22 | you know why?

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N A M J O O N

- Respira fundo. — eu pedia baixo, tendo um de meus braços em suas costas e o outro na parte de trás de sua cabeça, permitindo que suas lágrimas molhassem o tecido que cobria meus ombros.

Seus soluços doloridos acertavam-me de maneira insuportável. Mas não há o que eu possa fazer para evitar essa dor que se aflora em seu peito. E se ela sente que precisa chorar, não irei impedir isso. Não quero que ela precise se afogar nas próprias lágrimas.

- Eu passei minha vida com rancor dela.. — soluçou — Me sentindo culpada. — levou suas mãos até o rosto, passando por debaixo de seus olhos, tentando secar o local — E minha mãe nunca quis me abandonar?

Continuei com as carícias em sua cabeça, sentindo como ela simplesmente precisava de alguém ali.

- Minha mãe não me considerava um erro? — disse em baixo tom, como se falasse consigo mesma. Tentando se convencer da verdade que foi ocultada durante os últimos oito anos.

- Você não é um erro, Nari. — seus olhos finamente encontraram os meus — Jamais seria. — levei uma de suas mechas para trás, logo deslizar minha palma até sua bochecha avermelhada.

- Enquanto eu queria te esquecer, queria que você desaparecesse.. — apertou os olhos, parecendo se sentir arrependida. E no fundo, sei que ela tem todos os motivos para ter pedido por isso.

- Não pensa nisso agora, está bem? — acariciei sua pele e ela negou, insistindo no assunto.

- Você estava fazendo tudo isso. Passou dois meses procurando por algo que.. — e quando me olhou novamente, sem conseguir completar, uma crise de choro se instalou.

Existem tantas coisas a sufocando agora. Queria ser capaz de fazer essa dor sumir.

- Vem aqui.. — a puxei para mim, firmando nosso abraço mais uma vez, segurando seu corpo como se realmente pudesse protegê-la.

- Não me deixa também. — com seus braços ao redor de minha cintura, apertou-me — Por favor.

- Nari.. — chamei, sentindo que meus olhos estavam se esvaindo de meu controle — Você não vai ficar sozinha.

- Eu sei. — respirou fundo e mexeu devagar a cabeça em negação, se preparando para dizer algo.

E sem realmente pensar, inclinei seu rosto, prensando meus lábios nos seus.

Nossas bocas apenas se chocaram e fechei meus olhos automaticamente. Esse contato foi o suficiente para uma onda de energia correr por todo o meu corpo. Como se fosse a primeira vez que beijo alguém. E mesmo que seja apenas um colar de bocas, aquela sensação de frio na barriga se condensa ao caos e o medo que minha mente se encontra.

Seus dedos apertam minha blusa quando descolo nossos lábios, juntando devagar nossas testas e sussurro: — Eu preciso ser digno de estar com você.

Essas são as consequências do que descobri nos últimos dois meses. E certamente, ter em mente a ideia de que vou precisar ir embora por tempo indeterminado, dói de maneira absurda. Mas enquanto não me sentir bom o suficiente para estar aqui, não posso permanecer e causar mais danos.

Amanhã pela tarde, minha mãe irá abrir os mandados de prisão a Suk e os coatores. Mas para isso, vou ir junto como mais uma prova. Precisarei assumir tudo o que fiz. Não só em menção ao caso de Suk, mas em todos os que já participei.

Não sei quando vou voltar, e isso é o que mais me aflinge. Mas Irei me livrar desse peso sujo que carrego nas costas.

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365 DIAS - KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora