N A M J O O N
Março, 14.
Eu estava em casa, quando recebi uma ligação, me deparando com uma Jiwoo aos prantos. E sem entender nada do que era falado, pedi para que ela se acalmasse, que eu iria até a casa em que elas costumavam ficar quando vem até Gwangju.
Tive agilidade em vestir uma roupa mais quente e calçar meu tênis. Para em seguida, sair e já subir na moto.
Durante o caminho, fui martelando suposições em minha cabeça, mas eu não conseguia decifrar.
Então, comecei a me preocupar, muito.
- Joonie! — Hyesun quem pulou em minhas pernas assim que passei pelo portão e ao ver a cena, minha avó chorou mais.
- Vó? — chamei — O que foi? — quebrei o abraço que tinha em minhas pernas, para segurar o pequeno corpo nos braços, deixando minha irmã deitar em meu peito, carinhosa.
- Me perdoa, tá? — ela murmurou e eu comecei a sentir medo.
- Hye? — olhei a pequenina, acabando por voltar a deixar seus pés no chão — Você pode separar suas massinhas? Depois eu quero brincar com você.. — então Sun assentiu, correndo para dentro.
- Namjoon.. — Jiwoo estava trêmula. Em passos rápidos, andei até ela, segurando seus braços.
- O que aconteceu? Por que você tá assim? — tentei examinar algumas coisas, mas não encontrei nada de errado.
Quando ela se sentou e contou-me o que houve, me senti colapsar por dentro. Era uma dor absurdamente forte só de pensar no que foi me dito. E enquanto ela contava, eu não falei uma palavra, não me senti apto a dizer qualquer coisa.
É nítido o quão traumatizante foi á minha avó e eu não a culpo, não vou fazer isso.
Porque merda, eu participo dessa porra desse mundo sujo.
- Vó, tá tudo bem agora.. — disse, enquanto a abraçava pela terceira vez, eu me senti quebrado de tantas maneiras, mas não podia me abalar em frente dela.
[...]
Quando decidi ir ver minha irmã, ela estava sentadinha no tapete, já com suas massinhas arrumadas.
- A vovó tá bem? — me olhou assim que entrei, parecendo tristinha.
- Ela tá sim, Hye.. — sentei ao seu lado e por costume, já se jogou em meus braços — Mas ficou muito preocupada com você hoje mais cedo.
- Eu fiz bobeira, não fiz? — perguntou baixinho e eu assenti.
- Você sabe que quando vai em algum lugar comigo ou com a vovó, não é pra sair do lado, Hyesun. Por que fez isso hoje?
- Eu queria ir brincar, Joonie..
- E por que falou com um estranho? — eu sei como minha irmã é sensível, então tentei manter o máximo de maciez na voz.
- Porque ele me mostrou um brinquedo..
- E você prefere um brinquedo ou eu e a vovó? — não sei se essa é a forma mais adequada para ensiná-la, mas eu não posso fazer algo que ela esqueça em seguida.
- Você e a vovó.. — resposta rápida e uma voz mais baixa.
- Então, Hyesun, nunca mais faça o que fez hoje, entendeu? Sair de perto e falar com estranhos.. nunca mais faça isso. — disse, cuidadoso, mas sério e ela assentiu.
- Eu não vou mais falar com estranhos, Joonie.
- E por que? — precisava ver se ela havia entendido.
- Por que eu prometi.. — franzi o cenho.
- Prometeu? — ela assentiu e tirei uma das mechas que caíram em seu rosto — Para quem?
- Pra moça legal! — respondeu, olhando sua mão, tocando o dedinho.
- Uma policial?
- Não, a moça que chamou a polícia! — respondeu e eu rapidamente entendi que era a moça que chegou á tempo no local.
Minha avó não se lembra muito bem de seu nome, mas os policiais disseram que caso ela queira contatar a mulher, seu número estaria na delegacia.
- E você não sentiu medo dela?
- Não, ela foi carinhosa comigo, igual você.. — e do nada, arregalou os olhinhos se levantando — O gatinho, tem que buscar meu gatinho!
- O que?
- Me leva aqui? — pegou algo sobre sua cama e me entregou — Vovó disse que iria ver, mas não sei se ela vai me levar..
E por algum motivo, ela me deu o cartão do Coffeland.
- Quer alguma coisa de lá? — olhei para minha irmã, ainda não entendendo — Comida?
- Comida? Tá doidinho? Eu quero ir ver a moça.. — fez um biquinho — Ela disse que estaria aí!
- Aqui? — olhei para a parte contrária do papel e respirei fundo, criando pensamentos — Como a moça é, Hye?
Então, olhou para cima, lembrando
- Hmm, mais alta que eu.. — o que não é muito difícil — e tinha azul!
- Cabelo azul? — balbuciei, sentindo o coração acelerar.
- É, bem bem azul! — respondeu e acabei por tirar o celular do bolso, tentando achar uma foto de Choi, encontrando uma nossa juntos e dei um zoom, mostrando para a minha irmã.
- É essa aqui?
- Sim! — assentiu freneticamente.
Minha respiração falhou por um instante. Me senti desconcertado.
- Você.. — coloquei as mãos no rosto — Você tem certeza?
- Tenho! — pareceu pegar alguma coisa que caiu no chão e quando ficou em pé, me tocou — Joonie?
- Hm? — murmurei, com o som abafado.
E então, ela fez força para tirar minhas palmas da pele do meu rosto — Joonie? — ficou preocupada — Por que você tá chorando? Não.. não chora.. — me abraçou, desengonçada. E eu solucei.
Minhas emoções agora se assemelham á uma montanha russa. E assim como quando descobri sobre o ocorrido com Hyesun, eu estou no pico novamente.
Cacete, eu quem vou foder tudo.
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365 DIAS - KNJ
Fanfiction[CONCLUÍDA] Kim Namjoon, um amador no mundo do crime, foi contratado para assassinar a filha de um dos mais conhecidos CEO's de Gwangju. Dando um ano como prazo. Mas, ele conseguirá sair ileso mental, emocional e fisicamente? Desde o dia que Kim opt...