.
O que era isso? Por que parecia que eu sentia a mesma coisa que ele? Porque eu estava estava sentindo o que ele sentia?
Eu não queria machucá-lo.
Deus, isso era tão confuso!
- E-eu... eu não sei... - Caramba, por que parecia que eu queria chorar? O que era isso?
Ele balança a cabeça e acena antes de levantar cambaleando como se estivesse com dor e sai dali. Eu aperto meu peito ainda mais como se a dor retumbasse.
Não deixe ele ir. Não deixe ele ir.
O que eu fiz?
_____________________________________
VOTEM! COMENTEM!
VOCÊ ESTÁ LENDO
LUNA (Sol da meia-noite #1)
RomanceSinopse: Significado do Nome Luna Luna: Significa "Lua", "a iluminada", "a feminina". Luna é um nome tipicamente feminino que tem origem a partir do latim luna, que significa literalmente "lua". Luna não sabe, mas sua vida está prestes a virar de po...