P.O.V PEDRO ABRIL
Novamente me vejo nesse pesadelo, essas cenas não saem da minha cabeça, e não sei mais o que fazer para mudar isso. Agora é só respirar fundo e seguir em frente como sempre fiz, já que o objetivo aqui é diversão. Não é mesmo?
Mas antes de todo meu drama começar, vamos de uma breve apresentação. Me chamo Pedro Abril, sei que é um sobrenome diferente e gosto de ser único. Tenho uma irmã mais nova que as vezes enche meu saco. Mas ainda sim não ela, mesmo sendo bobinha, seu jeito criança, cabeça dura, pirralha.
- Esse seu olhar... - Mila para na minha frente e me analisa, como um psicólogo estuda seu paciente. - Aposto que está pensando mau de mim. - Mila sorri.
- Para seu boba. - Sorri afastando ela de mim. - talvez um pouco.
Bem hoje é minha festa de aniversário, completo 16 aninhos e todos meus amigos estão aqui, tenho 1,70 de altura, moreno bronzeado, cabelo loiro e olhos castanhos, gosto muito de ir a academia e em função disso tenho um bom porte físico, sou capitão do time de vôlei na escola e me divirto de todas as maneiras possíveis.
Estou falando de todas mesmo.
A noite foi uma criança, não literalmente é claro. Depois da festa fui com umas pessoas para uma... bem, uma pequena orgia de comemoração, quando disse de todas as maneiras não estava brincando. Não sei dizer se sou hetero, bissex ou gay. Talvez pan. o desejo de me satisfazer é a adrenalina que me move, é claro que nunca desrespeitei ninguém para isso, até porque meu prazer e satisfazer os desejos dos outros.
Pela manhã chego em casa meio cansado da noite, mas não tenho do que reclamar. Todos na casa ainda estavam dormindo e ao olhar no relógio dava razão, são cinco da manhã. Entrei no meu quarto indo direto para o banheiro tomar banho, apenas de cueca box deitei na cama para finalmente dormir.
Logo cedo fui incomodado pelo despertador, ele tocava tão alto que sem querer vou na parede. Sem querer.
- Esse é o décimo despertador só essa semana. - Mila diz abrindo a porta do meu quarto.
- Sai do meu quarto. - Joguei o travesseiro nela.
**********
Já estava pronto para mais uma semana de aula, banho tomado e feito toda minha higiene pessoal, visto um short branco com uma cueca box vermelha, all star preto e uma camisa de manga azul escuro com um dragão branco.
Ao descer as escadas encontro minha família toda reunida para tomar o café da manhã. Minha irmã comia algumas frutas e olhava o celular, meu pai lia notícias em seu tablet e minha mãe parecia nem se importar com isso até minha chegada.
- Bom dia meu filho. - Minha mãe me dá um beijo no rosto ao me sentar ao seu lado.
- Bom dia. - retribuo e cumprimento os demais na mesa.
- Se divertiu muito ontem filho? - meu pai toma um gole de seu café me olhando rapidamente.
- Você nem imagina. - Comentei.
- Mas agora vai precisar tomar um pouco de juízo. - ele me olha. - Se continuar com tais atitudes um dia vai acabar...
- SÍLVIO!!!! - minha mãe o repreende.
- Tudo bem, perdi a fome. - dei um beijo na testa da minha mãe, vejo que Mila ia dizer alguma coisa, mas mandei ela ficar na sua, se não ela poderia se prejudicar.
Peguei minha mochila e fui para a escola, porque gosto de estudar? Não. Apenas para fugir do meu pai. O dia passou de uma maneira tão entediante, aula em período integral pode até ser chata, mas tem sua vantagens.
No momento estou em um pequeno compromisso, esse compromisso tem nome e sobre nome, gosto muito dele mais em razão do seu medo em se assumir abertamente, não podemos ficar muito tempo juntos na escola, confesso que gosto do namorar escondido, é mais gostoso, se é que vocês me entendem.
Naquela noite havia preparado uma surpresa para ele, outra na verdade. Eu estava tão animado com tudo, tão feliz.
Se soubesse que meu destino tomaria tal rumo... bem, teria feito as coisas serem diferentes.
UM ANO DEPOIS
P.O.V RAFAEL CRUZ
Para a minha felicidade novamente fui obrigado ir em uma festa de turma. Minha mãe acha que sou um pouco isolado e preciso me enturmar com as pessoas, mas eu não estou afim... eu... eu não acredito que preciso mudar.
- Vamos Rafa, dança um pouco. - Bento diz me enchendo o saco.
- Não me chama de Rafa como se tivesse intimidade. - ele me olhou. - Meu nome é Rafael e tudo que quero é ir em bora.
- Desculpa aí... R.A.F.A.E.L. - ele por algum motivo se irritou.
Acho que esqueci de me apresentar, me chamo Rafael Cruz, olhos azuis tão claro que é facilmente confundido com um cinza, o meu diferencial é que acabei desenvolvendo heterocromia parcial em um dos olhos, especificamente no lado esquerdo onde é metade cinza e metade castanho escuro, os médicos disseram que podia ser uma característica genética que veio a se manifestar por algum motivo, e acho que sei qual foi o motivo. Pele branca mas a exposição sol me dá uma cor mais bronzeada. Tenho 17 anos, cabelos pretos e cortado em um estilo hetero classe média, não que eu goste, mais minha mãe ainda não sabe sobre minha sexualidade e não estou pronto para dizer as pessoas. Barba bem feita e os músculos nem tão defendidos mais visíveis, e para ser sincero gosto assim.
- Oi gatinho. - Uma menina ruiva da turma de frente da minha se aproximou.
- Oi. - Sorri. - Tudo bem?
- Tudo, mas bem melhor agora. - ela bebe um pouco do drink que está tomando.
Naquele noite acabei ficando com ela, para quem achou que eu sou gay pelo que falei a pouco, deixa me esclarecer melhor. Eu sou Bi.
Já que tive que vim para essa festa, não perderia a chance de me divertir. Estou certo?
Antes das 22:00 horas já estava em casa.
- Como foi a festa filho? - minha mãe diz assistindo um filme na TV.
- Não vou reclamar tanto hoje. - Me joguei ao seu lado e peguei um pouco da pipoca.
- Vai tomar um banho filho. - ela me bateu.
- Por que? Estou fedendo tanto assim? - cheiro minhas axilas.
- Não. - ela ri. - Mas do jeito que você demora no chuveiro vai dar tempo de eu comer mais.
- Te amo sabia. - Sorri e me levantei para ir ao meu quarto tomar banho.
- Eu também te amo. - ouço seu grito.
Minha vida mudou um pouco e o motivo foi sobre um erro meu a um ano atrás, hoje me dedico ao máximo para completar os meus sonhos. Minha mãe e eu vivemos mudando de cidade para cidade. Depois do banho deitei na minha cama e fito o teto, poderia ir lá ficar com ela, mas estou meio cansado.
Voltando ao assunto, tem mais de um mês que nos mudamos para esta casa e antes disso já havia morado em outras cinco. Minha mãe diz que por motivos pessoais precisa se mudar, mas que não devia me preocupar que esse ano isso mudaria. Nunca vi meu pai e na altura do campeonato não me importo com isso também.
Minha mãe me dá mais amor e atenção que eu mereça, mas fico feliz de ter ela ao meu lado.
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Olhos da Alma (Romance Gay)
RomancePedro Abril é um jovem muito dono de si, acha que é intocável e nada acontecerá a ele. Rafael Cruz é um garoto que sofreu e tem motivos para se manter sozinho. Sebastian Azevedo é um moleque que passou por momentos difíceis e pensa que o mundo lhe o...