Capítulo 3

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— Aqui está tudo que vocês precisam saber sobre as regras e termos da viagem— a diretora diz pegando dois formulários e colocando em cima da mesa.

Nayeon pega um deles e sorri largamente a cada linha do papel que lia, enquanto meu cérebro ainda tentava processar os acontecimentos.

—Roseanne?— ela diz estalando os dedos na minha frente, o que acabou me tirando do transe.

— Desculpa, acho que ainda não entendi muito bem o que a senhora quer dizer...

Pra dizer o mínimo.

— Certo. Há diversas empresas de música e entretenimento na Coreia do Sul, e nosso curso tem parceria com três delas; JYP, SM e YG entertainment. Nós ficamos interessadas em suas habilidades e enviamos à essas empresas alguns vídeos seus, e elas as aceitaram.

Sim, ela havia acabado de explicar detalhadamente o que havia ocorrido, e mesmo assim ainda não conseguia entender como isso aconteceu, e ainda por cima comigo.

— Está dizendo que me aceitaram? — pergunto apenas para confirmar se eu havia entendido direito, e a diretora assente em concordância  — Mas eu nunca me aprofundei profissionalmente na música, a Nayeon eu entendo, ela é a melhor cantora daqui, mas eu?

— Você pode não ser a melhor ainda Roseanne, mas tem muito potencial, um potencial que tanto eu, quanto a YG entertainment concordamos que não deve ser desperdiçado.

O fato da mesma empresa do 2NE1 e Bigbang ter interesse na minha carreira musical só piorou a minha linha de raciocínio.

— Hey, se eles te chamaram é porque tem talento Rosé, não precisa ficar nervosa quanto a isso agora — Nayeon diz me dirigindo um sorriso gentil ao se sentar ao meu lado, agradeço a sua tentativa de me deixar tranquila, mas eu não estava nervosa, só estava... confusa?

— Escute, — a diretoria continua, segurando minhas mãos em cima da mesa — você tem uma voz muito linda, compõe e toca muito bem, percebi isso assim que te vi no piano hoje mais cedo — ainda me pergunto em buraco ela estava enfiada, mas agradeço a discrição porque juro que se tivesse a visto não conseguiria nem achar o "dó" do piano — mas também te falta um pouco de confiança em si mesma, o que também é uma coisa que percebi assim que te vi no piano.

Ótimo.

Não que eu não soubesse disso, eu sei muito bem que sou insegura em relação a mostrar minhas músicas para as pessoas, mas odeio quando elas percebem isso porque claramente da a entender que "se nem ela tem coragem de mostrar o próprio trabalho, não deve ser tão bom".

Mas é bom. Bem, talvez não seja tão bom, mas é bom. Porém tenho certo receio que só eu ache isso.

— Por isso vou dar um tempo para vocês pensarem se querem seguir esse caminho ou não. E também, seus pais devem querer saber todos os detalhes, o preço e tudo que vocês precisam saber estão aqui, — ela empurra os formulários da mesa em nossa direção — tenho uma reunião em dez minutos por isso precisaremos encerrar aqui, por hoje quero que vocês vão para casa e conversem com seus pais pois gostaríamos de uma resposta o quanto antes.

Nayeon apenas concorda com a cabeça e quando menos percebo estou sendo arrastada pra fora da sala por ela.

— Nós vós voltar pra Coreia! — ela diz me abraçando assim que saímos da sala.

Confesso que fico tão chocada com o ato que nem dá tempo de retribui-lo.

— Como assim "voltar"? — pergunto quando ela se afasta.

— Você não passou as férias de Julho lá?

— Estava ouvindo atrás da porta?

Agradeço imensamente a Rosé de 10 minutos atrás por não ter aberto a boca sobre os detalhes daquelas férias.

A day in July - CHAELISAOnde histórias criam vida. Descubra agora