CAPÍTULO 8

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DOMINIC

Eu fiquei parado sem reação por tanto tempo, sem saber o que fazer e o que pensar que quando percebi, ela tinha ido embora e eu deixei sem mais nem menos.

O meu lobo chorou com a falta dela e eu me sentia assim também. Ela estava lá fora, triste por minha causa e sozinha. Ela podia estar correndo perigo e eu não sabia.

Por que eu me importo tanto com essa mulher que eu nem tinha certeza se era minha companheira? E toda vez que eu lutava contra essa ideia, minha cabeça doía e meu coração apertava. Era ela. Tinha que ser. Eu não estava ficando louco e nem ficando selvagem.

Ela era minha e eu só precisava entender como isso era possível. Como eu podia ter sido prometido a uma loba e agora está completamente louco por uma humana? Era tudo muito confuso, mas eu continuava crendo que algo maior cercava todos nós. Meu coração, meu lobo e meu corpo falavam com aquela mulher de uma forma que só aconteceu uma vez, que eu só senti esse choque de almas uma vez.

E a história dela... muitas coisas batiam.

Era só ela e a mãe. Ambas vivendo sozinhas por aí, o nome dela, a marca de companheira...

Balancei a cabeça e comecei a andar pela meta, procurando o cheiro dela, farejando ela pela mata adentro e a encontrei deitada perto da cachoeira. Encolhida no chão perto da água, parecendo calma e serena enquanto os dedos passeavam sobre a água do lago perto da cachoeira. Quase conectada aquele espaço ali.

Mas como se tivesse sentido a minha presença, ela endureceu.

- Vá embora. - Ela disse em um duro que me acertou diretamente no coração.

- Eu não vou embora, não enquanto você não me ouvir.

Ela faz um barulho de escárnio com a boca e eu me preparo quando ela levanta e fica na minha frente.

- E ouvir o que? Mais insultos? Mais palavras horríveis saindo da sua boca? Eu não sou obrigada a nada, e muito menos a ouvir a sua babaquice. - Ela chega cada vez mais perto e o seu cheiro só fica cada vez mais forte para mim, cada vez mais atraente. Ela era como droga, e eu, o drogado que vivia em recuperação.

- Eu quero pedir desculpas por isso, Luna. - Eu decido ser honesto e manter meu tom neutro. Eu merecia quaisquer palavras que ela jogasse em mim, e em troca, eu merecia ser respeitável e amável com ela. Ela não merecia nada menos que isso.

Ela me olha chocada por um instante antes de mascarar e voltar a ficar na posição de durona.

Eu resolvo continuar.

- Eu sei que tenho sido um idiota desde que nos conhecemos e nada desculpa isso. Tenho agido por um impulsivo louco quando se trata de você que eu nunca consigo dizer as coisas certas quando eu preciso.

Ela arqueia uma sobrancelha bem desenhada para mim.

- E o que seriam essas coisas certas?

Cheguei mais perto e acariciei seu rosto, que estremeceu de surpresa e se eu não estava totalmente louco, prazer. Isso fez meu lobo rosnar baixinho. Minha.

- Que você me deixa louco, Luna. Que eu não consigo controlar meus instintos quando se tratam de você porque eu só penso em estar perto de você, cheirar você, tocar você... - Me aproximei até que estivéssemos com o peito colado um no outro. Eu podia sentir tudo ao nosso redor, mas parecia que tudo o que eu cheirava, pensava ou via, ela ela.

Ela e seus grandes olhos pretos, sua boca carnuda deliciosa, sua pele negra que era incrivelmente macia ao toque, seu cabelo preto e grosso que me fazia querer enfiar minhas mãos nele e puxar, seu corpo curvilíneo que fazia loucuras com a minha imaginação... tudo nela. Ela toda. E eu não podia negar mais isso, e não queria.

Ela era minha. Companheira predestinada ou não. Ela era minha.

Quando nossas bocas se aproximaram e eu tive o primeiro gosto dela, foi como se o mundo explodisse em um milhão de cores e eu só tivesse visto preto e branco antes.

Nossas línguas duelavam firmemente enquanto eu a puxava firmemente para o meu corpo, tentando colar o máximo cada parte do corpo dela ao meu. Eu queria o máximo de aproximação possível. E aproveitei a oportunidade para enfiar a mão naquela massa de cabelo revolto e puxar sua cabeça para aprofundar ainda mais o nosso beijo.

E ela parecia querer o mesmo quando colocou os braços no meu pescoço, entrelaçando as mãos no meu cabelo e eu resisti ao impulso louco de me formar e impulsionar seu corpo para cima, para que suas pernas ficassem na minha cintura e eu pudesse nos abaixar e...

Me afastei dela com cuidado quando percebi a direção que a minha mente estava me levando. Não era assim que eu queria minha primeira vez com ela. Eu queria mostrar a ela que eu me importava mais e queria mais do que isso.

Nos separamos com um beijo casto e eu passei meu nariz por toda a extensão do seu rosto. Memorizando seu cheiro, sua pele, seu gosto delicioso e não resisti ao roubar mais um beijo.

Quando paro para encarar ela, Luna tem aquele olhar vidrado enquanto encarava a minha boca tentando entender alguma coisa. Eu também estava. Parecíamos que estávamos ambos tentando entender que conexão doida era essa que tudo entre nós era tão intenso.

Uma certa parte de mim tinha ficado mais dura só de imaginar que se nosso beijo era intenso assim, imagina quando nós...

Pigarreei e me afastei um pouco dela, só dois centímetro no máximo, antes de agarrar sua mão e dar um aperto de leve.

- E então? Você me perdoa? - Pergunto isso quando na verdade eu queria perguntar se ela queria ser minha. Só minha. Mas eu sabia que deveria ir devagar com isso.

- Sim. - Ela me olha docemente antes de fazer uma rápida careta. - mas se você me tratar mal de novo, eu não só nunca mais vou falar com você como também dar um chute que vai você deixar de ter filhos até a próxima reencarnação.

Eu concordo com uma risada.

- Pode confiar em mim.

Ela me olha tímida por um instante.

- Bem... já que estamos aqui.... quer sentar? Conversar um pouco?

Eu balancei a cabeça afirmativamente e tirei minha jaqueta entregando pra ela, que parecia estar com frio. Isso também foi uma ótima oportunidade para que ela se aconchegasse a mim cada vez mais perto, murmurando o quanto eu era quente e aconchegante. Se ela soubesse.

Acabamos adormecendo assim.

Acordei com os primeiros raios do sol atingindo meu rosto e eu tampei ele por um instante antes de lembrar que eu não estava sozinho. Luna tinha adormecido ao meu lado, enquanto estávamos apoiados pela árvore.

Eu afastei seu cabelo para beijar seu pescoço em bom dia, mas encontrei a pele dela extremamente quente e molhada de suor.

- Luna? - Eu murmurei preocupado e a virei para mim, só para encontrar seus olhos febris antes que seu corpo todo começasse a tremer.

- M-meu re-remédio. - Ela conseguiu dizer baixinho antes de gritar de um jeito que fez meu coração parar.

Luna...

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Tadinha da Luna, não tem um minuto de paz hehehe.

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LUNA (Sol da meia-noite #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora