Capítulo 2
O dia já estava terminando. O hotel no qual Daniel estava hospedado tinha uma tevê menor do que viu nas lojas, porém bem mais bonitas que lembrava de sua época. É tudo realmente muito estranho pra ele.
Como ele simplesmente acordou no gramado lá do parque de madureira, ele não sabe como foi a visão de terceiros, se ele simplesmente surgiu lá do nada ou se materializou instantaneamente. Não tem como alguém não ter percebido, pois era bem movimentado lá.
Só o parque de Madureira já mostrou ser um lugar bem divertido pra ficar, para ir com os amigos, parecia o lugar onde todas as boas histórias começavam e terminavam. Daniel deixou seus pensamentos levarem ele para um sono. Um sono profundo.
Ele se viu em uma praia, o sol se pondo e estavam todos eles lá, exceto Eduardo e Alicia. Sentados na areia olhando para o horizonte. Daniel, Ana, Jonas, Maria e Carlos. Ana, sempre ao lado de Daniel, segurava o seu braço. Ele nunca entendia se Ana sentia algo a mais por ele, então sempre ficava com um pé atrás por que não queria entender as coisas de forma errada.
Aquele foi um dia ensolarado de verão. O dia em que Carlos tinha comprado sua Kombi, foram para Copacabana, passaram o dia lá e acamparam a noite. Jonas tinha levado seu violão, fizeram uma fogueira, Jonas tocava enquanto olhavam para o fogo.
— Nas favelas, no Senado. Sujeira pra todo lado — começou a cantar— Ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação. — terminou em um tom desafinado.— Que país é esse? — cantou todos em uníssono.
Depois da cantoria, Daniel pediu pra que Ana ficasse no lugar e que iria buscar algo pra ela. Chegou perto da Kombi e a abriu, procurou na bolsa em que tinha guardado um colar de contas. Voltou a fogueira, os amigos estavam um pouco distante então eles tinham um pouco de privacidade. Ele entregou o colar e ela logo abriu um sorriso, um lindo sorriso. Aquele sorriso conseguia alegrar Daniel de uma forma inexplicável. Ana deu um abraço e agradeceu muitas vezes.
— Você é demais!!! — disse Ana enquanto abraçava de novo ele com brilhos nos olhos.
— Não é nada — Disse ele sem graça.
— Venha — Ela o chamou enquanto levantava.
Jonas, Maria e Carlos estavam conversando sobre faculdade, eles se afastaram e Ana disse que já voltavam.
— IHHH! Vai rolar hein! — Jonas esfregou as mãos animado dizendo baixo pra Maria e Eduardo — Daniana vai ser real.
— Prefiro Aniel, é mais bonitinho — disse Maria enquanto acariciava os músculos do braço de Jonas.
— Por tanto que eles estejam em paz — Carlos disse olhando pra lua — E se for amor verdadeiro. — continuou com um sorriso e olhar esperançoso — as almas deles estarão destinadas a se encontrar em todas as vidas.
— Que papo de nóia é esse? — Jonas fez uma careta e riu.
Ana e Daniel andavam pela beirada da praia. A água de vez em quando tocava em seus pés por causa das ondas. Estava calmo e dava pra sentir uma brisa fresca e boa.
— Ana, eu..
— Eu vou me mudar pra São Paulo, Daniel. — disse Ana olhando pra areia.
Houve um silêncio.
— Vai ser por um tempo, eu vou ficar com o meu pai, volto ano que vem.
— Isso é bastante tempo...
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Presságio de Morte
RomanceDaniel morreu nos anos 90 em um acidente com seus amigos. Porém, havia alguma coisa estranha, quando se viu com seus amigos, em um plano talvez espiritual no qual não conseguia compreender direito, percebeu que cada um deles estavam acompanhados por...