Capítulo 13

36 4 8
                                    

Capítulo 13


A garota estava sendo conduzida por homens de um porte muito forte e de mãos firmes. Estava vendada quase todo o momento e todas as poucas vezes que ela ficou sem venda os olhos demoravam a se acostumar com a luz, seja do sol ou de lâmpadas. Ela já não sabia onde estava, mas tinha certeza que muito longe de casa pelo tempo que passou dentro dos carros. Algum tempo depois, ela se situa sentado em uma cadeira incrivelmente confortável, com a boca com fita mas sem vendas. Está numa sala que no começo a luz parecia forte, mas conforme ela ia se acostumando percebeu que a iluminação era escassa, com apenas uma lâmpada.

Angellina olha para Carla que está de frente a ela com um olhar de tristeza e raiva.  Elas estavam nessa situação há horas, não sabia se lá fora era dia ou noite, pois na sala onde estavam não tinha uma janela, e mesmo que tivesse, Angellina teria certeza que não iria ter visão do lado de fora. 

Um tempo se passa, talvez vinte minutos ou duas horas, elas já tinham se perdido no tempo. Então Max chega a sala, com uma roupa social, sapatos, calça e blusão por dentro da calça. Ao olhar para Carla, Angellina sabia que ela estaria rindo dele por trás da fita. 

— Olha, eu vou tirar a fita devagar, comportem-se — ele diz com uma voz tranquila.

Então ele puxa devagar a fita da boca de Angellina, que não diz nada, só tem uma cara confusa e de ódio para Max. Mas Carla não fica quieta quando a fita é tirada de sua boca. 

— Seu filho da puta — ela grita e assim que termina, Max coloca a fita de volta.

— Eu mandei se comportar. 

— Por que você está fazendo isso, Max? — Angellina pergunta, tentando ser cativante com as palavras. 

— São deveres a serem cumpridos, Anjinho. — então Max pega uma cadeira e senta com ela na posição oposta de pernas abertas.

Angellina e Carla estão amarradas nas cadeiras, o lugar parecia até um interrogatório de filmes de agentes secretos americanos. 

— Então aquela parada que Daniel disse no parque, era verdade não é? — ela pergunta. 

Max não responde, só levanta os ombros como um gesto de "talvez"

Ela só pensa o quão foi burra, e estavam elas ali por não ter acreditado em Daniel. Ela sabia que havia magoado os sentimentos dele, qualquer um ficaria. E agora, Daniel talvez nem ligasse para ela, talvez ele nem sequer estaria pensando nela agora.

— São que horas? — Ela pergunta — pelo menos quero saber que horas são. 

Max olha para o pulso no qual continha um relógio de ouro. 

— Duas e trinta sete. 

— Tarde? 

— Madrugada. 

Ela não fala por um tempo. Max levanta da cadeira e pega duas quentinhas que estavam com ele. 

— Se comporta agora, ok? — ele sorri para Carla que quando tira a fita cospe na cara dele. 

— Você é um psicótico — grita novamente Carla.

— Como vamos comer se estamos amarradas? — Angellina pergunta.

— Como uns bebês — ele ri pegando dois garfos.

— Você não vai dar comida nas nossas bocas né? — Indaga Carla. 

Ele não responde de imediato, só abre as quentinhas, dá uma garfada em uma comida típica de quentinha brasileira: Arroz, feijão, macarrão, farofa, frango ensopado, carne assada, salada de alface em um prato diferente. 

Presságio de MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora