Presságio de Morte

Capítulo 26

Capítulo 26

A casa de Angellina era grande o suficiente para que eles pudessem correr, mas algum presságio apareceu pela janela tentando entrar enquanto Angellina e a mãe subiam as escadas. No mesmo momento Daniel fecha a janela esmagando a mão dele que grita e cai de dor. Ele não tinha muito tempo pois quem estava com a escopeta já tinha entrado na casa e estava indo atrás dele, pois podia jurar que alguns dos disparos foi em sua direção. 

A cozinha ficava no primeiro andar e ele correu para lá, se tinha um lugar onde podia se "armar" era lá com algumas facas. Então ele ouve mais um disparo e a cozinha fica coberta com a neblina cinza de concreto. Na pia junto algumas louças ele consegue ver uma faca de cortar carne e a pega junto com a frigideira se abaixando atrás da bancada pois a cozinha era estilo americana.

É matar ou morrer. Daniel pensa.

Então quando quem quer que seja se aproxima com a escopeta ele consegue segurar no cano que estava quente apontando para baixo e com a outra mão tenta dar uma facada no rosto do homem. O homem está meio machucado e com o nariz torto, mas Daniel se lembra de quem era ele. André. O superior que tinha uma academia em Campo Grande que Tiago tinha atropelado e eles amarraram. 

A faca penetra alguns milímetros da sua pele e entorta a ponta, chocando Daniel. Logo em seguida André o empurra com bastante força fazendo chocar contra a bancada e rolar para a sala de jantar. A pele daquele homem não era normal.

Daniel sacou que ele era mais resistente fisicamente que os outros superiores, tanto que quando foi atropelado e pressionado contra a própria garagem não tinha sofrido só alguns arranhões. Agora ele estava ali de pé sorrindo com ódio nos olhos pronto para exterminar Daniel.

Ele estava semi vulnerável caído no chão perto da mesa, mas a facada parecia ter atordoado um pouco André pois ele errou quando disparou. Daniel ficou de boca aberta o quão perto estava e mais alguns centímetros poderia se ferir com estilhaços do chumbo. Ele se levanta enquanto ele começa a recarregar a escopeta, mas com toda sua força investe na frigideira e atinge a cabeça do Superior, amaçando o aço inoxidável e não tendo muito efeito nele. 

Alguns segundos depois um presságio entra pela porta estilhaçada, Daniel se vira e a ultima coisa que vê é um punho vindo em sua direção. Ele fica atordoado por meio segundo caindo em câmera lenta, e um flash-back passa por sua cabeça. 

Sua antiga vida. 

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Ele se lembra que após a morte de sua amada Anabelle ele tinha entrado em um estado depreciativo da vida. Estava sem rumo basicamente. Já tinha terminado seu contrato como soldado e iria começar a trabalhar como ferreiro. Ele não gostava daquele lugar, por que começaram a trazer escravos e ele odiava ver o que faziam com eles. 

Mas depois de algumas semanas ele ficou encarregado dos escravos, mas ele sempre fazia a mesma coisa. Libertava de um em um e dava como morto. Eram tantos que nem desconfiavam. Daniel via cada vida, cada um como qualquer outro. Não fazia sentido para ele se sentir superior por ser de uma cor diferente.

Demorou algumas semanas para os escravos simpatizarem com ele, mas aconteceu. 

Finalmente ele tinha alguns amigos depois de tudo que tinha acontecido. Depois de alguns meses os escravos ensinaram a ele uma arte marcial, uma dança e um jogo: Capoeira. Ele achava divertido e perigoso, mas ele estava lá sempre aprendendo. 

Naquela época ele era um homem branco, e privilegiado por isso, mas não por ser branco. Por ser branco e saber capoeira. A luta que eles tinham trazido da África era tão poderosa quanto qualquer outra, tão mortal quanto. O jogo de pernas, os chutes. Tudo era tão rápido e violento. Ele se machucou diversas vezes, mas nunca abaixou a cabeça para aprender mais.