Meus olhos encararam os grandes olhos verdes me olhando de volta por um longo momento e meu cérebro tentou entender o que meus olhos viam. Eu a vi piscar três vezes seguidas e notar que seu cabelo estava colado e encharcado em seu rosto, com gotas caindo de sua testa até os cílios, fazendo sua maquiagem escorrer. A surpresa começou a desparecer e meu coração se encheu tanto de alegria que por um segundo, eu achei que ia desmaiar. Eu lhe dei passagem e a examinei de perto enquanto ela ia pelo corredor, como se ela fosse desaparecer se eu piscasse. Sem olhar, eu fechei a porta e então só havia Therese e eu sozinhas no corredor, bem perto, nossos olhares se encontrando mais uma vez.
Ela parecia quase tímida parada ali, mordendo seu lábio inferior e eu ainda não tinha achado meios de formar palavras. Ela recuperou sua voz antes de mim. "Desculpe, eu..."
Mesmo que meu vocabulário faltasse, minha necessidade dela não e eu me atirei nela sem pensar, parando suas palavras com meus lábios enquanto eu desesperadamente a beijava, agarrando sua cabeça e sentindo uma mistura de desejo com alegria passar por minhas veias, com o coração acelerado e meu pulso zumbindo nos meus ouvidos. Ela ficou parada por um milissegundo, antes que sua boca se movesse energeticamente contra a minha e ela soltou um gemido baixo. Minha língua escorregou por seus lábios, uma das minhas mãos enrolou suas costas puxando ela mais perto de mim e a outra agarrou a parte de trás do pescoço dela, enquanto a língua dela se encontrava com a minha, tímida no começo, devido a sua surpresa, eu acho, antes de desenvolver a mesma paixão que eu.
Eu senti suas mãos na minha cintura, nossa proximidade deixando seus braços inúteis e o fogo queimou minha alma enquanto nosso beijo continuava. Não tinha espaço para pensar, para entender porque ela estava ali, minha explosão repentina de desejo só pela simples visão dela fazia com que eu me tornasse incapaz de fazer mais nada a não ser obedecer todos os desejos do meu corpo. Eu a segurei firme enquanto minha língua continuava a explorar sua boca, andando de ré até sentir a parede e me virando com tudo até pressioná –la contra. Porra, eu a amava daquele jeito, presa e excitada e sob meu controle. Meu coração deu um salto quando me afastei um pouco e olhei para ela, prestando pouca atenção na minha respiração falha, ao invés disso me concentrando nela. Ela me fazia sentir tão possessiva, tão determinada a mostrar que ela era minha, como eu era dela, e eu percebi como ela estava vermelha, seus lábios entreabertos, seus olhar selvagem enquanto ela me olhava. Eu podia ver a luxúria, estava escrito em seu rosto, queimava seus olhos, me fazia incapaz de pensar, ver ou ouvir algo mais que não ela.
"Você é tão linda Therese", eu disse calmamente, minha voz rouca enquanto eu continuava a olhar para ela. Acho que ela estava perdida para poder responder, pois ela empurrou sua cintura e puxou meu quadril. Eu senti um leve sorriso nos meus lábios, senti outra onda de desejo insaciável rasgar dentro de mim e me movi para beijá – la de novo. Eu a amava tanto, sentia tanto sua falta e estava desesperada para mostrar o quanto minhas emoções por ela eram inabaláveis e profundas.
*
Éramos um emaranhado de membros deitadas na cama de Carol, minha cabeça no peito dela, tão perto que eu podia ouvir seu coração, ainda lutando para retornar a sua batida normal, uma das minhas pernas entrelaçada nas dela, minha mão enrolada em seu ombro úmido. Ela me segurava de um jeito que era possível acariciar meu cabelo com uma de suas mãos enquanto a outra estava no meu quadril. Eu fechei meus olhos, firmemente tentando me focar nesse momento, aproveitando a sensação de estar em seus braços, pele contra pele, sendo envolvida por seu corpo completamente. O cheiro dela e o meu, o nosso, pairava no ar, e eu inspirei profundamente, aproveitando a alegria que eu sentia, que era totalmente estranha comparada com a angústia que me corroeu o dia inteiro. Nunca deixava de me surpreender, como ficar perto dela fazia meu humor mudar completamente em questão de segundos. Eu a abracei mais forte, tendo sentido tanta saudade que agora eu tinha uma necessidade de me perder nela, de nunca soltá – la.
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Por Trás Daqueles Olhos
Fiksi PenggemarO que há por trás daqueles olhos? Nas próprias palavras de Carol e Therese, mergulhando em seus pensamentos, esperanças e medos. Começando do último encontro delas no filme até... Quem sabe?